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30 dezembro, 2008

Vestido de noiva e Toda nudez será castigada – Possíveis relações na noção de si mesmo na obra de Nelson Rodrigues

Vestido de noiva e Toda nudez será castigada – Possíveis relações na noção de si mesmo na obra de Nelson Rodrigues

Erika Bataglia da Costa

Mestranda em Filosofia da UFC

Orientanda da Profª Maria Aparecida Montenegro

A obra de Nelson Rodrigues traduz de maneira muitas vezes dura e cruel a classe média brasileira, mostrando sua hipocrisia e sua tentativa desesperada de se encaixar nos padrões e normas de conduta ditadas muitas vezes por aqueles mesmos que sucumbem aos apelos da contemporaneidade. Uma das características mais marcantes de sua obra é a perversidade nas relações sociais, percebidas nas atitudes das pessoas revelando a hipocrisia, a exacerbação e deslealdade das competições, a tentativa de esconder os desejos proibidos, o conformismo exagerado ou o inconformismo agressivo mostrando um universo extremamente pessimista.

Neste trabalho pretende-se fazer um paralelo entre aspectos da obra em relação à noção de si mesmo. Para tanto, faz-se necessária a elaboração de pequeno resumo para contextualização da discussão.

Na obra Vestido de Noiva a personagem principal é Alaíde, mulher da classe média casada com rico industrial e que pensa que será assassinada. A trama se passa em três planos diferentes: a realidade, a memória e a alucinação. Neste último, Alaíde encontra Madame Clessi, prostituta do inicio do século de quem Alaíde leu o diário e por quem passa a nutrir profunda admiração. No plano da realidade Alaíde rouba o namorado da irmã e se casa com ele e acredita que será assassinada, sendo atropelada por um carro e passando por uma longa cirurgia. Durante a cirurgia os planos da memória e da alucinação se entrecruzam constantemente, com várias ações acontecendo de forma não linear.

Em toda nudez, o rico empresário e religioso Herculano perde a esposa e seu irmão, diante da depressão de Herculano e com medo de perder sua fonte de recursos financeiros, apresenta a ele a prostituta Geni, por quem ele se apaixona. O filho de Herculano, Serginho, desaprova o casamento de ambos até que percebe que pode aproveitar de tal situação para trair o pai, a quem culpa pela sua permanência na prisão e o trauma de ter sido molestado por um ladrão boliviano. Após casar-se, Geni passa a ser amante do enteado, e comete suicídio ao descobrir que este a trocou pelo bandido boliviano. Antes, porem, de se matar, deixa registrado o seu relato para o marido Herculano, talvez numa tentativa de explicar sua traição ou de fazer com que ele também sofra com a descoberta.

Em ambas as obras várias imagens e símbolos mostram essa amarga concepção da existência, sem nenhuma surpresa, com pouca sutileza, em que pese a manifesta intenção de ironizar símbolos sagrados à cultura judaico-cristã. Dessa maneira, em Vestido de Noiva o que deveria simbolizar a virgindade, a ingenuidade de sentimentos, a paixão pelo noivo com o qual ocorrerá a união sob a benção de Deus e dos homens, nos mostra um cenário completamente dessacralizado, sem pureza ou castidade, e a hora em que a noiva deve ser vestida é o momento máximo da representação da discórdia, da competição entre Alaíde e sua irmã. “Eu sou muito mais mulher que você, lúcia, sempre fui”. Com essa frase Alaíde tenta justificar para a irmã a sua conduta ao roubar seus namorados, reforçando a noção de si diante da outra.

Em Toda Nudez, o luto de Herculano é quebrado pela paixão avassaladora por Geni, prostituta que afinal sonha em ser uma “mulher de bem”. Os símbolos sagrados na casa em que Geni passa a residir ao casar com Herculano são retirados dos lençóis empoeirados e colocados a descoberto, mas no final das contas continuam ignorados. Alaíde, por sua vez, é mulher da classe média que sonha em ser como a prostituta Clessi, por quem nutre profunda admiração.

Na obra Toda nudez será castigada, Geni, mesmo casada, mantem uma relação com o jovem enteado, reforçando por diversas vezes aspectos de sua juventude. Em Vestido de Noiva, madame Clessi também mantem uma relação com um jovem de apenas 17 anos e vê nele traços de seu filho, levando o espectador a perceber certo ar de incestuosa eroticidade. Tanto Geni quanto Madame Clessi, cada qual à sua maneira, morrem por causa desses jovens.

Outra característica que perpassa as duas obras diz respeito ao machismo, transparente ou reprimido, das personagens, inclusive mulheres. Herculano e Pedro, apesar de profundamente diferentes, tem em comum esse aspecto, e baseiam suas ações sempre no fato de serem – ou terem que ser – superiores às mulheres, que na verdade os manipulam e confundem, na maioria das vezes. Sua noção de si fica perturbada quando percebem não ter em suas mãos as rédeas do destino.

Em ambas as obras a família tem papel secundário mas importante, pois é exatamente a partir delas que se impõem as obrigações morais das personagens. Em Vestido de Noiva, a família ignora o fato de Alaíde ter roubado o namorado da irmã e prepara o casamento tentando ignorar a realidade da traição tão pungente. Após a morte de Alaíde, Lúcia se casa com Pedro em ritual tal qual o anterior e esse fato parece não transtornar nenhum membro da família. Em toda Nudez será castigada, durante o casamento de Geni com Herculano, uma de suas irmãs diz que ela nem parece prostituta, num desejo profundo de apagar o passado da agora membro da família e evitar as prováveis críticas da sociedade burguesa em que vivem.

O desfecho das duas obras é trágico, mas, diante da anuência dos membros envolvidos, parece banal. A morte das protagonistas parece por em curso um continuísmo sem fim na vida daquelas famílias, oprimidas pelo desejo de manter-se fiel às tradições, mesmo que para isso precisem enterrar com seus mortos todas as perversões ocorridas em suas salas e quartos.

19 dezembro, 2008

As citações em meu trabalho são como bandidos de beira de estrada que repentinamente surgem armados e tomam de assalto as convicções dos passantes.

Walter Benjamim

18 dezembro, 2008

sem férias

com milhões de coisas ainda pra fazer...mas com um monte de livro interessante esperando meu tempinho para serem lidos, entre eles A virtude e a felicidade de Marco Tulio Cícero, Risíveis Amores do Kundera, um do Tchekóv de contos, com uma capa e imagens lindíssimas, além do velho e bom Platão, claro...

09 dezembro, 2008

HEXACAMPEÃOOOOO!!!


E como era esperado, mais uma vez meu tricolor levou...melhor ataque, melhor defesa, melhor segundo turno, melhor tecnico, melhor jogador (Hernanes), 5 jogadores na seleção escolhida pela CBF...e ainda tem gente que quer diminuir a conquista por causa de um gol impedido (como vários outros, de varios outros times, ao longo do campeonato, alguns inclusive contra o São Paulo).


Não adianta reclamar. São Paulo foi muito melhor em campo e poderia ter feito outros gols. Time que, sem grandes estrelas, brilhou mais que todos os outros e chegou na frente pela competência de sua equipe e do seu técnico. Time que investe nas bases, que se estrutura pra formar novos jogadores, que a cada ano cresce e leva mais e mais gente a torcer por ele e, claro, muita gente a torcer contra por causa da hegemonia no futebol.


Superação. Essa é a palavra que marcou a conquista do tri seguido e do hexa. Bom demais torcer pra um time assim. Que venha a libertadores!

30 novembro, 2008

14 novembro, 2008

Dialética

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

(Vinícius de Moraes)

12 novembro, 2008

Osesp em Fortaleza

Quando vim morar aqui, senti falta de certos tipos de espetáculos, como os de música erudita. Ao comentar tal falto com algumas pessoas, ouvi a ridícula frase: Ahh,não adianta trazer, cearense gosta mesmo é de forró...

Sempre achei que isso era um absurdo, e que os governantes se aproveitavam deste senso comum para não investir em espetáculos do gênero. Domingo, minhas certezas foram reforçadas. Lindo demais chegar no Parque do Cocó e encontrá-lo completamente lotado.

Que os governantes percebam isso e parem de achar que cearense só quer saber mesmo é de forró...

06 novembro, 2008

sobre Geraldo Vandré

É um mundo estranho esse nosso. Não vivi os turbulentos anos 60, mas me sinto como se tivesse vivido. 1968 é realmente o ano que mudou nossas vidas - sim, não apenas daqueles que já eram nascidos na época - e eu não era - mas de todas as pessoas que vieram depois.

"Pra não dizer que não falei das flores" é uma das músicas mais importantes da minha vida, acredito que foi ela que me acordou do "sono dogmático" (parodiando Kant). E, apesar disso, não conheço o Geraldo Vandré. Claro, sei o básico. Paraibano, foi pro Rio, fez direito e foi líder estudantil. Ganhou um festival com Disparada - interpretado por Jair Rodrigues - e ficou em segundo com a música que todo mundo conhece como "caminhando e cantando e seguindo a canção..." Com o AI5 exilou-se, primeiro no Chile e depois na França. Voltou em 1973, ano em que nasci, e desde então mora em São Paulo.

Eu, e acredito que a maioria absoluta da população, não o reconheceria na rua.Talvez nem se estivesse num cartaz ou numa foto, ou na televisão. Sua imagem é menos conhecida que sua música, o que seria muito interessante num mundo em que bundas e rostinhos botocados são mais importantes que o caráter e as palavras. Mas nesse caso, não.

Ele almoçava na rua Xavier de Toledo. Foi lá que tive meu segundo emprego, e lembro que vagava pela hora do almoço, andando, olhando as coisas do mundo, entrando na Biblioteca Mario de Andrade ou lendo um livro numa das inúmeras praças da região do Anhangabaú. Parece que ele fazia o mesmo. Devo ter passado por ele várias vezes. Se fosse o Chico, o Gil ou o Caetano, eu teria reconhecido. Mas não o Vandré. Por que?

Provavelmente porque ele isolou-se em seu apartamento antigo abarrotado de livros. Não foi fazer especial na Rede Globo, ou vendeu discos com histórias de amor. É um pouco duro fazer esse tipo de constatação, mas o que vende mais sempre foi e sempre será as músicas de amor. Ou de dor, as de cotovelo, mas nunca as de guerra, de revolução, de oposição real a um mundo que oprime e mata as pessoas. As pessoas que escolheram seguir adiante na luta, mesmo quando ela não parecia mais fazer sentido, acabaram isoladas do mundo. Vandré fez isso propositadamente.

Dizem que ele é louco, outros que é depressivo. Não importa. Importa saber que, num mundo onde as idéias estão valendo menos que as aparências, seria importante reconhecer o Vandré na rua. E sorrir pra ele, aquele sorriso de cumplicidade que as outras pessoas não entenderiam. Um sorriso de agradecimento pela sua coerência.





23 outubro, 2008


Sobre “Ensaio sobre a Cegueira – o Filme”

Erika Bataglia da Costa*



...os olhos do homem parecem sãos, a íris apresenta-se
nítida, luminosa, a esclerótica branca, compacta como
porcelana. As pálpebras arregaladas, a pele crispada da
cara, as sobrancelhas de repente revoltas, tudo isso,
qualquer um pode verificar, é que se descompôs pela
angústia. Num movimento rápido, o que estava à vista
desapareceu atrás dos punhos fechados do homem, como se
ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última
imagem recolhida, uma luz vermelha, redonda, num semáforo.
Estou cego, estou cego...


O romance de José Saramago no qual se baseia o livro é provavelmente um dos mais estimulantes e impactantes trabalhos do autor. Na vasta obra de Saramago várias vezes podemos observar a angústia daqueles que já não sabem quem são, tomados que estão pelas intermitências da morte ou esperando a terra voltar a tremer numa jangada de pedra. Em Todos os Nomes, a Conservatória Geral de Registro Civil comporta homens que já não tem mais a verdadeira noção de si mesmos, tão absortos que estão nos trabalhos burocráticos e repetitivos de anos. Sem perceber-se como alguém que não tem mais consciência de si mesmo, o Sr, José começa a burlar as regras tão rigidamente seguidas inclusive por ele mesmo em busca de um desconhecido. Sua busca por outro mostra quem ele realmente é. Saramago recorre a personagens como esta para mostrar que muitas vezes o caos interior é maior que o exterior, e mais difícil de ser contido. Em "Ensaio sobre a Cegueira" o autor nos coloca diante de várias personagens sem nome, justamente aquilo que normalmente diferencia uma pessoa de outra, e nos mostra como, diante de circunstâncias tão adversas, nos tornamos de fato aquilo que somos essencialmente.

Não é tarefa fácil imaginar uma adaptação cinematográfica para essa obra-prima de Saramago, transformar a prosa do escritor português em filme poderia resultar na diminuição do impacto de várias cenas e se tornar apenas mais um filme onde humanos se tornam zumbis, imagem que a maioria tem ao ler as cenas onde os cegos estão com as bocas abertas para cima no meio da rua, para beber a água da chuva, ou cambaleando famintos dentro de um supermercado em busca de alimentos.

Obviamente a adaptação não tem o mesmo impacto que sua fonte. O cineasta disse em entrevista ter tentado manter cenas mais chocantes na edição, mas foi convencido (leia-se, impelido pelos patrocinadores) a tornar o filme mais palatável para evitar chocar a platéia. Não há como não se chocar com a obra de Saramago, e este é talvez o maior problema com o filme. A “cegueira branca” influenciou a fotografia do filme, quase todo em tons claros, em alguns casos até o extremo. A luz é tão forte que acaba impedindo a visão, em algumas cenas, de quem vê o filme, trazendo uma imagem de assepsia que se contrapõe à sujeira descrita no livro e que se vê de forma menos intensa no filme. Não que se faça questão de ver toda a sujeira dos excrementos dos cegos no local da quarentena, mas no livro a imagem passada pelo autor choca e tem um motivo. Saramago cria parábolas e paradoxos. Por um lado, pessoas “sãs” que passam pelas outras como se estas fossem invisíveis, mas que depois precisam destas mesmas pessoas para se salvar, outras que procuram ajudar o próximo como numa situação de altruísmo quando na verdade é apenas pela percepção de que sem o outro não é possível ser si mesmo. A humanidade dá passagem à selvageria em busca de sobrevivência. Em desespero extremo, mulheres se submetem aos homens para conseguir comida, e voltam como guerreiras que não deixaram de ser quem elas de fato são por causa da coerção alheia. Da vergonha e desespero à força para impedir que novas coerções como estas aconteçam, são as mulheres que colocam à prova a força do grupo que se dizia líder. A mulher do médico, única a enxergar, tenta ajudar a todos o tempo todo, deixando de lado a si mesma. Observando o comportamento deles e o modo como se relacionam uns com os outros, ela chega a concluir que as pessoas tornam-se realmente quem elas são a partir do momento em que não podem mais julgar a partir do que vêem. Cansada da situação, percebe que é a única que pode resolver o problema. Ao sair do local da quarentena, vê que a cidade toda foi praticamente destruída por causa da epidemia, e aproveitando-se de sua rara condição, guia o grupo até sua casa.
O filme não fala sobre como desvendar a causa da doença ou sua cura, mas mostrar como uma sociedade desmorona ao perder tudo aquilo que considera como civilizado. Mas é diante do colapso que o grupo tenta reencontrar a sua humanidade. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas também dos seus mundos emocionais e da dignidade que tentam manter. Como os olhos do primeiro cego, que pareciam sãos, mas já não eram, Saramago talvez nos quisesse mostrar quão doentes estão todos os outros “olhos” num mundo crivado pelo individualismo, onde o pensar em si mesmo sobrepõe-se, onde o egoísmo é maior que o entendimento do outro como necessário à formação do seu ser. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente.
Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga 0 que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.


*Mestranda do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Ceará – UFC. Bolsista Capes-Reuni.
De uma colega, reclamando do cabelo...

Franja e ex-marido é a mesma coisa, a gente nunca sabe o que fazer com eles...

concordo plenamente...
Da contribuição do meu amigo Ailton...

Lendo uma entrevista do Truffaut, do livro O CINEMA SEGUNDO FRANÇOISTRUFFAUT, dele falando a respeito do filme O QUARTO VERDE, não pudedeixar de compartilhar essas palavras do sábio cineasta com vocês.Transcrevo-as abaixo: "Mas tudo que é do domínio afetivo reclama o absoluto. O filho quer amãe por toda a vida, os amantes querem se amar por toda a vida, tudoem nós pede o definitivo - enquanto que a vida nos ensina oprovisório. Eu me pergunto se o que há de mais importante no mundo nãoé esse momento em que invertemos isso, em que achamos, por exemplo,que nossos filhos são mais importantes para nós do que nossos pais... Na medida em que o tempo passa, torna-se conveniente esquecermosnossos mortos, pois, esquecendo-os, é a nossa própria morte queesquecemos. Proust disse: "Não é por os outros estarem mortos que anossa afeição por eles diminui, mas porque nós mesmos morremos..." Sim, o verdadeiro dilaceramento reside na necessidade de aceitarmos oprovisório - para sobrevivermos."

20 outubro, 2008

Não dá...

A pessoa te adiciona no orkut dizendo assim: Te axei linda, mim add...

MIM??? Quem é o índio? Axei??? Sinceramente, não da muito mais trabalho escrever corretamente não.

16 outubro, 2008

das coisas bacanas que acontecem em dias ruins...

Ontem foi um caos. Meus planos sendo dilacerados pelas pessoas de má-fé.
O bom é que, sem que esperemos, surgem pessoas novas e bacanas e transformam a noite em algo muito leve, me fazendo esquecer os problemas todos...(apesar de parte da noite ter me trazido uma tristezinha daquelas bem fortes lá no fundo)

Música, muita música, antiga (leia-se música de dor de cotovelo, perfeitas)...

Cervejas e cantorias depois: Parte do diálogo:

A: Vocês lembram do plebiscito para definir se teríamos um regime presidencialista, parlamentarista ou monarquista?

B: Lembro, eu votei no presidencialismo

C: Eu lembro, mas era muito nova pra votar...

Eu: Eu votei no presidencialismo também...

A: Pois pra mim, se a monarquia ganhasse, o rei deveria ser o Paulinho da Viola!

Todos nós, pensando a mesma coisa: é, sabemos que seria um Orleans e Bragança desses, mas que deveria ser o Paulinho, ahhh, com certeza!!



Orgulho

(Paulinho da Viola – Capinan)

Você passa dissipada
Na fumaça de seu orgulho
E os dias móveis carregam
O móvel laqueado
Não se usam mais os pés dourados
Nem as promessas de um amor
Atormentado e vazio

Um velho caminhão de mudanças some na fumaça
Para onde você passa?
Para onde as coisas passam?
Quando o orgulho esmaga as asas
O tempo é um pássaro de natureza vaga



Saudade

Você fez da minha vida
Uma rua sem saída
Por onde andou minha solidão

E hoje
Quando tudo é esquecimento
Uma flor sobrevive ao tempo
E se desfolha em meu coração

Para aliviar o meu sofrimento
Rompe em silêncio meu canto de felicidade
Dentro de um samba eu desfaço o que ela me fez
Quero abrigar, no entanto
Mais uma flor que renasce
Para fugir da saudade e sorrir outra vez





Chico Buarque - 1982


Eu te vejo sair por aí

Te avisei que a cidade era um vão

-Dá tua mão

-Olha pra mim

-Não faz assim

-Não vai lá não


Os letreiros a te colorir

Embaraçam a minha visão

Eu te vi suspirar de aflição

E sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de ser

Tua sombra a se multiplicar

Nos teus olhos também posso ver

As vitrines te vendo passar


Na galeria

Cada clarão

É como um dia depois de outro dia

Abrindo um salão

Passas em exposição

Passas sem ver teu vigia

Catando a poesia

Que entornas no chão

15 outubro, 2008

dos contratos sociais

Thomas Hobbes tinha razão, o homem é o lobo do homem...

Mais uma vez quebrei a cara, acreditei em quem não devia e agora fico me perguntando...será que eu estou certa?Ainda dá pra uma pessoa de boa-fé viver num mundo onde as pessoas agem por má-fé?

Quando foi que a palavra dita perdeu sentido?

Quando foi que um pedaço de papel virou rei?

Meu pedaço de papel assinado e carimbado deveria valer mais, só que a morosidade é imbatível...

Refazendo os planos, cá estou novamente me perguntando quando é que o mundo vai finalmente me mudar...

Minha única alegria é saber que a palavra "amigo" é daquelas que ainda fazem sentido...
Mundana que sou (somos todos)
busco na razão
a contenção dos apetites

As vezes consigo
As vezes não

Sou mais eu quanto menos mundana eu sou.

06 outubro, 2008

Das coisas que eu quero...

Quero quem
Deitado ao meu lado
ou distante de mim
me dê boa noite
numa segunda-feira
chuvosa ou não...

01 outubro, 2008


Eu não sou desse tempo de hoje

corrido, banal

Eu sou do tempo da delicadeza

do que é bonito e simples

do que é essencial.

Até filósofo espera um grande amor...

"Três paixões, simples mas irresistíveis, determinaram minha vida: o anseio por amor, o ímpeto por conhecimento e uma insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade...Busquei o amor, primeiramente, porque ele produz êxtase - um êxtase tão poderoso que, não raro, teria sacrificado todo o resto de minha vida por algumas horas desse enlevo. Almejei-o, em segundo lugar, porque ele liberta da solidão, aquela solidão atroz em que uma consciência individual estremecida, por sobre a orla do mundo, olha abaixo para o abismo frio, sem vida e insondável. E , por fim, desejei-o porque, na união amorosa, contemplava, como que prefigurado em uma mística miniatura, o paraíso imaginado pelos santos e poetas." (Bertrand Russell)

30 setembro, 2008

Uma verdade inconveniente





Até quando esperar?


Se quiserem saber
se volto diga que sim
Mas só depois
que a saudade
se afastar de mim
Só depois que a saudade
se afastar de mim

Zé Keti

25 setembro, 2008

Das dores, dos horrores...

Angustiada por ver as pessoas em quem a gente mais confia e acredita sendo injustas, por ver a teimosia e a falta de coragem barrar coisas tão lindas, por estar longe de quem a gente ama, por amar errado, por não ver solução onde esta seria tão simples, por ter que fingir estar bem sem estar, por ter que ser racional quando estou tão emotiva, por tentarem me convencer de algo que não sou...mas esperançosa por saber que tenho amigos que estão perto de mim me amparando, me mostrando que eu tenho um bom coração e mereço ser feliz, que erros acontecem mas que tenho uma vida de acertos pra me mostrar que tudo isso vai passar e por mais doloroso que seja no final eu sei que muita gente vai perceber os erros que cometeram e quanto foram injustas...

21 setembro, 2008

quem não tem mais nada a perder acaba cometendo grandes erros...

09 setembro, 2008

“A mim parece que, desde os últimos três séculos, a civilização européia desleixou a lei do equilíbrio. Ela levou, sim, de uma maneira admirável, a cultura da ciência e sua aplicação técnica e organizatória ao seu pleno desenvolvimento. Mas não terá ela desenvolvido, também, e cunhado a capacidade de estar em poder de armas mortais e de saber o que nossa cultura carrega, com isso, de responsabilidade para a humanidade em seu todo?”

H-G. Gadamer

06 setembro, 2008

Besteirol corinthiano

JOSÉ GERALDO COUTO

"United Colors of Corinthians"


Idéia de vender espaço para fotos de torcedores transforma camisa do time em revista "Caras" de pano

A IMAGINAÇÃO dos cartolas brasileiros não tem limites, pelo menos quando se trata de levantar dinheiro rápido à custa da paixão do torcedor.
A mais nova idéia genial, daquelas que fazem uma lampadinha acender acima da cabeça do sujeito, é da diretoria corintiana: imprimir fotos de torcedores nas camisas usadas pelos jogadores na partida que selar a volta do clube à Série A, mediante a módica quantia de R$ 1.000 por cabeça.
De acordo com os autores da idéia, cada camisa dos dez titulares da linha (o goleiro, por algum motivo, está excluído) teria espaço para 400 fotos. Com isso, o clube arrecadaria R$ 4 milhões em 90 minutos. Pode ser que eu tenha entendido tudo errado, mas vejo alguns problemas na concretização da proposta.
Primeiro, num torneio de pontos corridos, é impossível saber de antemão em que partida um clube confirmará sua classificação, uma vez que isso depende de uma série de resultados de outros jogos da rodada.
A não ser que se combine com todos os clubes envolvidos, a CBF, o comitê de arbitragem etc. -o que, afinal, talvez não seja tão difícil assim.
Mas há também a prosaica questão material, métrica -ou antes, milimétrica. Por mais que a camisa de um atleta possa ser ampla, ela tem uma superfície limitada. Para que caibam nela 400 caras de torcedores, essas terão que ser minúsculas fotos 3x4, mesmo porque tem de sobrar espaço para o número do jogador, o distintivo do clube, o logotipo do fornecedor de material esportivo e o reluzente nome do patrocinador.
Outra coisa: com tantas carinhas impressas na camisa, dificilmente ela terá uma cor facilmente discernível, como o preto e o branco característicos do time. E cada camisa, trazendo impresso um conjunto diferente de retratos (e portanto de indivíduos, com sua diversidade étnica e cromática), tenderá a ter uma cor diferente das outras.
Você consegue imaginar a confusão carnavalesca de um elenco vestido com semelhante "desuniforme"? No mínimo vai parecer obra do Bispo do Rosário. Ou anúncio da série "United Colors of Benetton".
Os autores da idéia mencionam uma iniciativa semelhante que teria sido adotada pela equipe de F-1 Honda. Tudo bem, mas um piloto não tem que se vestir de modo a se igualar a seus companheiros de equipe e a se diferenciar dos rivais.
Mas deixemos de lado a miudeza dos entraves práticos. O que esse plano genial, no fundo, significa? Para mim, que os dirigentes estão apelando mais à vaidade do que propriamente à fidelidade do torcedor.
Na sociedade da imagem e da superexposição pessoal em que vivemos, faz sentido que uns endinheirados queiram estampar seus rostinhos numa camisa, digamos, histórica.
Os torcedores mais fiéis provavelmente prefeririam usar os R$ 1.000, se os tivessem, comprando ingressos para todos os jogos do Corinthians na competição, ou para viajar com o time para um importante confronto fora de casa. (Isso tudo, claro, depois de comprar comida, pagar aluguel, passe de ônibus etc.) Mas talvez eu esteja jurassicamente enganado, falando sozinho num mundo em que faz todo o sentido a transformação da camisa do Corinthians numa espécie de edição têxtil da revista "Caras".

jgcouto@uol.com.br

05 setembro, 2008

Tanta coisa pra fazer e às vezes vem um cansaço da alma, cansaço por tanta coisa sobre as quais não tenho controle nenhum...

02 setembro, 2008

Quem sabe, um dia...

Thiago de Mello


Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony



Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.


Santiago do Chile, abril de 1964

22 agosto, 2008

Das coisas insuportáveis nas Olimpíadas...

As piadas de duplo sentido sobre a China estar "de olhos bem abertos" nessas Olimpíadas,

O Galvão Bueno instigando uma competição ridícula com a Argentina,

O Galvão Bueno dizendo que perdemos sim para a Argentina, mas ainda estamos na frente deles no quadro de medalhas,

O Galvão Bueno fingindo que o Marcelinho é tão bom quanto o insuportável do Ricardinho só pra não suscitar mais discussões sobre a saída mal explicada do melhor levantador do mundo,

O Galvão Bueno narrando a queda do Diego Hipólyto,

O Galvão Bueno dizendo ser um absurdo brasileiros serem contratados para se naturalizar na Geórgia para competir, quando no Brasil o apoio ao esporte é ridículo (vide, dentre os medalhistas, quantos treinam fora do país),

O Galvão Bueno dizendo pra Marta que ela não fez nada de errado pra Deus castigá-la com a perda do jogo na final,

O Galvão Bueno, o Galvão Bueno, o Galvão Bueno...

29 julho, 2008

ADOREI!!!!

Dercy Conçalves viveu 101 anos.
Ela viveu diversos fatos marcantes da nossa história, como:
- O primeiro homem a pisar na Lua
- As 2 guerras mundiais
- Viu 34 presidentes no Brasil
- O naufrágio do Titanic
- Viu a construição do muro de Berlim
- A revolução de Fidel Castro
- O golpe dos militares no Brasil
- Viu e resistiu à Ditadura
- Viu o início do cinema mudo
- A queda da bolsa de valores NY 1929
- Viu todas as copas do mundo

- Só não viu o CORINTHIANS ser campeão da LIBERTADORES

28 julho, 2008

Meu aniversario de 35 anos





Foi uma semana intensa e muito boa, meus planos começando a dar certo e a comemoracao do meu aniversario e da minha sobrinha que foi muito bom...


A festa tambem foi de despedida da casa, devo sair em breve, ja estou a procura de novo lar!!

18 julho, 2008

Beijar e´ ato publico

beijar é ato político - que maravilha!

Copiado do lindo blog da Fernanda, postado aqui por eu concordar que homofobia e um absurdo:( http://cousascousadas.wordpress.com/)

tsc tsc… eu já disse e repito…o cara tem um bar e resolve tomar atitudes homofóbicas quer dizer que ele é, no mínimo BURRO!
o Cantinho Acadêmico fica na 13 de maio ali em frente a pracinha da gentilândia. ponto de passagem de todo cristão e ateu que anda/vive/convive no bairro do Benfica. impossível passar ali e não encontrar gente conhecida. não se trata de um bar gay, coisa de gueto, não. o público é misto, porém a imeeensa maioria ou tem ou já teve alguma história ou amigos gays e lésbicas.ninguém se espanta com manifestações de carinhos entre pessoas do mesmo sexo.
só o dono, o Pereira.
o Pereira é um cara legal, na maior parte do tempo. até você levar seu namorado e namorada pra lá e resolver beijar na boca, aí ele volta e meia dá mancada. os garçons param de servir, você fica no vácuo.
comigo, em 2003, no começo do meu namoro com a nathália, ele mandou a conta. ficamos putas, até porque ele mandava recados pelo garçom, mas naquela noite não tava a fim de bate boca, escrevi um recado pra ele no verso da conta e fomos embora.
depois de um tempo percebi que parar de andar lá não era solução, era exatamente o que ele queria! o bar continua cheio, inclusive de amigos meus, já que o lugar é no coração do benfica. então voltei, voltamos. depois que fui jurada no Veja Fortaleza e votei no Cantinho Acadêmico (no Cantinho da Filosofia, também, meu povo, é massa lá!), ele começou a me tratar muittíssimo bem.
impressionante o que interesses comerciais não fazem.
mas aí ele continua a dar mancadas. mesmo alguns clientes gays e lésbicas me dizendo que ele é ok com isso, outros relatam casos de homofobia, constrangimentos.
então, depois dele fazer isso com pessoas muito bem informadas (ih, se lascou!) quanto à lei municipal 8.211/98, que pune estabelecimentos comerciais que pratiquem atos homofóbicos, vai ouvir e ver (vai ter exibição de algo em telão em frente ao bar, na rua) uma resposta:
HOJE (ja foi gente...), a partir das 18h todos convidados para o ato contra a homofobia do Pereira.como fazer pra participar?
chegue por lá, sente, peça uma cerveja, leve seu par ou amigo, se quiser… e beije. pode só aplaudir, também!ou seja, se expresse, EXISTA, OCUPE aquele espAÇO:
beijo, carinho, bom papo, demonstre que o Pereira não pode maltratar clientes gays, afinal, ele ganhou uma concessão da Prefeitura pra ter um bar em espaço público! então, o espaço é seu também!
ora se a maior parte dos clientes é GLBT ou muito amigos de GLBTs e apóia demosntrações de afeto em público, ele vai parar de servir o bar todo?então é isso. ao invés de boicotar e sumir do bar, é mais eficiente impregnar e exigir respeito do Pereira. com graça. e beijo.
até lá!
ps: claaaro que a imprensa estará presente.
ps2: do papo “carinho em público = a atentado ao pudor” eu já cansei. qualquer criança de 10 anos sabe a diferença.
ps3: foto é do poste em frente ao cantinho acadêmico, na praça. (vamo ver se aparece no post, se não, tá no www.fotolog.com/cidadesolar ).

Ao inves desse povo ficar indignado com o afeto entre pessoas do mesmo sexo, devia ficar indignado com a miseria, a pobreza, a fome, a violencia, as falcatruas do Governo que rouba nosso dinheiro e ainda ri de nos enquanto a gente fica feito bobo olhando pro lado sem saber o que fazer. FALE, GRITE!!! Pode parecer pouco mas as vezes um e-mail enviado para um deputado ou senador começa a fazer diferença, o que nao podemos mais ´e nao fazer nada...Eu reclamo, sempre reclamei, passo por chata para alguns pseudo-amigos que acham bonitinho quem reclama desde que nao seja na sua mesa de bar...
Eu faço minha parte, faça voce a sua!

P.S.: Por mais usuaria que seja do mundo cibernetico nao quero/gosto da falta de acentuaçao e os absurdos cometidos em nome da "rapidez" da internet, por isso sempre uso acentos e pontos onde eles devem estar, o problema e que meu computador ta morrendo e resolveu boicotar minha vontade de nao assassinato da Lingua Portuguesa, portanto nao estranhem tantos erros juntos num so post...

15 julho, 2008

ah, pra quem nao entendeu, a borracha tem que ser branca para nao deixar marcas, as outras deixam...

Medo

Tem horas que olho no olho e tenho medo do que vejo...
nao quero mais ter medo, quero certezas...mesmo que para isso tenha que me apagar com borracha branca e começar a escrever minha vida do zero...

12 julho, 2008

Amigos de verdade

Toca o telefone, o amigo diz:
- To indo beber perto da sua casa, vou passar pra te pegar pra você não furar...
Eu, do outro lado da cidade, procurando casa pra não ficar sem teto, digo que ia para uma palestra mas diante destas condições, não iria mais...
Sentados, nós quatro, na mesa, depois de um tempão o amigo fala:
- A gente sabe quando tem um amigo de verdade quando, mesmo depois de um tempão sem se ver, a conversa acontece como se não tivesse passado um dia... :)

Sou feliz com os amigos que tenho!

07 julho, 2008

Congressos de filosofia em Recife e Brasília


O Encontro Interinstitucional aconteceu na UFPE, eu fiquei na casa do Pablo que é bem pertinho do Campus e consegui aproveitar tanto as palestras quanto as festas (apesar de poucas). Em Olinda conheci a Bodega dos Véi, tradicional bodega que a noite vira point do pessoal mais velho, bem legal. Em Recife antigo fui ao Burburinho, esse ai da foto, e lá me deparei com a "caixinha" que tem um segredo para ser aberta e a compulsivva aqui passou horas tentando abrir! mas consegui!! (mesmo que com a ajuda do dono)


No último dia ninguém tinha mais paciência para assistir nada e o bar foi a parada obrigatória! Bom para conhecer pessoas bacanas que acabaram se tornando amigos. Incrível como afinidades aproximam as pessoas...


Em Brasília fiquei na casa da Janaina, amiga da Val e do Israel, que foi um doce...Aí em cima, no belo Campus da UnB, com o famoso céu azul do Distrito Federal...almocei no RU que também foi projetado pelo Niemeyer...tudo muito lindo...mas não da para não pensar que tanta falcatrua acontece por lá...


Obra de Brecheret, umas das muitas obras lindíssimas do Itamaraty...Várias salas para receber as "visitas" ilustres que chegam mas não podem ser recebidas pois as salas possuem obras valiosas demais para ficarem tão expostas...então por que não levam para um museu?

Tanto dinheiro da gente indo pro ralo...

Foram duas semanas maravilhosas...Bom me sentir finalmente no meio acadêmico...


Cansei de ser só

Vivemos o tempo da Ode ao individualismo, sem perceber que sua consequência é a solidão...Vejam as propagandas e o que elas incitam...
Cansei de ser só...

06 julho, 2008

Eu dizia, mas ninguém acreditava...




Há dois meses minha Fofona sumiu, e nunca mais a encontrei...Era o cão (e não somente o Pit Bull) mais dócil que eu já conheci...Era muito mais dócil que esse aí do lado, um Scottish Terrier que não por acaso chama-se Nietzsche...Saudades dela, até mesmo de quando derrubava com o rabo tudo o que vinha pela frente...Espero que alguém tenha percebido que ela não era um monstro e a tenha pego e esteja cuidando dela...Adeus, minha Sophia...


'Salsicha' é o cão mais feroz do mundo, diz estudo

Pesquisa da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, põe 'bad boy' pit bull em 6º na lista.
Nada de pitt bull, rottweiller ou pastores alemães - as raças mais agressivas do mundo são dachshund, chihuahua e jack russell terriers, de acordo com um estudo recente da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
A pesquisa foi publicada na última edição da publicação científica Applied Animal Behavior Science e afirma que um em cinco dachshunds, também conhecidos como cães salsicha, já atacou ou tentou atacar estranhos; um em 12 dos salsichas já atacou os próprios donos.
Estes são alguns dos resultados do levantamento com 6 mil donos de cães de 30 raças diferentes. De acordo com os questionários, as raças que mais tendem a atacar humanos são dachshund e chihuahua.
Já os cães menos agressivos, de acordo com a pesquisa, são golden retrievers, labradores, são bernardos, britanny spaniels e greyhounds.
Os "bad boys" caninos, raças que enfrentam má fama de serem muito agressivas, como pitt bulls e rottweillers, ficaram na média de agressividade canina ou até abaixo, no que diz respeito a ataques contra estranhos.
Os pesquisadores afirmam que o estudo indica que raças menores tendem a ser mais agressivas que as maiores.
A diferença nos resultados dessa pesquisa para outros levantamentos sobre agressividade canina pode se dever ao fato de normalmente serem usadas estatísticas médicas de ataques a mordidas.
Como os ataques de cães maiores costumam causar ferimentos mais graves que os menores, estas estatísticas poderiam estar distorcidas, afirmam os acadêmicos americanos.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

29 junho, 2008

Tanta coisa...

Agora que vi que não escrevo ha tanto tempo!!!
Muitas coisas aconteceram mas o final do semestre me impediu de ter tempo para postar aqui, nesta semana estarei de volta...Férias!!!

04 junho, 2008

Difícil entender que o óbvio é chato e sem sentido...quero a loucura escancarada da vida, fuga desmedida de mim, em mim, por mim...para além de mim...

02 junho, 2008

Archai-Seminario Internacional de Platonistas

Agora, meu segundo encontro de filosofia, em Brasília...
Vou conhecer o Franco Trabattoni, o maior especialista em Platão na atualidade...
Mais uma vez, bom demais ter amigos, estou na casa da Janaina, amiga da Val e do Israel, e ela é um amor.. :)
Ia ser muito chato estar em Bsb sem ninguem por perto...
Na volta coloco tudo em dia!

27 maio, 2008

Encontro Insterinstitucional - Recife

E ca estou para o meu primeiro Encontro de Filosofia!! vou apresentar minha comunicação amanhã, quero ver milhares de palestras e aproveitar um pouquinho dessa cidade quase desconhecida pra mim, apesar de tantas vezes ter estado aqui (trancada em hotel, falando de remédio)...

Sorte maior é ter amigos...estou na casa de um irmão de um novo amigo meu do mestrado, beeem pertinho da UFPE...simpatia é "bem" de família!! Que bom!!

E que venham os dias...e as noites...

19 maio, 2008

Recortes sobre a saudade...

"e a saudade que eu tinha de gente fazia com que eu rolasse horas na areia do sol abrasador, abraçando meu próprio corpo, inventando um prazer que eu precisava para me sentir vivendo talvez, porque eu não tinha medos nem preocupações nem mágoas nem nada concreto nem expectativas, as minhas células amorteciam, eu sentia que ia acabar virando uma palmeira, os meus pés agora parecem raízes, mas ainda tenho mãos, então eu rolava na areia quente enquanto meus dentes faziam marcas fundas roxas nos meus braços, nas minhas pernas e de repente todas as minhas células explodiam em vida, exatamente isso, em vida, eu tinha dentro de mim todo aquele sol todo aquele mar tudo aquilo que eu conhecera antes, que conheceria depois, se não estivesse aqui. Eu ficava amplo, na areia, abraçado a mim mesmo” Caio Fernando Abreu – Trecho (In O Inventário do Ir-remediável)


“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." Clarice Lispector


“O tempo não pára! A saudade é que faz as coisas pararem no tempo...”Mário Quintana


“Teus olhos verdes são maiores que o mar. Se um dia eu fosse tão forte quanto você eu te desprezaria e viveria no espaço. Ou talvez então eu te amasse. Ai! que saudades me dá da vida que nunca tive!”
Tom Jobim


Saudade
Saudade
É uma palavra
Saudade
Só existe na língua portuguesa
Saudade de Val vendendo pó na esquina
Saudade do que nunca vai voltar
E dos amigos que se foram
Eu hoje estou com saudade
Na noite quente e no calor
Que sobe do asfalto
Saudade quente
Saudade da roda de cerveja
Dos amigos da madruga e
Saudade de nadar no mar
E um dia ter sido mais puro
Saudade da primeira namorada
E namorado também
Saudade, principalmente
Da irresponsabilidade
Saudade, meus amigos
Daqui a pouco vou estar com vocês. Cazuza


"Ai. Saudade é uma coisa azul e amarga com carne por fora e espinho por dentro." Caio Fernando Abreu


É uma saudade tão doída de você Que eu não sei mais nada, não. E é isso aí sempre que o amor não pode ser, Sempre que a distância pode mais que o coração."As Razões do Coração – Toquinho


"Agora era fatal que o faz de conta terminasse assim, Prá lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim. Pois você sumiu no mundo sem me avisar, E agora eu era um louco a perguntar: O que é que a vida vai fazer de mim?"João e Maria – Chico Buarque


Sobre a saudade. "Eu era um sujeito perseguido pela saudade. Sempre fora, e não sabia como me desligar e viver tranqüilamente. Ainda não aprendi. É desconfio que não aprenderei nunca. Pelo menos já sei algo valioso: é impossível me desligar da memória. É impossível se desligar daquilo que se amou. Tudo isso estará sempre junto conosco. Sempre teremos tanto o desejo de refazer o bom da vida como o de esquecer e destruir a lembrança do mau. Apagar as maldades que cometemos, desfazer a recordação das pessoas que nos prejudicaram, remover as tristezas e as épocas de infelicidade.É totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é aprender a conviver com a saudade. Talvez para a nossa sorte, a saudade possa transformar-se, de algo depressivo e triste, numa pequena chispa que nos dispare para o novo, para entregar-nos a outro amor, a outra cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor ou pior não importa, mas que será diferente..." (Trilogia Suja em Havana - Pedro Juan Gutierrez)


"Não, as palavras não fazem amor fazem ausência
Se digo água, beberei? Se digo pão,comerei?"
Alejandra Pizarnik


"(...) Só é triste quem não se recorda, quem não mistura os fatos com as impressões. Toque-me no pescoço, o braço ficará arrepiado e será um acontecimento. Toque-me na memória e vou me encontrar mais do que me pertenci. Nenhuma separação é maior do que a possibilidade de restauração da memória. Não existe escombro que não possa servir de pedra novamente. A memória devolve o que não tínhamos. A memória é a saudade do que virá. Não há quem não feche os olhos ao comer, não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita, não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar. Fechamos os olhos para garantir a memória da memória. É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo. O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória. Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível. Viver é boiar, recordar é nadar. Escrevo na água, no vento da água. O passado sem os olhos fechados é como uma roupa enrugada. Sem corpo. Sem as folhas dos plátanos." Carpinejar


"Ah, se eu pudesse te transmitir a lembrança, só agora viva, do que nós dois já vivemos sem saber." Clarice Lispector


"Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim"
Mário de Sá-Carneiro


Fragmentos 92
"Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!"Fernando Pessoas


"É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que , apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos...é preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado, as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo... Mas é preciso , também, que seja como abrir uma janela e respirar-te , azul e luminosa, no ar... É preciso a saudade para eu te sentir como sinto em mim a presença misteriosa da vida... Mas quando surges és tão outra...múltipla... imprevista... que nunca te pareces com o teu retrato... e eu tenho que fechar os olhos para ver-te!!" Sob o olhar: Mário Quintana


Chega de Saudade
Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso
Mais sofrer.
Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar,
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser, milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...
Tom Jobim


Viver é saudade prévia...plantamos hoje a saudade de amanhã.C.D.A

18 maio, 2008

Last week

É possível numa mesma semana acontecer tanta coisa inusitada, boas e ruins, ao mesmo tempo? É. Aconteceu comigo.

Das coisas muito boas que aconteceram, fica aqui um pequeno registro (não sou fotógrafa profissional, só brinco com a máquina) . Das coisas ruins prefiro esquecer...elas passarão, eu passarinho...


Show do Nazareth em Fortaleza ! Love Hurts!!





15 maio, 2008

Chico todo

Pela primeira vez estou ouvindo a obra completa do Chico na ordem cronológica, o que é muito interessante...devo agradecer aqui a um certo menino malino pelo belo presente!

A Estética é uma ética - Ou sobre o papel da mulher no mundo.

Normalmente não coloco aqui textos inteiros, prefiro comentá-los, mas acredito que a jornalista da Carta Capital expressou de maneira tão ímpar o tema que prefiro deixa-lo completo...

A estética é uma ética
02/05/2008 12:17:18

Rosane Pavam
Michelle Perrot é uma intelectual francesa que se especializou na história das mulheres, uma tendência historiográfica hoje tida por incontornável. Mede-se um governo pela forma de tratá-las e um intelectual, pelo papel com a qual as distingue. Claro que estamos falando da França. Mas dona Perrot, com um programa na Rádio France Culture, atingiu alguma popularidade, há cerca de três anos, ao contar as razões pelas quais a mulher merece uma história especial.

A seu ver, esta escrita é necessária porque a narrativa feminina foi omitida dos anais da história. O que a mulher dizia, especialmente às escondidas (e se, por sorte alfabetizada, nos diários), não se contava, jogava-se no lixo. Hoje os historiadores estão à cata de seus bilhetes, receitas e álbuns fotográficos em busca de alcançá-la. Ela se viu omitida por força de um entendimento tácito entre homens, mulheres mesmo, políticos e intelectuais. Michelle Perrot nos faz corar quando mostra o que disseram pensadores sobre ela, em “Minha História das Mulheres” (editora Contexto).

Escolhi duas citações. Uma de Paulo, na primeira epístola a Timóteo: “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine nem use de autoridade sobre o marido, mas que permaneça em silêncio.” E esta outra, de um Kierkegaard torturado pela sexualidade feminina: “Eu gostaria de dizer a um desses tolos que pregam a emancipação: olhe, ei-la em sua imperfeição, mais fraca que o homem; se tiver coragem, corte seus cachos abundantes, rompa as pesadas correntes e deixe-a correr como uma louca, como uma criminosa, aterrorizando a todos.”

A mulher só teve um papel de destaque na Revolução Francesa, sustenta Michelle Perrot, durante as manifestações enérgicas pelo preço justo do pão. Do final do século XVII até a revolução de 1789, ela foi a “rainha das ruas”, “a mais ardente” nos confrontos com a polícia. Mas, decapitada Maria Antonieta, a mulher regressou à cozinha. Durante o Antigo Regime, portanto, ela foi muito mais importante do que no século XIX, quando a regularização do abastecimento e a taxação do preço do pão eliminaram progressivamente este tipo de rebelião.

Vão contestar, vão chiar, vão dizer que as mulheres são iguais aos homens desde há muito, depois de todos esses fatos findos. Mas é que ainda não são. “Negro do mundo”, disse John Lennon sobre ela. Lembro-me de ter obtido da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, como resposta a uma pergunta que lhe fiz, a seguinte expressão definidora da mulher: “Bicho da sombra.” Isto tem quase dez anos. E a sombra continua. E a mulher, ao agir, continua a fazê-lo em silêncio até mesmo pelos Jardins, bairro paulistano onde dona Lygia mora.

Observo figuras enquanto caminho pelas revistas femininas do consultório. São publicações repaginadas por um senso de valorização feminina, revistas cultas, por assim dizer, ou conscientes, desejando informar seu público, enquanto o diverte com pecadilhos, ou mesmo grande pecados, de consumo da imagem de mulher. Todas as publicações que a consideram personagem nuclear tratam de torná-la essencial pela agressividade do rótulo de “rainha das ruas” (e já vejo o tempo em que elas retornarão, resignadas, ao salão de beleza). Mas, ao fazer esta abordagem, tais revistas acabam por entregá-la de bandeja a novos vexames.

A candidata a primeira-dama venceu o câncer, mora sozinha e pede que as mulheres não se pautem pela beleza, enquanto posa para a foto com lindos colares, barriga sarada e um olhar de quem se assustou ou se perdeu. A atriz que enfrentou o presidente ao pedir o fim da transposição de um rio, consciente e intransigente, olha ao interlocutor de ar maroto, segurando uma maçã, na primeira página de uma revista em couchê.

A mensagem transmitida por tais mulheres de papel agressivo, grandioso porque masculino, mas em primeiro lugar insinuante por conta da necessidade sexual da superbeleza, é insuportavelmente dúbia. Elas não dão um naco por serem bonitas, claro, mas estão prontas a destacar este reconhecimento físico, fazendo valer seu epíteto de mercado. E então, o que isto significa? Que se vendem, de bom grado. E o que temos a ver com isso? São lindas, por enquanto.

Temos de olhá-las. Temos de discutir se a cor dos seus cabelos está adequada. O corte muda tudo. Desculpe a expressão, mas eu me pego nos cabelos. Eles parecem ser o único assunto a unir aquela cabeça em rodopio da chaminé ambulante Carrie-in-the-city, as mulheres-saias e os antes tão divertidos, mas agora luivuitonizados, dois neurônios. Oprah Winfrey diz que mudar os cabelos mexe muito no emocional. Também lembra que as tinturas libertaram todas as mulheres depois dos 40 anos.

Os cabelos são a essência feminina, para Kierkegaard, Winfrey e Betty Lago, quiçá. Michelle Perrot dedica boa parte do livro aos cachos. “A representação dos cabelos das mulheres é um tema maior de sua figuração, principalmente quando se quer sugerir a proximidade da natureza, da animalidade, do sexo e do pecado. Eva e Maria Madalena são dotadas de espessas cabeleiras que fazem a beleza da estatuária medieval e da pintura do Renascimento alemão.” O cabelo é um presente de Deus, dado à mulher como véu, segundo o velho amigo apóstolo Paulo. O véu a encobri-la, aqui ou entre os afegãos.

“A mulher é, antes de tudo, uma imagem”, diz Perrot. “Um rosto, um corpo, vestido ou nu. A mulher é feita de aparências. E isso se acentua mais porque, na cultura judaico-cristã, ela é constrangida ao silêncio em público. Ela deve ora se ocultar, ora se mostrar. Códigos bastante precisos regem suas aparições, assim como de tal ou qual parte de seu corpo. Os cabelos, por exemplo, condensam sua sedução.”

Ninguém tem o direito de ser feia, diz Perrot. “A estética é uma ética”.

Fico pensando, como Virginia Woolf, que são as roupas que nos usam, e não o contrário. Mas que mundo é este? Não dou a mínima para dicas que se avolumam na farmácia, contraditórias, pelosas, sobre a elasticidade de meus fios. Minha juventude não esteve nos cabelos. Eles passaram como os de Leopoldina, enfeixados em um laço no Museu do Ipiranga. Que puderam ser os cabelos, meu deus, diante de uma descoberta poética? Lembro-me da foto de Lou Salomé brincando de chicotear os eternos apaixonados filósofos Paul Ree e Friedrich Nietzsche. Poeta, psicanalista, ela disse aquilo em que acredito: “Primeiro vivemos a juventude, depois a juventude vive em nós.”

Sou mais jovem quando leio do que quando tinturo.

12 maio, 2008

Falhas na comunicação

Tenho muito interesse em saber mais sobre a comunicação entre as pessoas. Muitos enganos acontecem por absoluta falta de acordo sobre signos da comunicação, algo agravado pela diferença de sexo. O que para uma mulher é óbvio para um homem pode parecer absurdamente difícil de entender, e vice-versa, e no mundo das imediatidades é ainda mais difícil evitar as falhas que ocorrem constantemente...Platão estava certo, ou na verdade Sócrates, o diálogo ainda é a principal arma para evitar tais problemas. Difícil é existir algum homem decidido a entender isso...

09 maio, 2008

Fernanda Takai - Onde brilhem os olhos seus

Preconceito é fogo, não gosto muito de Pato Fu, mas gostava da voz da Takai...aí em Guara ouvi o cd do Ailton, gostei, ganhei dele uma cópia e cá estou, lembrando da minha infância ouvindo Zé Keti...essa músisa expressa muito meu momento...

Diz que fui por Aí
Zé Keti
Composição: Zé Kéti e H. Rocha

Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando um violão
debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
E se houver motivo
É mais um samba que eu faço

Se quiserem saber
se volto diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Só depois que a saudade se afastar de mim

Tenho um violão
p’ra me acompanhar
Tenho muitos amigos
eu sou popular
Tenho a madrugada
como companheira

A saudade me dói
o meu peito me rói
Eu estou na cidade
eu estou na favela
Eu estou por aí
sempre pensando nela

Comercial

Depois de velha o povo continua me chamando pra fotos e comerciais, pode? Foi-se o tempo...
Mas foi interessante gravar de novo, depois de tantos anos...estou no comercial da Agência de Publicidade Register, sou uma jovem executiva chegando na agência...aflorando meu lado atriz...rs
Bom é o dinheirinho extra pras cervejas no fim-de-semana!

08 maio, 2008

Eu, sobre Vênus de Milo




As palavras reverberam a melodia
implícita em sua luxúria
que corre lânguida na alva fronte
que penetra doce em profundo estar.

As curvas nuas, mámore alvo
desnudam corpo, alma, dor
toca a pele, o pêlo, o rosto
pedra bruta à clara flor.

O frio do toque queima a alma
dos olhos a te mirar
de duras pedras se fez pura
eterna, plena, muda
a estar, a estar, a estar...

Alma

ao pó voltou
o que antes alma
que varria o tempo
Perscrutava o espaço
clara e calma
alma
surge casta e dura
alma
realimentada na melancolia
das almas filosóficas
Aquiles ou Ulisses?
quem manobra os deuses?
quem rivaliza com os deuses?
voce? eu?
tristeza da alma
refletida em lágrimas
No infinito, onde muitos se curam
outros se escondem
ou se rendem
perdem
sem tentar

no ato, que há muito se tem
uns dormem
outros morrem
ninguém vem, ou fica ou foi
quem se faz humano?
quem consegue gritar, ou cantar
sozinho?

Eu posso, mas passo
Necessidade não é virtude
Virtude é querer, não precisar
Por necessidade, ato bravo não vale!

Solidão

o frio que encobre
perdas duras e mágoas cruas
não há sol que impeça
o gangrenar
de alma pura
que se faz muda
a gritar...

Show da Mônica Salmaso com Pau Brasil






Poucas vezes me faltam palavras para falar sobre algo que me toca, alma de poeta que tenho, mas ontem o dia foi tão perfeito que, nesse caso, palavras não conseguirão mostrar


o tamanho da minha felicidade...


foi tão bom que fui duas vezes, e me emocionei igualmente...











02 maio, 2008

1a Nhocada Kika's house


Ontem fui pro jogo do São Paulo no Bali pra ver os meninos da Vertigo tocando acústico (muito massa a banda que eu adoro tocando num evento do meu time!) mas não pude ficar até o fim por que era o dia de ver a Deusa cantar! De lá levamos o amigo querido Israel pro Amicis pra matar a saudade (e ele ficar feliz por pagar só R$ 3,50 por uma long neck e lembrar que São Paulo é terrível pra quem gosta de beber) e acabei chegando em casa de manhazinha...não dormi quase nada mas só agora começou a bater o cansaço pois o dia foi tão bom que compensou qualquer sono ou cansaço que eu pudesse ter...
Como sempre acontece, a troca de e-mails que antecede qualquer evento da turma so (al) cool, por menor que seja, é um espetáculo à parte. Pretendia escrever aqui sobre o dia de hoje mas acho que o e-mail que enviei pro povo depois da farra resume bem o que foi mais este evento!Ei-lo:


Oi pessoas! A abertura da temporada 2008 do Kika's Drinks Drugs Sex House (muito mais drinks que as outras possibilidades) me deixou com algumas certezas, algumas constatações e uma dúvida:

- na próxima vez teremos na cota uma pessoa responsável pela limpeza, como nas viagens... (a cozinha está intransitável!)

- A Val não vai poder mais vir com desculpa de que achou um livro que sei lá quem deu de brincadeira...vamos assumir que queremos todas saber as 209 maneiras de enlouquecer os homens! ( e Elis, se vc ainda não aprendeu a manusear o dito cujo nós podemos deixar o livro com vc primeiro viu?)

- A Babita tem que começar a receber cachê pelas interpretações intempestivas e alguem TEM que filmar !! (por que daqui ha 10 anos ela vai jurar que é tudo invenção nossa!)

- O Murilo foi rebaixado e agora o novo sous-chef é o Neto. (brincadeirinha meu amigo, vc sabe que eu te amo)

- Nada a ver o povo falando que estava se engasgando com a linha das braccolas!Eu avisei antes que todo mundo estivesse bêbado!

- Definitivamente a Mafalda é a grande campeã de bilheteria.

- No final ainda tivemos um pequeno sarau com direito a canjas mais que especiais do Diamante (que é uma pérola!) e um campeonato muito louco de samba no pé e há controvérsias sobre quem foi o vencedor...

-Teve a Elis se garantindo muito no trato com os nhoques, a Babita conseguindo fazer DUAS coisas impossíveis (cortar as linguiças e fazer o patê, mas com supervisão acirrada), a Juliana Sampaio se garantindo comendo, ops, cortando as azeitonas, o Marlon dizendo pro Eriko que a Babita é louca, a Amanda que foi mil-e-uma-utilidades, os convidados internacionais e os internacionalmente conhecidos Ricardo Diamante que queria de todo jeito ganhar meu copinho lindo dos Beatles que o Israel me deu,e o outro Ricardo que é um menino malino dando força pra ele, Manel que ta chegando e se aprochegando, o Ailton que como já é da casa fez sala pras visitas,o Rodrigo que ensinou direitinho pra Babita como fazer o dificílimo patê e ainda ficou por perto supervisionando e dando apoio moral, Ju e Marcelia que eu quase não tive tempo de dar atenção mas que eu adoro ter aqui em casa, o caos na hora de comer pela falta de pratos/copos/talheres/lugares pra sentar, Enfim, mais um dia como outro qualquer em que a turma se reune!


E a dúvida é: O que faremos com o Danilo? Sem nosso ator principal nossa tão sonhada interpretação de Bonitinha mas ordinária com a mangueira erótica ficou completamente impossibilitada! Vamos votar a pena que ele vai ter que pagar!!! O que vocês sugerem?

beijos!!

01 maio, 2008

Show da Bethania e Omara




Poucas coisas na vida preenchem tanto nossa alma quanto a voz maravilhosa de Maria Bethânia...linda, fluindo na ponta dos pés na extensão do palco que parece ceder à todos os seus encantos. Plena, corpo e melodia misturam-se e compoem uma ode à alegria de se estar vivo e sentir irromper em nosso corpo a explosão máxima que só a arte dos gênios pode explicar.

Ainda agora, 24h depois do show, sinto-me arrepiar ao lembrar da voz daquela que me faz realmente acreditar que a música brasileira é a melhor do mundo.

Melhor ainda com a companhia de amigos maravilhosos como o Israel e a Amanda...

30 abril, 2008

do frio que encobre perdas duras
e mágoas cruas
não há sol que impeça
o gangrenar
da alma pura
que se fez muda
a gritar

26 abril, 2008

Mafalda


Na minha opinião, a melhor tirinha de todos os tempos...Eu quero ser a Mafalda quando crescer...

22 abril, 2008

Não me tentes,
Não me atentes
Olha o tremor em meus olhos
o explodir do coração
Que pulsa
Apesar do torpor
Que morre
Apesar do amor

Luto pelo meu blog

Um cataclisma destruiu parte dos meus escritos, o que sobrou está amontoado sem nenhum tipo de ordem e eu aqui sem saber o que fazer...
não tenho mais vontade de escrever

21 abril, 2008

Vazio

Sentiu-se como uma pluma levada pelo vento, arrastada sem rumo e sem destino. Sem saber onde iria parar, parou de se preocupar. Nada mais fazia sentido, não detinha o controle, nada podia. Só sentir a umidade do ar e os primeiros raios do dia que nascia.

Seu olhar perdia-se na multidão que passava e não notava que, logo ali, uma pequena pluma transmutada em gente se encolhia, medrosa, diante do imenso vazio de sua vida. Procurava nos olhos fugidios algum resquício de humanidade, de solidariedade, de amor. Só o que via era um vazio maior e mais triste encoberto pela ignorância das razões reais. Tudo o que buscavam era a sobrevivência de mais um dia, sem notar que isso de nada valia, pois já não viviam.

Pensou no tempo em que a sua própria ignorância a fez acreditar ser possível continuar a busca por uma vida mais feliz. Felicidade? Oras, como podia ter sido tão estúpida! Nada a levaria a esse encontro, nunca, nunca. Desesperada, percebia que, de cima daquele prédio, tudo parecia menor e mais bruto, estúpido. O vento soprou e trouxe até ela o cheiro fétido da cidade que crescia e se perdia, para sempre, dentro do seu próprio crescimento. Percebia também que a noite caía e as pessoas voltavam para suas casas, tristes, sombrias, esperando que o próximo dia fosse mais feliz, mesmo sabendo que não seria.

Dessa vez o vento foi mais forte e passou zunindo e fazendo voar seus longos cabelos e passou novamente e mais forte e cada vez mais zunindo mais e mais alto e encobrindo-a de poeira e lágrimas, de soluços e medos, de esperanças perdidas e perdidas palavras. O vento soprou, agora fraco, e ela pode então tirar os cabelos do rosto molhado de tristeza e dor. Olhou os carros que escasseavam lá embaixo, as luzes refletindo as gotas de chuva que começavam a cair, o silêncio quebrado pelo seu coração pulsante e pernas trêmulas. Como uma pluma levada pelo vento, voou. Sentiu-se leve, respirou profundamente o ar da madrugada e fechou os olhos. Mas dessa vez sabia onde o vento a levaria. (Erika Bataglia)




Sobre os medos e as mentiras

Por puro comodismo nos adaptamos à vida, e vamos levando, esperando que um dia o mundo dê mais um giro e nos coloque de volta no caminho perdido. Por medo do escuro não levantamos para acender a luz, por medo da vida nos trancamos e fingimos que estamos vivendo plenamente, fingindo que o que temos é exatamente o que desejamos...por medo da vida não vivemos, contamos mentiras para nós mesmos e depois corremos atrás do tempo perdido...Por medo dizemos não quando da boca sai um sim, dizemos talvez quando deveríamos ter dito não, deixamos para amanhã o que pode não acontecer nunca...Mentimos mais e melhor tão mais ligados ao medo estamos. O medo nos faz impotentes diante das coisas da vida que queríamos mas não devíamos. As convenções são ótimas para manter todo mundo trabalhando, produzindo, mas e as emoções, onde ficam? Elas são livres, não podem ser manipuladas pelos medos, elas querem voar livres e nós não deixamos...ou quando pretendemos deixar logo alguém corre e a aprisiona, antes que seja tarde demais...Talvez seja tarde demais para mim. Mas tem certos desejos que eu mantenho no ombro, esperando que eles criem asas e voem pra bem longe...

posted by Erika Bataglia at 30.3.05 | 0 comments

Ó Tricolor!

Podem até chamar meu time de amarelão (até porque o histórico recente compromete) mas hoje meu time pode ser CAMPEÃO com 3 rodadas de antecedência...se todos os campeonatos fossem com pontos corridos o São Paulo teria sido o grande campeão dos últimos anos...inclusive do Brasileiro, um ano antes da mudança...

Estarei sozinha num quarto de hotel assistindo...e pretendo estar também comemorando...sozinha, mas feliz...:o)

posted by Erika Bataglia at 30.3.05 | 0 comments

Sobre a saudade

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...


Fernando Pessoa

Podem me chamar de nostálgica, podem até me chamar de melancólica mas eu sou uma pessoa que vive com saudades. Até saudade do que não vivi, parodiando o poeta. É um problema sem solução porque mesmo que eu volte um dia pra São Paulo sentirei uma saudade enorme de Fortaleza, aqui vivi momentos incríveis da minha vida, fiz amigos maravilhosos e crescí como mulher. Lá estão minhas raízes, as lembranças importantes da infância, o brincar na rua com os meninos, a ida pra mesma escola sempre. Quando perguntada se prefiro uma ou outra cidade, a resposta fica sempre engasgada...aqui tive tempo pra ver meu filho crescer e cresci com ele, lá tenho minha família que, tipicamente italiana, atormenta a vida da gente mas que não dá pra ficar sem...Aqui pude estudar e conhecer mais sobre arte, literatura, música...lá posso passear pelas ruas e saber que em cada canto tem uma lembrança minha, uma padaria de pão quentinho, um vizinho que era criança como eu e hoje tem suas próprias crianças...Sempre que vou à SP passo em frente minha escola umas mil vezes, tenho vontade de entrar e pegar o livro de registros pra ver as fotos dos colegas...em janeiro estive lá e fui visitar a biblioteca do bairro, fiquei muito feliz porque um funcionário lembrou de mim, eu tinha uns 8 anos quando comecei a andar por lá, li tudo o que podia, participei do grupo de teatro, brinquei na parte arborizada que me parecia tão maior naquela época...lá descobri que o menino que eu gostava também gostava de mim e descobri também que a vida iria pregar muitas peças na gente...aqui tive muitos sonhos concretizados, minha casinha que é a casinha dos meus amigos, porto seguro para os que querem brincar e também para os que querem chorar...estudei e ainda estudo, aprendo com amigos tão inteligentes quanto sinceros, tenho meu trabalho que me proporciona momentos de felicidade, apesar da luta ser tão árdua...

Estou apaixonada pelo Orkut...meus amigos da Filosofia vão torcer o nariz pra isso mas a minha felicidade por ter encontrado duas pessoas fundamentais, além de outras muito especiais, compensa toda crítica e todo preconceito...Sou amante da sabedoria e ela só é verdadeira quando sabemos primeiro sobre nós mesmos...e é isso que a saudade me proporciona, olhar para trás buscando o futuro, sem a esperança burra do dia-a-dia ( que o diga Sponville) mas a profunda sabedoria que o que realmente vale a pena não nos deixa nunca...

Fico por aqui...volto sobre isso depois

posted by Erika Bataglia at 30.3.05 | 0 comments

29 Março, 2005

Sobre Música

<"A Música é uma terapêutica para a alma..." (Villa Lobos)

A música é algo que sempre me inspira, que me transporta para mundos imaginários, amores impossíveis, encontros nostálgicos...muitos dirão que a poesia também faz isso, e eu concordo, mas tem algo na música que a torna única...acho que é essa capacidade de nos levar para fora da realidade num simples verso na bela voz da Bethania, num solo gritado e sentido do Oswaldo ou no sussuro da Nara...posso estar no meio do trânsito mais caótico, sentada numa sala de espera ou no meio da multidão que, basta o primeiro acorde, e tudo se transforma...Com a poesia é diferente, precisamos do silêncio e da solidão (sim, porque não dá pra viver um poema se não estivermos sós, fica sempre a sensação que estamos sendo observados...mas pode ser bom se lido e sentido em conjunto). Com a música não, dela tiramos o néctar mesmo que o caos esteja pleno, nela podemos deitar as mãos como se fossem pianos e flautas, tocamos sem saber harmonia, cantamos sem saber melodia, até a mais impotente das vozes se torna bela quando a música nos invade e toca nosso coração...

Ter estado na Disney foi maravilhoso, ter comprado meu Ipod lá idem...ele me fez feliz por me dar a possibilidade da música mesmo depois de tantos sons de carro roubados...e o melhor é que não preciso dispor apenas dos sons pirateados da internet, posso copiar meus queridos cd's e ouvi-los assim, tão simplesmente...(até porque encontrar Monica Salmaso, Olivia Hime, Carol Saboya ou Renato Brás são missões dignas do Tom Cruise).

Apesar disso, agradeceria aos amigos que puderem ceder seus MP3s (Thanks Val e Murilo) pois pretendo ouvir alguns sons diferentes também...Quem puder me emprestar estará colaborando permanentemente com minha sanidade...

Fico por aqui...>

posted by Erika Bataglia at 29.3.05 | 2 comments

28 Março, 2005

Sobre o feriado da Páscoa...

Apesar de estar muito cansada e ter milhões de coisas para fazer, larguei tudo e fui pra uma casa muito legal no Porto das Dunas. Foi muito bom pois consegui relaxar, brincar, ler um pouco e ainda me divertir com amigos SO COOl (ou SO alCOOl, como diriam alguns). O bom de estar entre amigos é que não precisamos do pudor necessário no dia-a-dia, podemos falar o que pensamos e não tentar impressionar...o interessante é que a cada novo encontro essas pessoas me impressionam mais, fico sempre com a sensação que poderíamos fazer muitas coisas legais juntos...e sempre vem a vontade de reencontra-los em breve...

posted by Erika Bataglia at 28.3.05 | 1 comments

Sempre preferi o papel mas, infelizmente, o mundo não me deixa mais sentar à mesa e escrever as cartas para os amigos, os pensamentos infundados, os desejos latentes, os poemas sem métrica, os contos com alma, as vontades frustradas...então, resta-me render-me ao mundo cibernético e tentar, por aqui, fazer com que meus pensamentos não se percam no turbilhão das paixões diárias, das frustrações idem...

"Criei", com a ajuda da amiga Valéria, esse blog há mais de um ano! Nunca consegui usá-lo por não estar "bonito o bastante pra receber meus amigos", mas ai um outro amigo lembrou que o importante são as palavras, sempre elas, e aqui estou. Tentarei, depois, ir deixando-o mais atraente, mais simpático, mas quem me conhece sabe que a primeira impressão revela uma dureza nas palavras que (pelo menos é o que me dizem) não condiz com a pessoa que sou.

Segue o teu destino
Rega tuas plantas
Ama as tuas rosas
O resto é sombra
De arvores alheias (Pessoa)

Estou no Orkut...meus grandes amigos alencarinos estão lá e desde cedo me deram as boas vindas. Adoro cada um deles de maneira especial mas a nostalgia que me perpassa me fez feliz ao poder reencontrar amigos tão amados dos tempos do colégio, época das mais significativas da minha vida e que moldou minha personalidade. Fiquei tão feliz! Espero que eles possam entender o quanto são importantes, e que os dessa terra linda que me adotou não fiquem enciumados...eles são minha alegria diária...

Esses momentos de lembranças me trouxeram à mente um poema do Vinícius, lindo como todos mas ainda mais especial...

Alba
Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue.

Que tristeza esta vida, minha amiga…Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles jaziam puros
E houve um grande amor no nosso coração pela morte distante?
Ontem, Alba, sofri porque vi subitamente a nódoa rubra entre a carne pálida ferida
Eu vinha passando tão calmo, Alba, tão longe da angústia, tão suavizado
Quando a visão daquela flor gloriosa matando a serenidade dos lírios entrou em mim
E
eu senti correr em meu corpo palpitações desordenadas de luxúria.

Eu sofri, minha amiga, porque aquela rosa me trouxe a lembrança do teu sexo que eu não via
Sob a lívida pureza da tua pele aveludada e calma
Eu sofri porque de repente senti o vento e vi que estava nu e ardente
E porque era teu corpo dormindo que existia diante de meus olhos.
Como poderias me perdoar, minha amiga, se soubesses que me aproximei da flor como um perdido
E a tive desfolhada entre minhas mãos nervosas e senti escorrer de mim o sêmen da minha volúpia?
Ela está lá, Alba, sobre o canteiro dos lírios, desfeita e cor de sangue
Que destino nas coisas, minha amiga!Lembras-te, quando eram só os lírios altos e puros?
Hoje eles continuam misteriosamente vivendo, altos e trêmulos
Mas a pureza fugiu dos lírios como o último suspiro dos moribundos
Ficaram apenas as pétalas da rosa, vivas e rubras como a tua lembrança
Ficou o vento que soprou nas minhas faces e a terra que eu segurei nas minhas mãos.

29 Abril, 2005

Avaiana de Pau ou a Psicologia dos nossos pais

Assisti ao famoso vídeo da Avaiana de Pau (assim mesmo, sem o "H")...está no www.mundocanibal.com.br", caso alguém queira ver.E tem outros vídeos bem chocantes também.

É incrível o poder da sátira para mostrar como alguns sádicos castigos dos pais são realmente cruéis.

Estudante que sou da Educação, chega a doer saber que muitos pais e mães ainda acreditam no poder das palmadas (e na graduação da dor conforme a gravidade do "delito"); e mais duro é saber que a criança que sofre esse tipo de dano pode carreguar consigo uma personalidade moldada pela culpa e pelo rancor por vários anos, ou pela vida toda, tornando muitas vezes uma pessoa hostil e com poucos amigos. Estava lendo a respeito um dia desses e as estatísticas chegam a chocar, não lembro dos números mas um percentual muito grande de crianças e adolescentes com distúrbios de aprendizagem sofreram algum tipo de represália violenta de quem deveria estar disponível para ajudá-los, não para bater. Sei que o extremo oposto também criou problemas; muitos pais se vangloriam por nunca ter batido nos filhos e acabaram sendo muito liberais. Como em tudo na vida, nem um oposto ou outro. Importante é saber como corrigir os filhos sem machucá-los, física ou emocionalmente.

Apanhei muito quando pequena, minha mãe tinha apanhado muito da mãe dela, minha vó idem...resolvi quebrar essa corrente equivocada quando meu filho nasceu. Quando ele tinha uns 7 anos me perguntou se eu algum dia já tinha batido nele (estava conversando com os amigos na escola e não soube responder). Eu disse que não...mas um dia, alguns anos depois, recebi uma ligação do colégio dizendo que ele (que estava em recuperação) estava jogando bola ao invés de estudando...fiquei tão chateada que acabei dando umas palmadas (ou havaianadas, pra ser mais sincera). Doeu em mim mais que nele, com certeza (ele me falou isso). Felizmente, as palavras de correção foram mais importantes na criação dele que essas poucas palmadas. Na próxima semana ele completa 14 anos. Sei que sua personalidade já está pronta há muito tempo, e foi difícil pra mim conseguir educa-lo sozinha. Espero ter feito um bom trabalho. E Espero que um dia, quando ele tiver seus filhos, possa lembrar-se que amor é mais importante que tudo, em qualquer situação da vida...

posted by Erika Bataglia at 29.4.05 | 2 comments

28 Abril, 2005

?


"As borboletas são rosas que aprenderam a voar,
ou as rosas são borboletas preguiçosas? "(Cristovam Buarque)

Não sei, quem sabe? Mais importante que saber é sentir...

posted by Erika Bataglia at 28.4.05 | 0 comments

Mais uma vez Amor

Assisti ao filme “Mais uma vez amor”..(A história de amor de Rodrigo e Lia durante 25 anos. Dirigido por Rosane Svartman (Como Ser Solteiro) e com Dan Stulbach, Juliana Paes, Christine Fernandes, Erik Marmo, Hugo Carvana, Cristina Pereira e Antônio Pedro no elenco).

Por mais que o filme pareça um capítulo de novela (é da Globo, com atores globais, fotografia global...) acabei gostando...sei que é piegas, cheio de clichês, mas quem não tem ou teve uma história parecida? (mesmo que sem final feliz?)

Até onde podemos arriscar? Como? Por quem? Ser ou não egoísta nessas horas?

Tem muitos livros que não li, muitos filmes que não assisti, lugares onde não fui...acho que a esperança (sempre ela) de um dia ainda poder fazer as coisas que, cotidianamente, deixamos de lado, nos faz muito acomodados...o tempo pode passar mais rápido quando não estamos preocupados com ele e sempre restará algo a ser feito.

posted by Erika Bataglia at 28.4.05 | 0 comments

27 Abril, 2005

Eis que mais um amigo antigo surge...

E o orkut continua a me colocar sorrisos no rosto...
Encontrei mais um amigo de escola e de turma...velhos e bons tempos...eis que a nostalgia invade novamente esse corpinho...

posted by Erika Bataglia at 27.4.05 | 2 comments

24 Abril, 2005

Amanhece

Saiu pro dia que não imaginava tão claro, fechando os olhos num susto. Não sabia há quantas
horas estava ali mas a barba crescida e o hálito ocre davam à ele a sensação de ressurgir do subsolo de Dostoievski. Seguiu pela rua estreita em direção ao outro lado do pequeno lago que refletia os primeiros brilhos da manhã. Sentiu um aperto no estômago, ou seria na garganta? Apesar do calor que se desenhava, seu rosto parecia gelado. Geladas eram as lágrimas que escorriam e a tristeza que sentia. Nas mãos, o sangue que não sabia de onde vinham, trágicas manchas da noite vencida. Andou na beira daquelas águas paradas como o vento que não vinha.
Sentiu num aperto a lembrança da amada que não mais veria. Deitou-se n'água como quem já não via.

posted by Erika Bataglia at 24.4.05 | 3 comments

Sobre o tédio

É, finalmente aconteceu...desde quarta-feira não saio de casa, exceção feita à ida ao supermercado num ou noutro momento...não sabia mais as horas ou se devia almoçar ou jantar. Depois de várias horas de conversa com o Danilo quinta, sexta e sábado vi que tinha que escrever sobre algumas coisas, e o tédio da vida é uma delas.

Sentei para escrever mas começou o jogo do São Paulo...não consigo pois acabei de dar um grito achando que tinha sido gol...(vi o Mainardi dizendo que futebol é algo irrelevante,acho que existe um que de razão nisso mas não sei como não me render à ele).

Volto depois

posted by Erika Bataglia at 24.4.05 | 4 comments

21 Abril, 2005

Sobre o dinheiro

Precisamos de tão pouco para viver: como é possível que precisemos de tanto, ao que parece, para viver bem?

O dinheiro pode comprar muito, mas não tudo, não o essencial.

Vender ou comprar, só para possuir, Não é a troca que se ama, mas a posse. Para que possuir? Para consumir. As maiores civilizações nasceram do egoísmo. A sociedade de consumo, claro, não foi superada, só deixou de chocar.

Ninguém trabalha por nada... pelo menos se trabalha pelo prazer, que é algo.

No homem, o egoísmo é rei e é por isso que o dinheiro é rei. A sexualidade é rainha. A moral, a liberdade, a pátria, estas são de esquerda.
Para ser de esquerda são necessários valores,
Para ser de direita bastam os interesses. Por isso ela é quase sempre vitoriosa.

Gastamos somente conosco (a família é um si mesmo estendido). Egoísmo sutil e hipócrita. O desejo é incapaz de ser saciado. O dinheiro é incapaz de nos satisfazer.


Ao sábio basta o presente, já que sabe que vai morrer. O cúpido acredita encontrar no dinheiro a proteção contra a morte.

Existem dois tipos de homens: os que querem enriquecer infinitamente e os que querem enriquecer um pouco para parar de trabalhar, ou trabalhar menos.

A miséria é uma infelicidade. Ninguém é rico inocentemente.


Vale-se apenas pelo que se dá, e tudo que não se dá é perdido, e nos perde.

(Algumas considerações acerca da obra de Sponville)

posted by Erika Bataglia at 21.4.05 | 4 comments

Sem título

Sulcos na face mostram
Grave mágoa de outrora
Dor que fica
e se demora

Rugas que crescem
e sondam
novos espaços,
filhos das dores

Fúnebres insones
morto-vivo coração
Morto
de fato
sem flores
Vivo
em canção


Sobre a correspondência

A correspondência nasce da impossibilidade de falar mas também de calar, não para vencer a ausência, mas a morte, não a separação mas o esquecimento, não a distância, o tempo.

Partir é morrer um pouco. Escrever é viver mais

A fala não nos aproxima de outrem senão nos separando de nós mesmos. Eternidade na escrita. Escrever para sobreviver. Toda literatura é epistolar (escreve-se sempre para alguém). Toda carta é literária. Uma carta é uma obra em sí, talvez uma obra de arte.

O papel branco,puro, devia ser usado somente nos grandes livros ou nas grandes cartas de amor. Para o resto, há que se usar o papel reciclado.

Se escreve para habitar juntos a solidão.

O gosto de viver

"Como o morango tem gosto de morango, assim a vida tem gosto de felicidade"

Viver é querer viver.

Não é A vida que a pessoa recusa; é o sofrimento, é a velhice, a doença, o isolamento...não é a felicidade que ela despreza; é da infelicidade que ela foge.

O suicídio só acontece por sofrimento ou tristeza. Vive-se pelo prazer, e porque viver é um prazer. Mas por que então vivemos tão pouco, e tão mal?

Devemos fugir sempre do amargor, dissimulando-o? Encaramos a cerveja, não pelo álcool? Morangos ou cerveja?

Cumpre amar os dois.

Bom dia, Angústia!

Até onde o medo pode ser paralizante? E estimulante?
A angústia e seus limites, quão maleáveis?
O medo pode ser passageiro se tem um objeto definido. Suprimido este, nada mais há que o valide. A angústia, ao contrário, lida com perigos imaginários mas necessários. Não podemos simplesmente não nos angustiar por causa da morte ( que é a única certeza) mas a incerteza de pensar a forma e o tempo de sua chegada, mais que amedrontar, angustia. Parece que temos uma inversão.

A sanidade psíquica é a capacidade de enfrentar o real sem perder força, alegria e liberdade. É o que torna a filosofia possível e necessária.

Quando a angústia é patológica, a influência da filosofia é limitada. A loucura total impede a filosofia. Quando a angústia não é patológica, a influência da medicina é limitada.

A angústia existencial não é uma doença; a neurose de angústia não é uma filosofia.

(Impressões acerca do livro Bom dia, Angústia! de André-Conte Sponville, filósofo francês contemporâneo).

Crepúsculo

Doce cor que surge
Grave
no horizonte
Pausa, ainda viva
E morre
Longe

Passos roubam dor
Risos e seu pesar
Luas
Dissabor

Do amor
Pequeno colar
enlaça o dorso
que me faz morto
e moço

Traz a mágoa
fim doloso
do amor
Pequeno
Insosso

(em 14.02.2002-Chopp do Bexiga-ao cair da tarde-alone)

E o feriado mal começou...

Ontem fomos pro Amici's, quase ninguém por lá...da farra na casa alheia fomos pra farra na casa da Kika, pra variar...Danilo, Murilo, Igor e Rafael ficaram vendo minhas fotos antigas e rindo das roupas que usava nos desfiles, dos biquínis que usei na praia...e eu tive que me render pois eram ridículos mesmo! Hoje acordei com sede de arrumação, olhei para a estante e comecei a tirar tudo pra arrumar meus livros, até pra ver se começo de uma vez por todas a ler para a monografia....e pérola do Danilo: Ligou pro Galba, a mãe disse que ele tinha ido pra "num-sei-o-que-de-Andreias", freudianamente, o Danilo disse: Ah, a picas da Andreia?Ele quis dizer bicas mas aí o Murilo e eu não conseguíamos parar de rir...A Camilo e o Gregório estão por aqui tb, e o Alex acabou de chegar...quero ver quando eles resolverem ver os filmes que aluguei. Aliás, é uma seleção e tanto:
-E sua mãe também
- Os sonhadores
- Os Incompreendidos
- Sindicato de ladrões
- O poderoso chefão
- Ed Wood
- O declinio do império americano
- Zelig
-Modigliani

Adoro olhar a estante e ver meus livros lá, organizados, pra variar...como eu sempre escrevo quando leio, dentro de vários deles eu encontrei escritos antigos, depois vou posta-los por aqui...

Pouco


De pálida, nem cor de roupa.

Vida, então...

A Morte dos Amantes

A Morte dos Amantes

Vamos ter leitos de sutis odores,
Divãs que às fundas tumbas são iguais,
E sobre a mesa as mais estranhas flores,
Brotando para nós no azul em paz.

Ambos
queimando os últimos ardores,

Meu coração e o teu, flamas sensuais,
Refletirão em dobro as suas cores
Em nossas almas, dois gêmeos cristais.

Por uma tarde mística e envolvente,
Trocaram um só lampejo ardente,
Como o soluço em cada adeus contido;

Pouco depois um Anjo, abrindo as portas,
Há de avivar, alegre e enternecido,
Os cristais já sem brilho e as chamas mortas.
(Charles Baudelaire)


Grandes gênios. Gênios malditos. Tantos e tão intensos. Incompreendidos

"Como você faz amor com um cubo?"
Ontem ví o filme sobre Modigliani. Andy Garcia faz o papel do pintor italiano que, na França dos anos 20, dividia as boêmias com Picasso, Rivera, Kisling e Soutine. A frase acima foi dita no início do filme, mostrando a pequena guerra particular entre Modi e Picasso. E a maior guerra, a da arte.

Mas, o que mais me chamou a atenção no filme foi o amor incondicional de Jeanne. Vale a pena ver o filme e buscar as imagens...
Impressionante...

Feriado

Tenho (mesmo) que ler muito esses dias para definir o título da minha monografia da pós...o tema eu já sei, mas minha capacidade de síntese é horrível! Quero falar de um mundo e só cabem umas poucas linhas, sem "inventar" demais, como sempre é lembrado no Christus..."não compliquem, façam o mais simples", blablabla! Por que sempre há o elogio à mediocridade em vez do elogio à loucura? Vamos criar! Vamos tentar! Vamos surtar se preciso, mas vamos fugir dessa mediocridade que finge que cria quando só copia...

Bem, como não vou viajar, aluguei uns 9 filmes (nenhum comercial, desses já tenho visto demais no cinema...). Depois vou falando sobre eles...(tá, sei que quem tem que estudar não pode ficar assistindo filmes mas eu sou multi e faço milhões de coisas ao mesmo tempo no dia-a-dia, por que não fazer o mesmo nas horas de prazer?)

Mas como em todos os dias, úteis ou não, a casa da Kika continuará com as portas abertas para os copos com cerveja gelada entre os amigos de papo quente, é só ir chegando...

Único

.ser único.
.é bello quando se compreende que não é o ineditismo que faz as coisas serem únicas
(do fotolog do grande Daimon Paulo Amoreira-Vertigem dos dias)

Perfeito. Ontem estava falando sobre isso com uma amiga da pós. Como todos estão sempre preocupados em buscar o novo, novas pessoas, novos amores, novos lugares, novas roupagens...sou nostálgica, melancólica até, eu sempre disse que prefiro o velho...velhos amores, velhos amigos, velhos livros (esses, principalmente). Músicas que já me deram tanto prazer e ainda hoje me emocionam, prefiro estas àquelas que gritam por aí, tentando introjetar no meu ego novas sensações, novas emoções...que de novas, obviamente, não tem nada...E, apesar disso, me apaixono pelas palavras novas desse novo e admirado amigo...Só quem não está à procura encontra, só quem não está esperando chega...

Estou ficando velha...desde os 12 anos, mais ou menos, quando comecei a perceber que o que queriam que eu engolisse não era o melhor dos pratos, mas o mais fácil de fazer, o que já estava pronto...no fast-food, i need slow food...

Você tem fome de que?

Escolha

Ser
mais que estar

Poder
muito mais que querer

Sorrir
se o desejo é chorar

Criar
se o momento é calor

Ouvir
se o ímpeto é fugir

Sofrer
quando o riso parar

Calar
se o momento é ardor

Morrer
quando o amor acabar.

Vívida

Parou diante do espelho e viu diante de sí o rosto magro da esperança perdida, misto de tristeza e dor. Fitou profundamente aqueles olhos outrora doces em busca de um resquício da paixão antiga.

Nada viu.

Recuou um passo como quem leva um esbarrão urbano, assustado com sua descoberta. Onde estavam aqueles ímpetos de volúpia, aquele ardor no corpo robusto, o tremor das mãos na busca do corpo alheio? Em que negra estrela estaria aquele amor doído, aquela paixão sentida e não vivida? Onde, na totalidade daquele ser, teriam se perdido tantas emoções? Como, nessa angústia cortante, encontrar no outro aquilo que tinha de sí?

Buscava a resposta nas lembranças daquele amor que nasceu puro e tornou-se farto, invadindo o corpo sem culpa e dominando ambos, desdito impostor. Sentiu correr em seu corpo um arrepio de volúpia ao simples sonho do toque alheio, dono e senhor de um corpo inerte e entregue, puro e todo.Completo. Inato.

Seus olhos tremiam à entrega ausente, querida e por tão pouco vivida. Tão pouco diante do imenso querer mas tão forte pelo esplendor do desejo alí posto e sangrando ferida que nunca fecha, latente e viva, vida vivida, vivido prazer...

Músicas...

Eu estou tentando...ou estava...fui ouvir as "Top 10" da Rádio Uol e Terra e, sério mesmo, não dá! Como pode tanta porcaria junta? É isso o que a maioria das pessoas está ouvindo, de verdade, ou é marketing de gravadoras, jabá ou qualquer coisa assim...meu, não dá pra acreditar! As músicas mais pedidas são sempre as piores? Não vou ser hipócrita aqui e dizer que, vez por outra, numa festa ou algo parecido, uma "festa lá no meu apê,pode aparecer" até rola, mas viver disso, me perdoem os que vestirem a carapuça, só serve para reforçar a estupidez humana.

Viva Chico, Caetano, Gil, Oswaldo,Tom, Vinicius, Paulo Cesar Pinheiro, Renato Bras, Mônica Salmaso, Ney, Rita, Paulinho da Viola, Gonzaguinha e Gonzagão, Renato Teixeira e Almir Sater, Dori Caymmi, todos os Caymmis, Cazuza, Lobão, Ira! e todos os grandes poetas da mpb, do rock, do pop, do reggae, da boa música que tá ai e todo mundo finge que não vê!
É isso.

18 Abril, 2005

Mãos dadas

Mãos dadas

O piano murmura sons e convida para o romance. Olho a multidão e vejo mãos.
Mãos soltas, largadas ao longo do corpo raso como cadáveres à espera de tumulos.
Nenhum objeto do desejo, nenhum lugar para pousar, nem ousar.
Mãos tímidas, receosas de tocar o intocável.
Mãos juntas como dois pilares apoiados um no outro, tão frágeis que dá medo de quebrar.
Mãos que se soltam com a mais leve brisa, e nem notam.
Não há separação pois não há o que já não esteja separado. Mas ruim mesmo são os olhares, ah!
Como sofro ao vê-los.
As mãos juntas disfarçam os olhares vazios como corações mudos dessas vazias pessoas.
Olham tudo para não verem nada.
Caminham, simplesmente, e não percebem que cada acorde do piano poderia acordar o silencio caprichoso do destino que colocou, ali, dois corpos inertes juntos.
Agora bom mesmo são as mãos dadas! Ah! Como e bom!
Dadas, não emprestadas, sobre estas já falamos antes.
São aquelas doadas pelo amor, aquelas do toque com o tato, do fato com o ato, que apertam, seguram, transformam dedos entrelaçados em artérias pulsantes pulsando desejo, vontade, medo, forca.
Como eu odeio as línguas onde o são e o estão tem o mesmo significado! Ser é tão maior! E tão pouco estar que pra mim não serve!
Não quero estar de mãos dadas, quero ser dada, ser recebida, ser amada.
E perder meu olhar, não na multidão, mas em outro grande coração.

Se...

Se, de todas as coisas impossíveis,
uma só fosse possível,
qual você escolheria?

17 Abril, 2005

Eu te amo

Eu te amo
Tom Jobim - Chico Buarque/1980

Ah, se já perdemos a noção da hora

Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

Como alguém pode dizer que isto não é poesia? Como?

posted by Erika Bataglia at 17.4.05 | 2 comments

Onde quiseres

Queria poder voar, hoje, somente hoje
E deixar meu corpo rodar até cair
Seca, úmida, nada, onde quiseres
Onde quiseres

posted by Erika Bataglia at 17.4.05 | 0 comments

?

Tem um livro do Cristovam Buarque que é muito bom, é ?, Um livro de Perguntas...vou usar algumas aqui (muitas delas me fizeram querer ir para a Filosofia, há muitos anos...)

"Se as respostas matam as perguntas, por que será que as perguntas despertam as respostas?"

"Será que um mundo infinito cabe dentro de um alfabeto finito?"

posted by Erika Bataglia at 17.4.05 | 0 comments

Viagem

Viagem

Ele ainda gritou mas o trânsito apagou sua voz. Quando olhou novamente o ônibus tinha parado no sinal, ele correu, voou, gritou de novo e dessa vez o que se apagou foi o sorriso, encoberto pela grossa nuvem de fumaça deixada pelo ônibus. Não sabia se os olhos ardiam de dor ou poluição, ou os dois, misturados de repente num corpo inerte no meio do caos.

Sabia que era o fim mas fingia não ver para poder continuar vivendo. Sentado ali na rua pensava ser mentira o que ouvira. Ele não era insensível, de onde ela tirou isso? Talvez um pouco desinteressado por coisas banais, qual era mesmo aquela doença? Ah, virose, besteira, líquido e cama e dois dias depois ela estaria bem. Até um chazinho ele levou pra ela, lembra? Ela é que reclamava demais, num momento queria abraços e beijos, no seguinte mandava ele sumir que ela estava doente, aí ele saia de fininho e ouvia o choro abafado no travesseiro, o que foi? Não, qualquer coisa menos insensível! Quantas vezes levou o lixo pra rua? Até voltou na locadora pra trocar uma fita que ela só percebeu que tinha visto depois de dez minutos de filme...eu sei que você vai dizer que ela era ssim, durona e carente ao mesmo tempo...claro que me lembro dela tentado fazer mousse de maracujá só porque era o preferido dele (aliás, ficou horrível e ele não podia mentir sobre isso, certíssimo); ela evitava fazer barulho quando ele dormia, deixava recadinhos de batom no espelho do banheiro...euteamomuito, o espelho era pequenininho mas o amor não, ela reclamava quando ele colocava no jogo XV de não sei onde X alguma coisa de Piripiri, importantíssima decisão da 4ª divisão, muito melhor que aquela entrevista com a Lygia, de novo? Você já não viu? Ah, foi no ano passado mas ela não deve ter tanta coisa nova pra falar, tão velhinha já...
Não sentia as pernas, parecia aquelas induções de workshops empresarias...ouça essa música, pense num lugar belo e calmo, agora você não vai mais sentir os pés...só que o olho estava aberto, a imagem que via era de uma padaria parecida com loja de antiguidades, vivas e mortas, balcões, louças, padeiros, senhoras grisalhas enganando o tempo com tinturas acajú, crianças posando de velhas para ganhar respeito (qual? Elas por acaso respeitavam os velhos?) aquela bolsinha de moedas que era provavelmente do bisavô, o garoto tentando convencer o pai a comprar bobagens...e ele sentado ali, vendo tudo como um eterno deja vú mostrando as mesmas dores, os mesmos sorrisos ambíguos, o eterno vai-e-vem de pessoas que vão pra lugar nenhum vindas de nenhum lugar...e as estrelas, elas já estavam ali? Desde quando? Cadê o sol? Sentiu o olhar ainda ofuscado por ter olhado para ele ou era só o lacrimejar de um olho saudoso? Ah! As estrelas, é verdade, falávamos delas...parecem tão iguais, mas não são, me disseram que estão mortas, não parece...aquela que não brilha é um planeta, aprendi na escola, Vênus, não é? É o nome de uma deusa, era romana ou grega, não lembro mais...misturo tudo, mas tanto faz, só sei que era bela, por que foi mesmo que sua estátua não tinha braços? Talvez pela beleza dela que era tão grande, resolveram cortar os braços para ela não tocar ninguém, a impressão que dá é que ela devia transformar tudo em pedra...acho que misturei os mitos. Onde estava mesmo? Ah, claro, nas estrelas...iguais às que ele via nos olhos dela quando chorava ou sorria, que belo sorriso tinha, parecia sorrir com os olhos e não com a boca, faíscas saltavam e chegavam a queimar algum desavisado, ai daquele que não estivesse preparado, ficava perplexo olhando até perceber que ela nem via, tão absorta com suas estripulias, se existia um diabo bom devia estar ali dentro, ai como ela andava, jogando o cabelo que caia nos olhos, rindo dos tropeções que levava quando ia encontrá-lo. Jogava-se no colo dele como se fosse um colchão, encaixava o corpo e ficava ali, aninhada, o coração ainda palpitando forte mas a alma calma como gato gordo dormindo. E ele sorria malicioso vendo aquela criança em corpo de mulher, as pernas enlaçando o travesseiro, os braços corridos ao longo do corpo, os cabelos louros cobrindo parte do rosto, o peito arfante...como a desejava, meu Deus, e como era feliz naqueles breves instantes de silêncio reconfortante. Claro que o telefone ia tocar, ou o cachorro latir, mas a possibilidade de começar tudo de novo valia a interrupção.
O senhor está bem, quer alguma coisa? O que? Não obrigado, não quero na...aliás, quero sim, dá pra parar aquele ônibus? Como qual, não está vendo o rastro do brilho dela? Foi por ali, pra bem longe, e não volta...claro que o ônibus volta mas vazio, ela não vem, nunca mais, vai buscar pra mim? Não, dona, não estou louco não, só estou morrendo...não é besteira não, sei que disse isso mas no fundo sabe o que estou falando, alguma vez já apareceu um ônibus e levou seu amor? O meu não queria ir, tentou ficar ao meu lado mas o ônibus era maior e mais forte, não tive como lutar. E a senhora, já se deixou levar por um ônibus?

posted by Erika Bataglia at 17.4.05 | 0 comments

Uma Revolta

É assim mesmo, com "R" maiúsculo. Engraçado como as pessoas se enganam quando se fala em cultura no Ceará. Bem, como muitos devem saber, o Banco do Brasil está com uma programação especial no Dragão esse mês (aniversário de 6 anos desse "espaço Cultural") e entre as várias coisas que quero ver estava uma peça com o Pedro Paulo Rangel, Soppa de Letras, onde ele faz um monólogo levando para a poesia as grandes letras da MPB (e confirmando o que eu sempre defendi, que algumas letras de música são verdadeiras poesias)*.

Bem, a questão é a seguinte, tentei ligar milhões de vezes para o Dragão para ver o esquema de venda de ingressos (os poucos 120 do teatro de lá) e nunca tinha alguem para atender...fui lá várias vezes ontem, tentando comprar para hoje...e falavam que não vendiam com antecedência...fui hoje duas vezes, e não consegui comprar...porque tinham vendido com antecedência, dá pra acreditar? Fiquei louca! Ficou tão claro que eles estavam disponibilizando para algumas "pessoas" que a moça da produção até riu...e como eu sou desbocada mesmo falei o que pensava e ela tentou me ridicularizar...e saiu ridicularizada,claro. Era tão patético aquilo tudo! Depois reclamam que o povo cearense só quer saber de forró e cachaça...

* Tenho dois livros do Paulo Cesar Pinheiro com suas poesias. Algumas ele fez primeiro e depois alguém musicou, outras ele recebeu a música e colocou a letra. Várias vezes discuti com alguns amigos essa questão, alguns não acham que seja poesia, outras sim. Como atualmente a poesia não precisa ter, necessariamente, aquela métrica parnasiana, acredito que poesia é aquilo que nos faz sentir, que nos dá emoções, que nos transportam...e muitos grandes poetas brasileiros são músicos...ainda bem, assim a poesia pode ser também embalada por belas melodias e chegar mais cedo aos nossos ouvidos e nossos corações...

posted by Erika Bataglia at 17.4.05 | 0 comments

14 Abril, 2005

Dia triste em minha vida...

Soube ontem que minha vó morreu...não a que morava com a gente, mas a mãe do meu pai, vozinha que via pouco nos últimos anos por causa da distância mas que sempre nos recebia com um abraço e uma mesa posta, daquelas onde nada podia ser recusado...entre meus 10 e 14 anos muitas vezes dormia o final de semana em sua casa, perto da família toda, enorme e vizinha, e perto do meu pai. Ela morreu no sábado mas minha mãe não ligou para contar...soube ontem, e fiquei triste por não ter estado com ela em janeiro. Fui à São Paulo e estava meio que revoltada com meu pai, mesmo que tardiamente, pelo seu descaso com a gente, meu irmão e eu...sempre procurei estar perto dele e nesses momentos ele parecia estar tão feliz que me deixava confusa pois nunca me procurava, nunca ligava pra saber da gente...resolvi que não ia vê-lo nesse ano, acho que queria saber se ele sentiria minha falta, achava que não. O problema é que não ir vê-lo significava não ver todos os tios e tias e primos e primas,e minha vó, com seus 94 anos, também tão queridos. Quando me formei mandei o convite para ele, mesmo sabendo que não viria...no fundo só queria que ele percebesse que eu tinha crescido e conquistado algo tão improvável, meu diploma de Filosofia. Queria que ele entendesse que o fato de eu ter escolhido esse curso era meu desejo de sempre aprender mais, de ler muito, uma das poucas coisas que ele, acho que mesmo sem saber, me deu. Lia seus westerns de bolso e papel jornal, suas revistas Seleções...ainda criança, diga-se de passagem...e ontem soube que ele chorou quando viu meu convite...é triste isso...nunca soube ao certo o que ele pensava...um dia gostaria de entende-lo...

Minha vó cuidava dele, hoje não sei o que ele fará...espero que minhas tias possam ajuda-lo, mesmo que não concordem com sua maneira de viver...

posted by Erika Bataglia at 14.4.05 | 3 comments

12 Abril, 2005

Sobre as expectativas

Sabe o que é pior que estar super cansada e ainda ter que ir à aula? Chegar lá e ficar 3 horas ouvindo um monte de abobrinhas e ter certeza que poderia estar usando esse tempo precioso para coisas mais interessantes...e importantes.

posted by Erika Bataglia at 12.4.05 | 4 comments

Perguntar não ofende (ou não deveria)

Por que não posso sentar sozinha num café (não bebo café, mas capuccino sim), folhear uma revista, olhar ao redor sem ser importunada? Onde é que está escrito que toda mulher sozinha está disponível para as cantadas mais imbecis do mundo?
Por que os homens insistem em elogiar nossos belos olhos e não nossas belas poesias (escritas, faladas, vividas)?
Por que as pessoas perguntam se está tudo bem se não vão ficar para ouvir a resposta?
Por que as fofocas são mais importantes que as ações?
Por que é mais difícil para uma mulher provar que não assiste novela? E por que no caso dos homens parece implícito que novela não faz parte do repertório? (ah, e como faz...)
Ok, as excessões estão aí (meu amigo Marcelo Amoreira sempre elogiou meus escritos) mas tem certas coisas que incomodam, incomodam...Como eu sempre digo, só me beija quem eu deixo...mas tem hora que é chato aguentar gente estúpida.
É isso.

posted by Erika Bataglia at 12.4.05 | 0 comments

11 Abril, 2005

Resignificar

Estava estudando psicanálise hoje na aula...falou-se muito em resignificação...tem horas que tudo o que eu quero é poder dar novo significado às coisas da minha vida...

posted by Erika Bataglia at 11.4.05 | 0 comments

10 Abril, 2005

À Espera de um milagre

À Espera de um milagre

A flor rompeu em um dia claro de primavera. Suas pétalas rubras brilhavam refletindo a luz de forma exuberante, cálida. Ao olharmos mais atentamente percebíamos um leve sorriso na pequena boca escondida, sorriso profundo em essência, mas temeroso. Se alguém percebesse tamanha felicidade poderia num momento desesperado de ciúme cortar seu talo e, ao vê-la tombar, sorrir o riso dos invejosos. De forma discreta a bela flor continuava ali, banhando-se na luz do seu rei, alimentando-se do seu calor, aninhando-se na sua idéia. Durante o dia tinha seu calor no corpo e à noite em suas raízes, continuamente aquecidas apesar da escuridão. Não o via, pois dormia, mas sabia que estaria ali ao acordar.

Era tão jovem ainda, bela e forte, que seu grito de morte assustou, ecoou tomando o mundo. Sem que esperasse, uma nuvem negra havia pousado no seu rei. Sempre estivera ali mas em seu sonho a flor não a via. De repente não mais o calor, não mais o carinho. Ele continuava lá mas somente sua claridade chegava até a flor que, murchando, soltava o orvalho recolhido da noite em forma de lágrimas que escorriam por suas pétalas agora pálidas, banhando a terra ao redor e matando a vida com o sal deixado. Em vão tentava voltar a sentir seu calor, debilitada que estava. O pior eram as noites com suas raízes frias, insone à luz da lua esperando amanhecer o dia.

Lutava para ignorar a sombra que impedia seu renascer. Seu frágil corpo estava se apagando, impotente a esperar o suspiro final que deixaria o vento espalhar suas pétalas secas.

Entretanto, quando já não havia esperança, sentiu percorrer em seu corpo um leve calor de outono. Sorriu, um sorriso não tão esplendoroso, mas verdadeiro. Deixou-se tocar pelo seu rei de forma completa, estendia para ele suas pequenas folhas em sinal de gratidão e principalmente de esperança. Renovada, tornou-se novamente exuberante. Mas seu sol já não a aquecia tanto e deixava suas raízes frias à noite. A flor, desesperada, tudo fazia para que seu rei voltasse a brilhar como antes mas, inexperiente que era, não percebeu que ele já não refletia tão fortemente sua luz.

Apesar disso seu calor a fecundou, mas tão fraca era a luz que a semente murchou. Nada mais podia ser feito. A luz sumiu, a flor secou. Nada mais.

posted by Erika Bataglia at 10.4.05 | 0 comments

Dor do amor que fica

Dor do amor que
fica

Sinto o corpo pesar
Doença maldita
Desdita impostora
Que meu sangue habita
Que aperta o peito
E que faz ferida
Nada impõe de novo
Simplesmente aflita

Dor que massacra o dia
Atormenta as noites
Nunca despedida
Dor que eriça pêlos
Mata a juventude
Pardo desespero

Dor que desalenta a vida
Que mantêm alerta
Apesar de finda

Dor que me come fria
Que me vê amarga
Que me faz contida

Dor que envolve os seios
Bebe do meu mel e

impede a vida
Dor real
Dor sofrida
Dor do
amor que fica

posted by Erika Bataglia at 10.4.05 | 0 comments

08 Abril, 2005

Perdido

Andou à beira do lago cor de folha em dias quentes de primavera como quem não via. Molhou os pés na lama que lhe iam até as canelas mas não sentia. Respirou os primeiros ventos da manhã mas seu peito tremia, empapando a garganta com aquela angústia fria de quem não vive, como se tudo à sua volta fosse um quadro surrealista pintado por outro alguém. Não sentia-se parte, nem sentia-se todo. Andava sem pressa nas pernas mas voando na cabeça, sem perceber a chuva que teimava em cair dura e fria, envolvendo seu corpo doente e dando-lhe calafrios díspares. Caiu sentado numa pedra e alí ficou. Esperou em vão pelo último suspiro que viria, mas não veio.

posted by Erika Bataglia at 8.4.05 | 0 comments

07 Abril, 2005

Ainda sobre o Orkut

Ok, sei que quem vê minhas comunidades pensa...O que tem a ver Psicanálise com Smurfs, Filosofia com Rogério Ceni, Fernando Pessoa e Maria Bethania com Friends, Cecilia Meireles com Mafalda? Bem, tudo, eu diria. Achei muito legal a comunidade dos Anos 80, as Discussões no Filmes e Psicanálise, as perguntas cretinas do Eu odeio gente burra...O interessante é saber que posso reencontrar-me com o passado sem deixar quem sou hoje, misturar a menina moleca com a futura mestranda, reencontrar os amigos distantes e perceber o que eles se tornaram hoje, conhecer novos amigos e trocar com eles experiências interessantes...

Apesar das críticas, ainda acho o Orkut interessante...

...E é muito bom entrar na Comunidade do São Paulo e encontrar corinthianos tentando minimizar a importância do Campeonato Paulista...
É isso!

posted by Erika Bataglia at 7.4.05 | 0 comments

Sobre As Conchas, de Verlaine

Sou uma e sou outra, e ambas me representam...ainda ontem falava do Poetinha (machista, sim, mas que mulher não se renderia à ele?) e hoje estava em busca dos malditos...O que é ser maldito? Quem determina quem é maldito? Quantos poetas são considerados malditos, esquecidos na academia e ignorados pelo público?

Odeio esse falso moralismo cristão que acha inapropriado falar certas coisas nos livros "didáticos", que impede que palavras "de baixo calão" (sempre achei esse termo absurdo, mas...) sejam impressas nos livros que servirão às nossas crianças...Quanta hipocrisia...ver bundas rebolantes no sábado à tarde pode, músicas de único sentido (aquele) pode, roupinha da mamãe na filhinha e mamãe querendo ser garotinha pode...mas falar de sexo em livros didáticos? Só no estudo da Biologia (começam pela reprodução das amebas, vão pras minhocas, quando chega-se ao corpo humando tudo não passa de informação crua). E olhe lá! Falar de desejo, de sentimento, de paixão, nem pensar, estaríamos incitando nossas crianças à busca precoce do prazer, o amor não seria mais importante, bastaria o ato puro e simples...

Bem, ontem soube de um garoto de 16 anos feliz por ter "perdido a virgindade" com uma garota que o escolheu para ser seu "primeiro"...ele não tinha pressa, apesar do bombardeio erótico vigente.
Outro achou que tinha engravidado a namorada (ambos com 16 anos). No livro da escola não faltaram informações sobre camisinha ou pílulas...
Muitos brincam de encher a camisinha e soltar como bexiga mas não sabem exatamente como usa-las...
Alguns garotos de 14 ou 15, outros com mais idade, acham um absurdo sair beijando várias meninas na mesma festa...
Algumas meninas beijam quem e quando querem...apesar de outras ficarem competindo para ver quem "pega" mais gatinhos...

Não suporto essa mania de achar que homem pode tudo e mulher não, pois fica "mal falada" (É, estamos em 2005 sim, todo mundo finge que não mas na verdade muitos ainda pensam assim). Também não acho que pra se mostrar moderna a mulher tem que sair por ai dando pra todo mundo...É o poder da escolha que conta. E não a escolha "por livre e expontânea pressão", mas aquela desencanada, fazendo de conta que ninguém vai saber, só você.
Escolher e ser escolhida, essa é a questão.

AS CONCHAS
Cada concha, no interior
dessa gruta onde a gente se ama,
tem o seu especial sabor.

Uma, a púrpura tem da chama
roubada ao nosso coração,
quando o desejo nos inflama.

Finge esta a tua lassidão
se me vês, pálida e irritada,
a olhar-te cheio de intenção.

Nesta, a tua orelha é imitada
com graça; e aquela copiou
tua nuca rósea e torneada.

Uma, porém, me perturbou.
(Verlaine
)

posted by Erika Bataglia at 7.4.05 | 0 comments

05 Abril, 2005

Sobre o cd do momento...

É claro que não poderia ser outro...

Maria Bethania canta Vinícius...Que falta você me faz.

Preciso dizer que é maravilhoso? Belo, belo, belo....perfeito...

"Maria Bethânia canta como uma jovem árvore que queima numa crepitação de madeira que se extingue pra o alto.
Tudo é combustão nessa extraordinária cantora cuja a voz nos veio da Bahia, para transmitir uma mensagem de amor e poesia como raramente acontece.
Seu canto é livre e puro, mas não de uma pureza casta e desumana: é o encontro do céu com a terra, um casamento do mundo com o infinito. Nela o timbre crestado, com uma qualidade de juta, é um dos componentes mais humanos; mas seu canto se eleva mais alto, lírico, embriagado de espaço, cravejado de estrelas.
Maria Bethânia canta com a liberdade dos pássaros para fora e para cima, mas sem perda dessa intimidade fundamental à comunicação"
. (
Vinícius de Moraes)

Essa mulher é incrível...dona da voz mais bonita do Brasil, discípula dos grandes mestres mas de uma simplicidade à toda prova, ouvi-la me faz arrepiar e assistir ao seu show me deu uma certeza ainda maior de sua grandiosidade...que beleza, que presença, que simpatia...tudo nela é seu sorriso, um sorriso aberto mas tímido, um sorriso que vai saindo meio assim devagar e quando percebemos já nos contagiou, acabamos sorrindo também, um sorriso envergonhado mas feliz...Bela Bethania, que seus sorrisos e seus ais possam contagiar outros tantos para sorrir também...

posted by Erika Bataglia at 5.4.05 | 2 comments

Hoje...

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu
mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer
entendimento" Clarice Lispector.

Eis que surge mais um dia angustiante em minha vida...tanto por fazer e tão pouco tempo...as tristezas de ontem continuam mas espero que o amanhã me reserve beijos em forma de borboletas...

posted by Erika Bataglia at 5.4.05 | 0 comments

04 Abril, 2005

Perguntar não ofende...

Aliás, muitas vezes ofende sim... mas:

- Por que as pessoas ignoram as setas dos carros? Custa muito simplesmente fazer um movimento para informar que vai entrar à direita ou à esquerda?

- Por que as pessoas reclamam tanto da falta de respeito das outras mas na primeira oportunidade tentam se aproveitar?

- Por que sempre apertam os dois botões do elevador? "Meu bem, se vai subir aperte a seta pra cima, se vai descer a seta pra baixo" (devia ter uma gravação dizendo isso toda vez que alguém se aproximasse do elevador)

Aliás, quando a porta abre, primeiro as pessoas saem e depois as que estão fora entram...pura lei da física...
Ficar apertando várias vezes o botão não acelera a chegada...
Ficar na porta atrapalhando quem vai descer antes também não...

É no óbvio que as pessoas mais erram...

posted by Erika Bataglia at 4.4.05 | 2 comments

Alguém para dividir os sonhos...

Esse é o título de um filme mas para mim é uma das frases mais lindas que há...De que adianta a vida sem as pessoas que dividem sonhos com a gente? Desde aquela amiga distante até a pessoa que nos acompanha no dia-a-dia, acredito que ter alguém dessa maneira é fundamental...

Não sei o que sou mas sei o que quero...Quero poder olhar ao meu redor e me reconhecer nas pessoas queridas, quero poder ser importante na vida de alguém, quero que meu filho tenha orgulho de mim e que possa levar pela vida exemplos mais que palavras...quero alguém que me faça acreditar ser possível o amor eterno, aquele da entrega total, mesmo que para isso tenha que estar distante...quero poder ver o mundo com olhos doces e sem a angústia de não se saber vivo, amanhã...quero ter forças para continuar lutando e alguém pra lutar comigo, que me mostre o caminho, que me faça crescer. Alguém que não se acomode com as dificuldades de hoje mas parta em busca de um sonho pro depois, quando muito já foi feito e por isso mesmo ainda há muito o que fazer...quero poder viajar e conhecer pessoas, culturas, diferenças...não quero o óbvio mas quero poder passar uma tarde de sábado em casa assistindo jogo com meu filho, assim como quero poder sentar e ouvir as histórias da minha mãe...quero poder ler um livro sem precisar, só porque é bom, quero ter tempo para ouvir uma música sem estar fazendo outra coisa que não prestar atenção á cada detalhe do som, da melodia, da letra, e lembrar que aquela música tem tudo a ver com alguém e correr para contar...Quero viver a simplicidade sem abrir mão do sofisticado, poder escolher sem ser escolhida. Ir a um bar porque os amigos estarão lá e não para ver e ser vista, ter alguém que diga que aquele vestido não caiu tão bem ou o batom está exagerado, colocar uma flor no meu cabelo e me dar um sorriso, alguém que viva o momento mas que também se prepare para o futuro, alguém que sonhe e possa dividir os sonhos...

posted by Erika Bataglia at 4.4.05 | 0 comments

Eis que surge um Campeão!

Com a devida antecedência, eis que meu Tricolor põe no peito a faixa!
E vamos pra frente que esse ano ainda tem muito título para conquistar!

posted by Erika Bataglia at 4.4.05

03 Abril, 2005

Farra na casa alheia

Sexta foi ótimo...apesar do cansaço da semana é sempre bom estar entre amigos e ouvir música boa...A dita "farra" foi ótima mas tinha que acordar "cedo" (lá pelas 9) no sábado para ir à sessão de Psicanálise no Dragão do Mar, que acontece sempre no primeiro sábado do mês...Fui pra lá morrendo de sono e ressaca moral mas feliz por poder assistir à um filme bom e ainda ouvir a discussão depois mas...não houve a sessão...cheguei no Dragão e não tinha nada...voltei pra casa determinada a dormir o dia todo pra compensar a raiva. Ainda bem que os amigos não deixaram isso acontecer evieram pra cá, naquela velha receita de carnes várias e bebidinhas muitas. E até tarde, claro (alguns sempre ficam pra dormir...). Foi muito bom, apesar do Alex ter brigado comigo o tempo todo...mas a vingança veio a galope, entrem no orkut e vocês verão!

Tenho um relatório gigante pra fazer...volto depois para falar sobre algumas angústias...

posted by Erika Bataglia at 3.4.05

01 Abril, 2005

Por brilho

"Onde vá
Onde quer que vá
Leva o coração feliz
Toca a flauta da alegria
Como doce menestrel

Onde vá
Onde quer que eu vá
Vou estar de olho atento
à tua menor tristeza
por no teu sorriso, o mel

Onde vá
Vá para ser estrela
As coisas se transformam
E isso não é bom nem mau
E onde quer que eu esteja
O nosso amor tem brilho
Vou ver o teu sinal."
(Oswaldo Montenegro)

Eu não entendo as críticas feitas ao Oswaldo...ele é um artista completo, um cara verdadeiro e tem uma voz que eu adoro...Essa música ele escreveu para sua grande musa, Madalena, flautista que o acompanha desde o início da sua carreira. Eles namoraram por um tempo e depois se separaram, mas eu nunca vi um casal tão unido...Eles tem um amor tão grande pelo outro que é difícil de acreditar e dá uma certa inveja...não que eu conseguisse ter uma relação assim mas é bom saber que se pode amar sem possuir o corpo do outro, deixar que ele siga o seu caminho e encoste sua face em outras faces (esse trecho é de um outro exemplo de entrega total...Ausência, do Vinícius, depois eu posto)...Acho essa relação de uma entrega completa. Deve ser duro pra Paloma, mas ela até que está bem entre os dois...

posted by Erika Bataglia at 1.4.05 | 0 comments

Sobre o dia da mentira

Claro que, logo cedo, fui pega numa brincadeirinha pela colega Marília...ainda bem que foi relativamente ligth mas eu deveria saber que alguém (e muito provavelmente ela, que é a piadista da turma) iria fazer uma pegadinha...as pessoas abusam da minha ingenuidade e credulidade...:o)

Seria tão bom acordar hoje e saber que é mentira que o mundo está se consumindo em guerras ridículas e insanas, que é mentira que as pessoas não sorriem para você ao entrar num elevador ou numa sala só por não te conhecer, que o dólar não vale quase 3 reais e ai em dezembro eu poderia ir de novo pra Disney mas agora com meu filho, que todos os problemas dos meus amigos são mentirinhas só pra dar graça à vida, saber que é mentira que minha mãe está preocupada em ter ou não serviço pra pagar suas contas, que é mentira que ela tem que deixar de estudar, que é o que a deixa tão feliz, para poder trabalhar muito...que é mentira que eu não consigo ajudá-la mais, apesar de lutar tanto...que é mentira quando tantos estão sem ter o que comer e onde morar mas ainda assim tem esperança...saber que é mentira que todos são egoístas demais para olhar para o outro, que meus amigos mais queridos da infância se perderam e não mais poderei vê-los...que é mentira que tudo é tão corrido e não sobra tempo para ter uma pouquinho de nós mesmos, sozinhos mas felizes...que é mentira que aqueles médicos que eu visitei com tanto entusiasmo na verdade não vão prescerver meus produtos...que é mentira que meu filho vai ter que viver num mundo ainda mais difícil que o meu pois não se pode mais brincar na rua nem passear com os amigos de madrugada...

Queria muito que fosse mentira que a felicidade não existe...

Sade/Messalina

Messalina e Sade, o encontro histórico da fome com a vontade de ser comida.
(Millor Fernandes)

posted by Erika Bataglia at 29.5.05 | 1 comments

28 Maio, 2005

Aforismos sem juízo

"Na cultura antropofágica brasileira, os criticados só sabem pedir a cabeça do crítico. Mas jamais vão conseguir lhe tirar a mente."
Daniel Piza

posted by Erika Bataglia at 28.5.05 | 0 comments

A mulher é mais honesta que o homem?

Pergunta feita no Saia Justa...

Eu acho que as mulheres podem mentir melhor que os homens, mas os homens tem mais experiência nisso. Eles mentem há mais tempo, já que à mulher nem falar era permitido. Mas eles são meio fraquinhos, pra mulher sempre é mais fácil perceber quando um homem mente que o contrário. Nelson Rodrigues evidencia essa característica, mostrando nos seus textos a mulher sonsa, cara de anjo e alma de puta. Difícil é falar o que se pensa ou fazer o que se quer. Liberdade, como eu já disse, é algo feito pra se buscar e nunca pra se ter. E essa é uma das grandes angústias da vida.

posted by Erika Bataglia at 28.5.05 | 4 comments

Diogo Mainardi...

Muita gente odeia esse cara (A Val é uma delas) e tenho que admitir que em alguns momentos ele exagera. Mas nem sempre. Criticar é algo que poucos fazem e acho que ele está mais perto do jornalismo ideal que outros patéticos jornalistas que só escrevem o que é palatável. Falta um pouquinho mais de rigor e menos marketing pessoal.

Estava num consultório terça e vi uma reportagem sobre o Diogo. Criticando-o por ter criticado Fortaleza. Página inteira, com vários "famosos" cearenses dando sua opinião (todas contrárias à ele, claro). Não tinha lido ainda a tal coluna, e fui atrás. Só consegui ler agora...E não vi nada demais no que ele disse. Pior que o que ele escreveu é dar uma página inteira pra alguém criticar o que ele escreve, muitas vezes sem nem conhece-lo. Procurando a matéria no google achei uma carta de cearenses apoiando-o. Ei-la:

Prezado Diogo,

Vivemos a contragosto em Fortaleza e estamos nos manifestando em apoio a seu criticado artigo “Estou Ficando Rico”. Para poupar-lhe de extensa e incômoda pesquisa, adiantamos alguns dos motivos pelos quais você realmente não deve pôr os pés nesta cidade:

1- Shows de humor patéticos freqüentados pela “classe média alta”, que acontecem em uma pizzaria num “bairro nobre”. Fique avisado de quem são os humoristas e mantenha-se longe deles: Motoca, Rossicléia, Lailtinho Brega, Zé Modesto, Raimundinha, Eskolástica, etc.

2- O cenário musical local resume-se a shows com repertório da Jovem Guarda executado por Luizinho e banda; orquestras mofadas como Fonseca Jr. e banda, com o convidado especial Ivanildo e seu sax de ouro; bandas de “forró” com nomes esdrúxulos, que são uma verdadeira praga (Calcinha Preta, Forró Cariciar, Caça Cabaço, Garota Safada, Cheiro de Menina, Mastruz com Leite, Banda do Ratinho, Café Cuado e outras talvez piores); pagode de qualidade duvidosa e a chamada “música de barzinho”, que contempla o pior da MPB (se é que existe...).

3- As atrações turísticas são as seguintes:3.1. A famosa Beira-Mar, onde os estrangeiros tomam seu banho de mar poluído pela manhã, fazem uma saudável caminhada à tarde, se entretem em algum restaurante especializado num prato típico (peixada) à noite e fazem turismo sexual full-time. Detalhe: as “garotas”, em sua maioria descendentes dos índios Tapeba do município de Caucaia, exibem seus cabelos loiros tingidos com água oxigenada.
3.2. A estátua de Iracema, que ganhou fama recentemente com a exposição de sua musa inspiradora Natália Nara no Big Brother Brasil 5 e posterior Playboy. Fica localizada na fétida Lagoa de Messejana, um bairro de periferia caótico.
3.3. O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, orgulho do povo cearense, é o lugar mais inútil da cidade. Vagabundos passam o dia inteiro embaixo do planetário fumando maconha misturada com estrume de boi e escrevendo poesia “concreta”; os “cultos” e os desavisados pagam uma taxa para visitar o Memorial da Cultura Cearense, com uma exposição permanente de candeeiros de zinco, panelas e potes de barro, indumentárias de couro e imagens religiosas de gesso, tudo importado do Mercado Central de Juazeiro do Norte. O fundo musical é composto por gravações de aboios (o canto do vaqueiro) e dá a impressão de sofrermos uma lobotomia.

4- E por fim a Ponte dos Ingleses (ou Ponte Metálica), atualmente freqüentada por assaltantes, foi um ponto de encontro onde os jovens se juntavam para tocar ao violão os hits do Pessoal do Ceará (Fagner – execrável – e seus falidos amigos).Mas se você quer uma aventura cinematográfica à la Mad Max, visite a Feira da Parangaba (vulgo Feira dos “Passarim”) e vá direto para a Barraca do Índio, onde verá seres pós-apocalípticos e velhos bêbados dançando com mulheres ordinárias. Diogo, estamos com você. Abaixo Fortaleza, Natal, Belém, Maceió, Aracaju, São Luís, Salvador, Teresina e, claro, Cuiabá. E Fausto Nilo também. (vide Caderno 3, página 5, do Jornal Diário do Nordeste de 20 de maio de 2005)

Socorro Araújo – socorroaraujo@lycos.com Patty Diphusa - diphusa@hellokitty.com Érica Correia – ericascorreia@yahoo.com.br

Acabei de passar uma semana como cicerone de um grupo de paulistas e foi realmente difícil mostrar algo que não o que foi descrito acima. Até porque é o que todo mundo quer ver quando chega aqui. E continuamos como uma terra linda e sem cultura, baseada principalmente no humor sarcástico e na lembrança de tempos que não voltam mais.

Alguém aí já leu Daniel Piza? Ele também critica de forma enfática o que não convence, mas como só escrevia na Gazeta Mercantil ninguém conhecia. E além das críticas mostra os caminhos entre as pedras para se chegar ao que vale a pena na arte. Vale a pena conhecer.

posted by Erika Bataglia at 28.5.05 | 0 comments

Uma semana depois...

Lagoinha Posted by Hello


Semana longa essa...Vários pontos turísticos na cidade e ainda Mundaú, Fleixeiras, Lagoinha, Cumbuco, Lagoa do Banana, Taíba, Pecém...várias praias do sol poente e eles ainda foram pra Canoa, Praia das Fontes e Morro Branco...Em uma semana fizeram mais praias que muita gente em um mês...acho que gostaram...Eu, pelo menos, fiz o que pude, com minhas limitações de tempo e o Marlon doente.

Acho que o Marlon gostou do fato de eu dar atenção ao pai dele e sua nova família...isso é o que importa.Mas hoje estou absolutamente exausta...perninha pro alto e muita tv pra compensar.

posted by Erika Bataglia at 28.5.05 | 0 comments

25 Maio, 2005

Chico Buarque Brasileiro do Século

O Maravilhoso Chico foi eleito o brasileiro do século na música pelos leitores da Revista IstoÉ. Alguma dúvida? Mas tem o Tom também...acho que poderia ser um empate técnico, mas o Chico agora é Pop, e imagem é tudo, não é?

posted by Erika Bataglia at 25.5.05 | 4 comments

Caos

Caos...essa é a palavra pra descrever meu dia de ontem...caos no mundo e dentro de mim...tudo dando errado e eu indo em frente...pensando no futuro, repensando meu passado, alugando o ouvido do Danilo, reclamando de tudo e ainda sonhando ( não sei como ainda sou uma sonhadora)...De bom apenas a notícia que meu filho melhorou, que é o que realmente importa...

posted by Erika Bataglia at 25.5.05 | 2 comments

24 Maio, 2005

Melinda e Melinda

Eu adoro o Woody Allen, simples assim.

Sei que a crítica tem dito que os filmes mais recentes dele não são tão expressivos e importantes para o cinema quanto os antigos mas, ainda assim, Melinda e Melinda não passa despercebido.

Só não foi melhor porque eu estava ansiosa com o telefone (não sabia a que horas chegaria a comitiva) e me desconcentrei um pouco...filme para ver de novo, com certeza.

Pena que cheguei na hora do filme e só encontrei o Ailton e o Zé Maria na saída...vontade de conversar mais mas tinha que voltar pra casa...E ainda dei uma passadinha pra tomar um gole de cerveja com Alex e Germana, antes de ir receber a turma...

posted by Erika Bataglia at 24.5.05 | 2 comments

Moça com brinco de pérola

O Quadro do Veermeer é lindo, já o filme nem tanto...achei um pouco cansativo, apesar da bela fotografia, gosto muito do Colin Firt (adorei-o tentando falar portugues no filme Simplesmente amor) e no Bridget Jones...mas não me convenceu como o pintor atormentado do filme. Incrível foi a caracterização da Scarlet Johanson, ficou muito parecida com a moça do quadro...

Queria ter visto no cinema...

posted by Erika Bataglia at 24.5.05 | 0 comments

Coisas da modernidade II

Sábado, uma e pouco da tarde, toca o telefone, prefixo alí da Praia de Iracema, eu penso-Legal, elas chegaram-e atendo...do outro lado uma voz conhecida diz: Oi É! Bem, junto com a esposa e cunhada de meu ex veio o próprio, e a sogra...

Fiquei surpresa e feliz, o Marlon iria adorar ver o pai dele-apesar de estar meio doente, garganta de novo-e fui buscá-los no hotel. Levei-os lá pra casa, passamos um tempinho e fomos todos (mais Rafael e Danilo) pro Lupus bier-e encontramos lá Galba Fabiano Eduardo e digníssimas...Show da Rossicléia interessante (e eu rezando pra ela não vir na mesa e descobrir que de um lado estava meu noivo e do outro meu ex marido). Domingo fomos pra Pecém (uma rápida olhada) e Taíba. E Dragão do Mar, claro.

Mas o Marlon piorou...ontem levei-o à médica, comprei a lista que ela passou, fui pra casa fazer sopa e fiquei monitorando a febre, que demorou pra passar. Não pude sair com eles à noite e hoje tenho aula. Felizmente quinta e sexta eu não trabalho e vou tentar compensar dando uma atenção maior.

Please, quem souber de lugares interessantes pra quem é de fora me avisem, já quase cearense que sou não sei mais essas coisas de turista...

E quem quiser ir pra alguma praia (tipo Lagoinha e Mundaú) ou Canoa na quinta me avisem também, até porque num carro só não cabe a família toda...acabo revezando entre o Marlon e o Rafael pra acompanhar a comitiva...

posted by Erika Bataglia at 24.5.05 | 0 comments

20 Maio, 2005

ABAIXO A FALSA MODÉSTIA!

Ví um cartaz assim numa revista...tô dentro e assino embaixo, o que é bom tem que ser valorizado, o que é bonito tem que ser mostrado e vamos parar de dizer: Eu? Imagina, bondade sua...

Fora a falsa modéstia! Fora também com o auto-umbiguismo!

(É, nem um exagero nem outro, um pouco de lucidez nesses dias de novo século)

posted by Erika Bataglia at 20.5.05 | 3 comments

Aos meus amigos, novos e antigos...

"Eu poderia suportar , embora não sem dor,que tivessem morrido todos os meus amores,mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,embora não declare e não os procure sempre ... " (Vinicius de Morais)

posted by Erika Bataglia at 20.5.05 | 1 comments

Coisas de mulherzinha

Tá, toda mulher quer se olhar no espelho e se achar linda, cabelos brilhantes, saudáveis, unhas bem feitas, visual novo, etc. Mas tem coisa MAIS CHATA que ir à salão de beleza?

Bem, eu nem estou falando daqueles dias e horas de "rush", quando a peruada entra em transe em busca do melhor tom louro-mel-da-Alinne-Moraes. Não, estou falando daquelas horas inóspitas, movimento quase zero, você entra e vai tirando as teias de aranhas do caminho...e, bem , de cara eu tenho que explicar que minha pele é sensível (não, não é frescura,dói mesmo, arde, irrita a pele, fica inchado...) e a manicure te olha como se você fosse um alien. Também não pode usar qualquer esmalte, irrita a pele (devia ter nascido rica pra compensar todas essas limitações-sempre é mais caro produto pra quem tem pele "delicada"). Ah, e a depilação, como ainda não inventaram algo menos doloroso-e menos caro que laser-pra acabar com esse martírio? Me sinto na Idade Média...

Chato em salão é barulho de secador, dor na hora de passar shampoo, dor na hora da escova, cabeleireiro que não respeita teus gostos, pinsada na cutícula, revistas Caras e Claudias (velhas) espalhadas, conversa sem graça, cheiro de formol ou algo assim, tempo perdido, dignidade também (homens, vocês não imaginam como fica uma cabeça cheia de troços inomináveis e coloridos) e ainda a dor na hora da conta...

Bem, pelo menos a conta eu consegui diminuir, achei um salão com um preço muuuito bom, bem no meio do Bairro de Fátima, o que me proporciona participar dessa câmara de horrores na hora do almoço (que não ocorreu,ou comia ou ficava bonita).ainda bem que é só de vez em quando...

Mas, tenho que confessar, passado o terror vem a calmaria...e é bom a gente se sentir bonita, mesmo que ninguém veja pois você vai se enfiar num consultório e continuar trabalhando a tarde toda...

posted by Erika Bataglia at 20.5.05 | 0 comments

Coisas da modernidade...

Ontem meu ex-marido ligou. Aproveitei pra lembrá-lo dos 5x1 que meu time deu no dele e passei a ligação pro meu filho, que alguns segundos depois me dá o telefone de novo, - meu pai quer falar com você- . Era pra avisar que a mulher e a cunhada dele vão passar uma semana aqui em Fortaleza (meu filho adora a cunhada, que sofreu um acidente grave ano passado e, felizmente, se recuperou). Pediu pra eu mostrar o Dragão do Mar pra elas, disse que elas virão com pacote e vão ficar no hotel, mas sei que elas poderiam ficar lá em casa. Achei muito bacana isso, não a conheço pessoalmente mas ela me parece boa pessoa, simpática, trata bem meu filho e isso pra mim é tudo ( teve uma ex que não gostava do meu filho porque ele é minha cara, é mole?). E estou ansiosa pra sair com elas e o Marlon, queria inclusive a ajuda dos amigos pra recebê-las bem, mostrar o que essa terra tem de bom mesmo ( e não só aquele city-tour óbvio), porque muitos paulistas ainda acreditam sim que aqui só tem praia e ponto. Tem praia linda sim, das mais belas, mas tem também gente interessante, gente culta, lugar bonito, lugar com cultura, e, bem, quase tudo de bom que precisamos pra viver bem.
Espero que seja uma semana legal.
Ah, e quando perguntada se eu queria algo de SP, disse que alguns Bolos Pullman seriam ótimos. Quem já comeu o tal bolo sabe do que eu estou falando...
é isso.

posted by Erika Bataglia at 20.5.05 | 0 comments

19 Maio, 2005

Só para lembrar...

Meu tricolor paulista ganhou de novo...Minha mãe deve estar triste (nem vou ligar pra ela esses dias), assim como vários amigos palmeirenses...c'est la vie! E rumo à vitória na Libertadores!

posted by Erika Bataglia at 19.5.05 | 2 comments

17 Maio, 2005

Consegui organizar os meus Cd's!

Finalmente! Não, ainda não cataloguei-os (já seria demais) mas estou caminhando para isso.
Recebi o móvel que havia projetado e solicitado em Novembro! Ainda bem que foi rápido...

Gostaria de agradecer ao mui estimado amigo Ebster que teve pulso firme quando eu quase desisti...valeu a pena, ficou lindo! Bem, no móvel cabem 900 cd's e eu, com mais ou menos 100 cd's perdidos, só tenho 300 e poucos...mas bastante espaço e muito o que adquirir. Queria reiterar meu pedido aos amigos que me emprestem seus MP3s, cansei de ser das únicas a só comprar cd original...os da Biscoito Fino eu continuarei comprando, mas os das grandes gravadoras não terei o menor pudor em copiar, eles que se virem pra baixar o preço...

Não, ainda não quero dar uma festa pra comemorar, preciso aproveitar bastante cada momento dessa nova fase de minha estimada coleção...tá arrumadinho demais pra deixar bagunçar..rs...mas quem sabe no meu aniversário?

Pretendo catalogar livros e cd's, por favor, quem tiver algum programa legal e fácil de manejar me avise, ok? Também estou pesquisando quais cd's e livros estão emprestados, não precisa devolver (depende) mas só preciso saber pra dar continuidade ao meu ímpeto de organização,ok?
É isso.

posted by Erika Bataglia at 17.5.05 | 1 comments

Quantas vezes nos deparamos com bifurcações e ficamos em dúvida quanto a direção a ser tomada?
É impressão minha mas, na maioria das vezes, simplesmente seguimos o caminho previsto, só porque é menos arriscado? Se é assim, podemos então falar em escolha?
Toda escolha tem seus "se"..."Se" fulano me ligar eu vou, "se" receber outra proposta eu saio, "se" guardar dinheiro eu faço...O que aconteceria com nossas escolhas se todos os "se" fossem eliminados? Se pudéssemos escolher livremente, sem pensar num propósito ou noutro? Que isso é impossível eu sei, há tantas contingências pelo caminho mas tente, por um minuto apenas, relacionar as coisas que mais tem vontade de fazer ou aquelas decisões tomadas no passado e hoje diz que foram "escolhas" mas no fundo tiveram os "se" para direcioná-las...você faria exatamente as mesmas coisas?
O que aconteceria se não tivéssemos os "se" aos menos uma vez na vida?

posted by Erika Bataglia at 17.5.05 | 2 comments

Máscaras...

Tanto que se quer gritar mas se cala
Tanto que se fala quando se devia calar
Duro é viver sem liberdade...

posted by Erika Bataglia at 17.5.05 | 0 comments

15 Maio, 2005

The Godfather

Parece uma hipnose...peguei o carro, fui indo, indo, parei na locadora e saí de lá com os três capítulos de O Poderoso Chefão...Agora tenho que correr ainda mais pra ter tempo de assistir aos dvd's (duplos!)...volto mais tarde...

posted by Erika Bataglia at 15.5.05 | 4 comments

14 Maio, 2005

Acho que chegou a hora de falar a respeito

Até então permaneci em silêncio, mas preciso falar. Há 5 meses e 16 dias, pra ser bem exata, algo aconteceu e me deixou bastante triste. Estava num momento maravilhoso, a dois dias do Ano-Novo, junto da italianada querida, quando levei um susto com a falsidade de quem eu considerava como irmã. Traída e magoada, sofri muito para tentar compreender o que tinha feito eu me doar tanto a alguém e não perceber que a recíproca não existia. Provavelmente foi a vontade de fazer-me querida, importante para alguém. A partir daquele momento meu coração rompeu e nada restou do sentimento, assolado pela mágoa. Essa pessoa faz parte de um passado que não poderei apagar, mas que não me será mais motivo de tristeza. Seria apenas isso se na ocasião outras pessoas não tivessem sido envolvidas. Pessoas muito queridas, amizades que prezava tanto quanto aquela, a amizade que deixa portas abertas o tempo todo, para compartilhar sorrisos e angústias. Com os ânimos alterados, foi natural que mal-entendidos superassem a verdade, que passou a ser múltipla , cada uma sob um prisma, já que não houve oportunidade para esclarecimentos. Pedi ajuda a uma amiga e ela, atenta à minha dor, tomou decisões para resolver a situação, sendo duramente criticada por alguns. Pedi ajuda a um amigo que prontamente ajudou. Com eles passo meus dias. Outras duas pessoas queridas, um casal que detêm todo o meu carinho, ignoraram meus pedidos para uma conversa na tentativa de esclarecer tal situação. Com ele falei, por ela esperei. Até agora, quando vi que o tempo passado é grande demais para acomodar a desculpa dada no início do ano-a sempre usada correria dos dias-e a esperança de um simples telefonema foi-se esvaindo juntamente com o sorriso que esperava poder dar. Maio é o aniversario dele, assim como o de meu filho. Por vários anos estivemos juntos, comemorando com ambos. Este mês de Maio fica um pouco mais triste. E um pedacinho de mim que ainda espera vai diminuindo enquanto aumenta a saudade...

Preciso de amigos que possam me criticar quando assim for necessário pois acredito que assim posso crescer como pessoa e como amiga, e me entristeço quando percebo que alguns simplesmente desistem sem ao menos tentar...

posted by Erika Bataglia at 14.5.05 | 3 comments

Uma grande mulher

Hoje é aniversário da minha Tia/Mãe querida... Posted by Hello



Datas como essas me deixam mais saudosa que nunca...
Essa é a Tia Rita, irmã mais nova da minha mãe, minha mãe tanto quanto...Se existe alguém que mereça ser feliz é ela, e sou muito grata por tudo que ela significa na minha vida...a distância não me deixa mostrar a falta que ela me faz mas espero que um dia ela saiba...

posted by Erika Bataglia at 14.5.05 | 0 comments

Há que se ter um olhar que veja longe... Posted by Hello

posted by Erika Bataglia at 14.5.05

13 Maio, 2005

Ao menos isso...

Lygia Fagundes Telles acaba de receber o prêmio Camões de Literatura (o maior da língua portuguesa). Merecidíssimo, a mulher é um espetáculo!

posted by Erika Bataglia at 13.5.05 | 0 comments

32 milhões de coisas pra fazer

e nenhuma disposição...alguma sugestão?

posted by Erika Bataglia at 13.5.05 | 0 comments

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim... (Paulinho da Viola)

Hoje não consigo sorrir...Me sinto péssima...

posted by Erika Bataglia at 13.5.05 | 0 comments

11 Maio, 2005

Nem Dalai Lama aguenta...

Quem me conhece sabe que minhas reclamações básicas são duas: Calor e trânsito, não necessariamente nessa ordem...

Praticando meu neo-budismo autodidático respirei fundo 10 vezes atrás do carro que andava a 2,5km/h, em plena 13 de maio das 10h da manhã. Continuei atrás, mas me afastei um pouco quando a digníssima dona tentou entrar numa contra-mão (sem dar seta,óbvio, deve ter carro que nem tem mais essa peça obsoleta) e voltou, de repente, plantando-se na minha frente. Continuei placidamente torrando ao sol enquanto a querida decidia o que fazer...até que, uns 5 minutos depois (sem exagero) dei uma buzinada leve...e a mulher pareceu dominada pelo espírito maligno do Exorcista, fazendo todo tipo de gesto obsceno que somente duas mãos, boca e olhos podiam representar...Ultrapassei lentamente a dona e parei meu carro na frente, impedindo que ela colocasse em risco os transeuntes se ela voltasse com toda aquela raiva pra Avenida...uns dois minutos depois eu segui meu caminho, com um sorriso discreto no canto da boca, pois eu posso até estar tentando ser mais serena, mas santa não sou...nem nunca serei...

posted by Erika Bataglia at 11.5.05 | 2 comments

10 Maio, 2005

Momento Kafkiano

"Há esperanças, só não para nós."

Franz Kafka

posted by Erika Bataglia at 10.5.05 | 2 comments

A dança e o Amor

O corpo voa, ecoa o sentimento na imensidão negra do infinito momento...
Cada músculo tocado vibra no ar o sentimento que não quer calar, ou cala pra não mais sentir...
Nada parece impedir o vôo de um coração saudoso de amar.

(Sobre o Espetáculo Ethos do Ballet de Londrina, nos idos de um passado recente)

posted by Erika Bataglia at 10.5.05 | 0 comments

09 Maio, 2005

Adianta?

De que adianta a boca se o beijo é frio, a queda se o galho é baixo ou o riso se o coração é oco?

posted by Erika Bataglia at 9.5.05 | 2 comments

Antes que me esqueça...

São Paulo ganhar do Corinthians é bom de qualquer jeito mas
GANHAR DE 5 É DEMAIS!!!!

E eu tenho que aguentar um corinthiano me dizendo que o time quis perder pra derrubar o técnico...é mole?

posted by Erika Bataglia at 9.5.05 | 0 comments

08 Maio, 2005

Sobre a saudade...again

Vontade de voltar no tempo...vontade de fazer o que devia ter feito e não fiz...vontade de dar os beijos que não dei.

posted by Erika Bataglia at 8.5.05 | 0 comments

Filmes

Ví o filme Coreano "Primavera, Verão, Outono, Inverno e...Primavera"...que fotografia! lindo, lindo...tem poucas frases no filme mas eu nunca tinha sentido tão intensamente a frase que uma imagem vale mais que mil palavras...

Por falar nisso, ainda não sei como colocar imagens por aqui, o Ailton me mandou um e-mail explicando mas ainda assim não deu...tô começando a me sentir analfabeta nessas coisas mesmo...

Assisti também A Intérprete, com a Nicole Kidman e o Sean Penn...como ela pode ser tão linda?!
Eu tinha algumas restrições ao Sean tempos atrás, mas tenho que me render, o cara é bom.E ponto. Filme só razoável. E ontem à noite fiquei quietinha em casa e revi Simplesmente Amor...como o Rodrigo Santoro pode ser tão lindo?! (Ok, pausa para futilidades).

Estou assistindo agora a um documentário sobre a Queda do Hitler...como tantas atrocidades duraram tanto tempo? 18 milhões e meio de civis mortos! Só de civis!

Tantas perguntas e tão poucas respostas...

posted by Erika Bataglia at 8.5.05 | 0 comments

Sobre o Dia das Mães

Sou mãe há 14 anos...e ainda hoje eu penso no Dia das mães como o dia da minha mãe....e tenho saudades dela...

Acho que é porque sou filha há muito mais tempo...

posted by Erika Bataglia at 8.5.05 | 2 comments

06 Maio, 2005

Sobre o voto optativo ou a reeleição de Blair

Sempre defendi que o voto deveria ser optativo, vota que quer e pronto. Hoje ouvi que 40% dos ingleses não votaram. Destes, a grande maioria é contrária à reeleição de Blair,mas não foi à urna pra dizer isso. Blair se reelegeu, de forma murcha, perdendo muitos aliados...mas se reelegeu.

É algo pra se pensar...continuo achando que o voto deve ser optativo mas se num país como a Inglaterra onde a Educação é muito mais elevada que no Brasil já houve esse "erro", qual seria o resultado em terras onde o coronelismo (apesar de mais dissimulado) ainda é tão vivo?

Há que se pensar mais à respeito, tema aberto para discussão...

posted by Erika Bataglia at 6.5.05 | 2 comments

Antes que me esqueça...

Steven Tyler cantando Cryin SEMPRE é um arraso...Be Cool...

1994, Hollywood Rock, Morumbi lotado, Mauricio, Aldo, Silvio, Ro e eu na arquibancada...pausa depois de várias músicas "pauleira"...Aí vem o "tun tun tun tun" do início da música...a arquibancada treme...meu coração também...

posted by Erika Bataglia at 6.5.05 | 0 comments

05 Maio, 2005

Sobre os livros ou A Arte de Ler


Por isso eu pergunto à você
no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria (by Marisa Monte, autor desconhecido)


Muitas vezes ouvi alguém defendendo a idéia que, enquanto alguns lêem, outros vivem.

Sem dúvida vivenciar situações pode ser muito mais interessante que apenas lê-las nos livros (digo pode ser por causa do turista crônico que chega num lugar histórico ou num museu e passa correndo porque tem mais 32 lugares pra visitar no mesmo dia...) mas, para quem, como eu, vive no mundo imediatista do salário no final do mês, trabalhando mais de 12 horas por dia, subir a montanha do Tibet ou sair atrás dos restos dos jardins suspensos da Babilônia é praticamente impossível.

Ler, nesses casos, pode nos dar a sensação de conhecer culturas e mundos diferentes. A arte proporciona essa realização...seja nas surrealistas obras de Dalí ou nas cores de Monet, seja admirando a Cúpula da Capela Sistina ou o Belo exemplar de Homem-Deus que é Davi de Michelangelo, seja lendo as aventuras de Mann ou as angústias de Kafka, sofrendo com a poesia de Pessoa ou amando com a poesia de Vinícius...as sensações podem sempre nos levar a conhecer e explorar o que de mais belo ou surpreendente a vida pode nos legar.

Muito ainda pra dizer mas o tempo não permite, voltarei a esse post em outro momento...

posted by Erika Bataglia at 5.5.05 | 3 comments

04 Maio, 2005

Apesar de você

Apesar de dizer que estou acostumada com a cara feia que atendentes, pacientes e médicos fazem quando um representante entra num consultório, é mentira. Não, não me acostumei e provavelmente nunca me acostumarei...Tento fingir que não vejo, mas até isso tá ficando difícil...

Apesar disso, entre tantos "nãos" e "chás-de-cadeira", algumas atendentes e médicos surpreendem pela simpatia. Não sei se o fato de não estarem na Capital os torna mais humanos mas, o importante, nesse caso, é que eu realmente me sinto bem quando converso com alguns. E, antes que me critiquem os da capital alencarina, existe também entre eles alguns que justificam o cansaço dos dias. Com eles tenho prazer de conversar. E não somente para falar de remédios...

posted by Erika Bataglia at 4.5.05 | 0 comments

02 Maio, 2005

aniversário do meu Amor

Hoje meu filho querido faz 14 anos...quando paro e penso no tempo que passou, em quanto minha vida mudou, quanto eu mudei a minha vida para que a dele fosse melhor (mesmo tendo aquela eterna dúvida se foi melhor pra ele nós termos nos mudado pra Fortaleza) parece que mil anos se passaram...e o quanto nós dois nos divertimos juntos nesse tempo.É, sei que muita mãe se engana ao pensar que o filho adora sua companhia, que ela é a melhor mãe que ele poderia ter, etc,mas a minha maior felicidade é que eu SEI o quanto meu filho gosta de estar comigo, e até sei quando ele não gosta também...Essa é a minha grande conquista, a verdadeira e que dá sentido pra essa vida louca que a gente tem...Tenho um filho maravilhoso, que pensa por sí, que amadureceu sem deixar de ser criança quando pode, que olha o mundo nos olhos, sem medo, que fala o que pensa, que faz o que gosta, já percebe que algumas injustiças do mundo poderiam ser mudadas se cada um tivesse um pouco mais de consciência, que não joga papel na rua mesmo sabendo que a maioria faz isso, que vai crescer e quando dirigir vai parar pra alguém atravessar a rua, que vai ter amigos sinceros e ser sincero com eles, que vai estudar o que tiver vontade, que vai saber que eu não falo só pra encher o saco mas porque ele tem que ouvir, que as experiências podem ser boas ou ruins mas o importante é não fazer algo só porque é moda ou os amigos querem...E principalmente, ele vai saber que sempre teve o amor total e incondicional de uma mãe que era quase uma criança quando ele nasceu mas que cresceu junto com ele e que sempre vai estar por perto, pra ouvir, pra dar conselho, pra ir ao cinema, pra falar de namorada e de amigos, colocar no colo e pentear o cabelo, dar um sorriso e um grito de incentivo num jogo, um abraço a cada dia e as mãos sempre dadas no seu caminhar...

posted by Erika Bataglia at 2.5.05 | 2 comments

01 Maio, 2005

E a falta de organização continua...

Sábado, 10:15 da manhã e eu numa fila enorme no Iguatemi para a sessão de Arte...Achei que tinha chegado super cedo já que o filme só começa 10:45 mas quando vi aquela fila imensa não acreditei...achei legal, tem muito filme bom que só passa nessa sessão e quase ninguém vê mas o problema é que só tinha uma pessoa atendendo e...bem, comprei o ingresso 11:00h! (de teimosa que sou) e entrei no cinema completamente lotado! Três horas de filme, fora o debate. O filme? A Queda, os últimos dias de Hitler. Após o filme teve um debate muito interessante, apesar de sempre ter alguém querendo aparecer e falando mais do que deveria...(ah, faltou energia no Shopping e tivemos que esperar até voltar...saí de lá quase 15h...e vi uma bandeira e dois capacetes verdadeiros da época da guerra...interessante...)

Tentei comprar ingressos pro show do Almir Sater...como em tudo nesse tal projeto do Banco do Brasil, uma bagunça. Conseguir uma informação decente é mais difícil que visitar o Louvre em um dia...e pra variar, fiquei com tanta raiva que nem sai de casa...e aqui estou com a lentidão da minha internet discada...

posted by Erika Bataglia at 1.5.05 | 3 comments

Outra do Cristovam

Se em vez de Marquês,
Sade fosse operário,
quantas prisões seriam construídas
para prender os sádicos?

posted by Erika Bataglia at 1.5.05 | 0 comments

Peões e Entreatos

Lula Presidente é o coroamento do crescimento da consciência da classe operária ou a realização de um desejo pessoal do nordestino pobre que se viu grande em São Paulo?

Tenho acompanhado a trajetória do Lula há alguns anos, mês passado lí o livro do Markun (O Príncipe e o Sapo), trabalhei duramente nas duas últimas campanhas dele...e hoje não saberia responder à pergunta acima.

Para ter a tal governabilidade, Lula e o PT se tornaram um retrato distorcido dos governos anteriores? Até onde há semelhanças e divergências?

Tento sempre olhar com olhos complacentes na esperança de ver luzes brilhantes já no interior do túnel, e não só no final. Mais que crítica tenho sido torcedora já que os críticos são sempre em maior número e mais barulhentos.

Apesar das críticas, ainda me emociono. E continuarei acreditando.

posted by Erika Bataglia at 1.5.05 | 1 comments

Tempo Perdido

Incrível isso...são 4 da madrugada e estou na internet desde meia noite...quatro horas daria pra ver tanta coisa legal se os caminhos até estas tais coisas legais não passassem por tanta porcaria...como podemos navegar nesse mar de ilusões sem nos afogarmos?

posted by Erika Bataglia at 1.5.05 | 0 comments

Sobre Renato Teixeira e a Saudade

Quanta saudade! Assistir ao show desse grande músico brasileiro, com seus "rrr" e seus sorrisos, suas histórias e seus sons...me faz voltar aos anos da infância e aos discos da minha mãe na vitrola. Liguei pra ela na hora, acho que mais para mostrar que hoje eu sei que ela estava certa quanto à determinadas músicas e músicos (apesar de continuar achando que ela estava errada quando ouvia Milionário e José Rico e achava o máximo-mas é o tipo de paixão que não se discute).

Nessas situações sempre tenho vontade de chorar...e normalmente choro...

Saudades...palavra que sempre fará parte da minha vida de nômade...geográfica e sentimentalmente falando...

30 Junho, 2005

Recorda

Não acredito que cada momento passado não volta mais...a lembrança cuida disso pra gente...e é algo que eu simplesmente adoro...recordar...

posted by Erika Bataglia at 30.6.05 | 0 comments

Acho que estou ficando doente de novo...dois dias trabalhando em Hospitais infantis e já sinto minha garganta ardendo...Não entendo e não aceito que ainda exista Dengue nessa terra, essa é uma questão de saúde pública e não é levada à sério! Faz um mês que tive a tal doença e ainda me sinto amassada por um caminhão...E não aguento mais o tédio que se tornou minha vida por causa dela, só trabalho e volto pra casa ao fim do dia por não aguentar nem abrir os olhos direito...preciso de um pouco de poesia...

posted by Erika Bataglia at 30.6.05 | 4 comments

Passado que não passa

Talves saibamos, sem notar
que o véu na memória é algo sutil
Encobre o nú sem se mostrar
Derruba concretudes
Marginaliza sentimentos
Louca amargura
Repletos e idos momentos

Talvez saibamos, apenas talvez,
que olhos podem cegar,
boca pode calar
e o sorriso ser impotente

Talvez percebamos,
talvez,
que amar é olhar sem ser visto
beijar sem ter beijo
e sorrir no escuro.

posted by Erika Bataglia at 30.6.05 | 0 comments

29 Junho, 2005

É Tricolor !!!!

Salve o tricolor Paulista, amado clube brasileiro...
Tu és forte tu és grande, entre os grandes, é o primeiro!!

Quem me conhece pode imaginar o quanto estou feliz hoje. Só fico triste ao pensar que não assistirei à final com meu filho, e comemorar sem ele vai ser difícil...mas, mesmo à distância, saberemos da felicidade do outro...

posted by Erika Bataglia at 29.6.05 | 0 comments

28 Junho, 2005

Mais uma grande mulher

Apesar de não ser atleta, Nélida Piñon, 68, está acostumada a conquistar medalhas de ouro em sua corridas literárias. Marcada pelo número 1, ela foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras, a primeira representante do sexo feminino a levar para casa o Prêmio Internacional de Literatura Juan Rulfo e agora é a primeira brasileira a receber o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, um dos mais prestigiados da literatura mundial.

Mais uma grande escritora brasileira tem o reconhecimento mundial pela sua obra. Prêmio mais que merecido, aliás. Que outras Lygias e Nélidas possam surgir no nosso brasilzão...

posted by Erika Bataglia at 28.6.05 | 0 comments

27 Junho, 2005

Tédio acadêmico

Acabando mais uma disciplina e chegando a hora de eu parar de enrolar e escrever a tal monografia...preciso de algum lugar tranquilo e sem tv por perto, alguma sugestão?

posted by Erika Bataglia at 27.6.05 | 0 comments

26 Junho, 2005

Os melhores cantores dos Anos 80

Ví hoje, num programa do Multi Show...

Os melhores dos Anos 80

10-Guns N’Roses
9-Tina Turner
8-Van Halem
7-Duran Duran
6-The Police
5-U2
4-Prince
3-Bruce Springstein
2-Madona
1-Michael Jackson

Quem, como eu, viveu um pouco dessa época sabe que essa lista é muito boa...mas é difícil ver o primeiro lugar e saber tudo o que ele fez aproveitando da fama adquirida.Ainda não acredito que ele foi inocentado, alguém poderia explicar isso?

posted by Erika Bataglia at 26.6.05 | 5 comments

Mafalda

Eu adoro a tirinha em que a Mafalda deixa seu casaquinho jogado no chão e a mãe pede que ela o guarde. Mafalda responde que não pode receber ordens porque é o Presidente, e ninguém manda no Presidente. A mãe responde que se a Mafalda é o Presidente, ela é o FMI. A Mafalda abaixa a cabeça, resignada. A tirinha termina com a Mafalda pegando o casaco e pensando: "É, tenho que reconhecer que ela é esperta...

Eu simplesmente acho a Mafalda o máximo! Quem ainda não conhece precisa correr, ela é ótima!

posted by Erika Bataglia at 26.6.05 | 2 comments

25 Junho, 2005

VI Parada pela diversidade sexual

Eu vou, e você?

Legal a pulseira No Racism (não achei pra comprar), acho que a gente tem mesmo é que mostrar o que a gente sente e ajudar a acabar com o preconceito. Duro é ver um monte de pulseirinhas coloridas (cópias baratas) em loja de Fricotes no Shopping e aquelas menininhas comprando só pra ficar igual à amiguinha, que quer ficar igual a outra, etc. Nâo definem nem as cores, cada cor pode ser usada pra esperança, paz, saúde, etc. "No meu tempo" branca era da paz, verde esperança, vermelho paixão...mas o significado não importa pra elas, importante é parecer, mais que ser...

Mas eu também não acho legal é o preconceito contrário, de alguns gays que acham que qualquer hetero é sem graça e patético. Há que se respeitar cada escolha, lembrando que cultura e personalidade não precisa vir de berço e nem da escolha sexual de ninguém.

posted by Erika Bataglia at 25.6.05 | 2 comments

24 Junho, 2005

Vida

A corda rompeu, dilacerada pelo tempo. O Baú, até então suspenso por ela, despedaçou-se no chão, revelando dores do amor perdido. No chão, restos de cartas comidas por traças e aquela pequena gérbera seca e pálida como seu coração. Tudo naquele porão cheirava a mágoa, cada pequeno instante ali parecia sugar energias até então não reveladas, energia roubada e não devolvida, energia que agora era apenas um suspiro ou uma lágrima. Ajoelhou-se ao lado dos restos como quem faz uma oração, olhos caídos e mãos trêmulas. Foi juntando, lentamente, cada pequeno caco e cada foto corroída, cada mistério não desvendado e cada lembrança perdida. Naquele saco preto estavam todas as tormentas e todos os pequenos vestígios da luta em busca da vida. Vida que voltava aos poucos, com certeza, mas que já tinha deixado um pouco de sí e se perdera. Vida que nunca mais viveria.

Atravessou o longo caminho até a saída. Bateu a porta. Não olhou para trás. Nunca

posted by Erika Bataglia at 24.6.05 | 1 comments

23 Junho, 2005

A Lua

Av. Domingos Olimpio, 6 da tarde, trânsito infernal, angustiada entre dois ônibus que pretendiam me fazer de sanduíche, de repente levo um susto! Ali, bem na minha frente, uma lua imensa e dourada tomando toda minha visão...

É possível um pouco de poesia mesmo no caos...

posted by Erika Bataglia at 23.6.05 | 4 comments

22 Junho, 2005

Tem dias que a gente se sente...

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

To sentindo o mundo enorme...e eu pequenininha...

posted by Erika Bataglia at 22.6.05 | 2 comments

19 Junho, 2005

O Torso de Adele-Auguste Rodin Posted by Hello


Universitário confessa ter roubado escultura de Rodin
Rapaz que devolveu a obra, contando tê-la encontrado em um parque, confessou depois à polícia ter sido o autor do roubo

A peça roubada fazia parte da mostra Auguste Rodin Retrospectiva
Santiago - Um universitário chileno de 20 anos confessou ter roubado uma escultura do artista francês Auguste Rodin que desapareceu por 24 horas, cujo valor é estimado em cerca de US$ 500 mil, informou a polícia neste sábado.
O Torso de Adele, uma peça em bronze de 47,5 centímetros de altura e 20 quilos, desapareceu na madrugada desta sexta-feira de uma mostra de Rodin no Museu Nacional de Belas-Artes de Santiago, e foi entregue esta noite pelo jovem estudante a uma delegacia policial.
Fontes da polícia de carabineiros informaram que o universitário que devolveu a obra, contando tê-la encontrado no Parque Florestal de Santiago, onde fica o museu, confessou depois ter sido o autor do roubo.
O jovem, identificado pelas iniciais L.E.O.F., estuda na Universidade de Arte e Ciências Sociais (Arcis) e será submetido a uma audiência no Centro de Justiça de Santiago.
A peça roubada fazia parte da mostra Auguste Rodin Retrospectiva, que inclui 62 esculturas, 30 desenhos e 28 fotografias pertencentes à coleção do Museu Rodin de Paris, informou Valdivia.
O roubo não tem precedentes no Chile devido ao valor da peça subtraída, e porque exposições com estas características dificilmente chegam ao país.


O que será que este jovem pretendia com esse roubo? Nunca entendi roubo de obra de arte, o indivíduo não pode tentar vender pois seria preso, guarda a obra por 5 gerações para vender depois para quê, transformar o tataraneto em milionário? Duvido...Um estudante de Arte e Ciências Socias provavelmente não pensaria assim...mas quem não gostaria de ter um Rodin em casa?

posted by Erika Bataglia at 19.6.05 | 1 comments

Meu lindo no colgio! Posted by Hello

posted by Erika Bataglia at 19.6.05

Violão

A ponta dos meus dedos estão doendo muuuito...mas não vou desistir! Devíamos ter um chip, como em matrix, pra instalar alguns conhecimentos...Eu ia querer incluir violão, italiano, francês, inglês decente, piano, todo o conhecimento das principais enciclopédias, kung fu, sapateado, experiências com outras culturas...bem, acho que a lista só tende a crescer! Esses são os conhecimentos que eu incluiria, e você?

posted by Erika Bataglia at 19.6.05 | 0 comments

Inferno Astral....

Valeu Themis, era esse termo que eu procurava para definir esse meu período negro...

posted by Erika Bataglia at 19.6.05 | 0 comments

18 Junho, 2005

Hoje

Não gosto muito dessa coisa de astrologia. Quem sabe das coisas nessa área conversa comigo 10 minutos e diz que sou leonina! Como podem saber? Coisa interessante...

Mas comecei a falar sobre isso por outro motivo...esses mesmos especialistas dizem que há um período negro antes de cada aniversário (tem um conceito específico pra isso mas eu não me lembro). Bem, o que quero dizer é que mês que vem é meu aniversário e estou absolutamente entediada, deprimida, sem perpectivas, sem ver os amigos, sem conhecer gente nova e interessante, sem ir a lugares legais, sem ter tempo ou saco pra ler, achando que a vida ta passando sem nada de interessante acontecer, querendo ficar sozinha e reclamando quando fico, enfim, estou um PORRE e nem eu mesma me aguento...tomara que isso passe depois do niver...

Alex e Danilo estão a caminho, ingenuamente...não perdem por esperar...rs...

posted by Erika Bataglia at 18.6.05 | 7 comments

17 Junho, 2005

Coisas da modernidade III

Uma da manhã, toca o telefone e o prefixo é de São Paulo, meu coração gela com medo de alguma notícia ruim mas, felizmente a voz do outro lado é do irmão mais velho do meu irmão mais novo (entendeu?). Pois é, ele me conhece desde que eu tinha 4 anos de idade (e já disse que ia escrever alguns podres no orkut) e o pai dele casou com minha mãe. É uma figura rara, gente boa demais e ligou pra dizer que vai dar uma passadinha pelo Ceará próximo mês...Adorei, e já começo a programar mais um tour...

posted by Erika Bataglia at 17.6.05 | 0 comments

16 Junho, 2005

Roberto Jefferson

O que é que está acontecendo? Funciona assim: Você é pego com a mão na massa mas se justifica dizendo que tem gente pior que você, e ainda sai ni lucro? Ah, fala sério!

posted by Erika Bataglia at 16.6.05 | 4 comments

Uma lenta e dura recuperação

Acabei de receber a notícia que a dengue altera nosso organismo por no mínimo 3 meses (a média são 6 meses). Significa que nesse período eu estou suscetível a infecções, cansaço e depressão...e que tenho que ir o mais devagar possível com tudo (trabalhar o essencial e nada de farra, cerveja então...) . Bem, meu aniversário é no próximo mês e tenho que achar uma saída.

A cabeça ainda dói e o corpo parece demorar a responder aos incentivos, mas pelo menos não estou deitada numa cama assistindo Vale a pena ver de novo. Peço aos amigos que entendam esse período de reclusão mas lembrem que as portas de casa continuam abertas aguardando-os. Só não tenho muita disposição para fazer a macarronada, então tá na hora de Danilo, Alex, Valéria e Cia, que sempre assistiram ao preparo, se dispor a fazê-la, não é? :o)

E vamos pra frente que muito há que se fazer!

posted by Erika Bataglia at 16.6.05 | 2 comments

05 Junho, 2005

Sobre a TV

Eu não aguento mais assisitir TV.É sério! E não, não dá pra ler nada, olhos ardendo...

posted by Erika Bataglia at 5.6.05 | 2 comments

Dengue

1 semana.Inteira.Só agora consegui levantar para ir além do banheiro. Piorei em Juazeiro e a Ocean Air não segurou o avião 10 min para eu poder viajar (todos os dias eles atrasam entre 2 e 4 h).Passei uma noite no hotel quando devia ter passado no hospital, com medo e recebendo ligações do Rafael pra ver se eu não tinha desmaiado.Dói tudo, mas o que mais doeu foi a solidão. E a saudade da comida da minha mãe.

30 Julho, 2005

...

Ontem foi dia de experiências inéditas...dia de acontecimentos insólitos...dia de permitir-se, de permitir. Cada dia de nossas vidas deveria ser assim, uma busca contínua pelo que nos enleva a alma e o coração.

posted by Erika Bataglia at 30.7.05 | 1 comments

28 Julho, 2005

Memórias de Minhas Putas Tristes

"No ano que completei noventa anos, quis presentear-me com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem".

Fantástico. Impressionante. Delicado. Surpreendente. Emocionante...poderia passar horas buscando adjetivos para falar do novo livro do Gabo. A incrível história do homem de 90 anos apaixonado por uma Bela Adormecida latina. Belíssimas imagens nos passa esse mestre das letras e nos envolve nas belas músicas citadas no livro. Uma elegia ao amor e à vida, desses que nos fazem acreditar que, a qualquer momento, o amor pode surgir e bater à nossa porta, mesmo que seja na porta de nossos 90 anos...

posted by Erika Bataglia at 28.7.05 | 5 comments

27 Julho, 2005

IRA anuncia fim da luta armada

IRA anuncia fim da luta armada a partir desta 5a-feira

LONDRES (Reuters) - O Exército Republicano Irlandês (IRA) disse nesta quinta-feira que ordenou às suas guerrilhas que abandonem as armas e procurem cumprir seus objetivos por meios pacíficos a partir das 16h na Irlanda do Norte (12h, horário de Brasília).

Bom ver, em meio à tantos tormentos, um resquício da magnitude humana...

posted by Erika Bataglia at 27.7.05 | 5 comments

Desejo


“...seria absurdo ou mortífero querer suprimir o desejo. Só podemos transformá-lo, orientá-lo, sublimá-lo às vezes, e é essa a finalidade da educação. É também, e mais especialmente, a finalidade da ética. Trata-se de desejar um pouco menos o que não é e o que não depende de nós, e um pouco mais o que é ou depende: trata-se de esperar um pouco menos, amar e agir um pouco mais. É libertar o desejo do nada que o assombra, abrindo-o ao real que o porta. (Dicionário Filosófico de Andre-Comte Sponville, sobre o Desejo...)

Fico extasiada quando encontro num autor que admiro como Sponville a definição perfeita para algo que atrai meus pensamentos. Ele diz exatamente o que eu sempre defendi à respeito dos desejos e vontades.

Não serei aqui hipócrita em dizer que os desejos são invisíveis aos nossos olhos, sempre disse que o fato de desejar é inerente ao ser humano, o que nos cabe é a maneira como lidamos com ele. Sou contra todo tipo de moralismo cristão hipócrita (principalmente do tipo que vai à missa para poder pecar mais) e não sou insana a ponto de defender a liberdade total do indivíduo. Freud mostrou muto bem o quanto nosso id pode desejar e quais as consequências dos desejos plenamente satisfeitos. Precisamos de um super-ego que nos reprima. Gera neuroses, claro, mas antes estas à bestialidade.

Sponville diz serem necessárias Educação e Ética. Fundamentais para qualquer relação social, mas tão abandonados nos dias de hoje. Quantas vezes vemos exemplos cruéis da falta de ambas? É possível retomá-las? Como?

Eu continuo buscando meu caminho...entendendo meus desejos...E sendo fiel à eles.




posted by Erika Bataglia at 27.7.05 | 3 comments

26 Julho, 2005

No mundo da lua...

Ontem vinha pela BR pensando na vida e passei da entrada...5 anos fazendo o mesmo caminho e passei batido...fui parar em Messejana...rindo de mim mesma, claro!

Hoje estava indo pro consultório e passei da rua...fiz um retorno e...passei de novo!!! Cabeça no mundo da lua, pensando nas viagens que ainda não fiz...e tenho que fazer...Alguém pode me mandar para a Itália, per favore?

Música do dia:

Não se admire se um dia
um beija-flor invadir
a porta da sua casa
te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
que é pra matar meu desejo
Faz tempo que não te vejo
Ai que saudade d"ocê...

posted by Erika Bataglia at 26.7.05 | 2 comments

Os Sonhadores

Bertolucci em mais um de seus momentos memoráveis...Impressionante, em todos os sentidos...

Até onde podemos ir em busca do prazer? O amor pode realmente estar acima de todas as coisas?

É possível ser lúdico? O que é Incesto? Onde o olhar se perde? Ou se encontra?

posted by Erika Bataglia at 26.7.05 | 2 comments

Thomas Bernhard

Gosto quando vejo que alguém interessante está lendo autores que eu gosto e que não são muito conhecidos...Vi esse trecho no site do Provocações:

Antonio Abujamra
Atualmente está lendo: Edward Bond, Leonid Andreiv, Thomas Bernhard e eternamente Shakespeare. Abujamra recomenda ler as peças de Thomas Bernard: "O Fazedor de Teatro" e "Simplesmente Complicado". Indica as traduções de Thomas Bernard em português das peças: "Árvores Abatidas" e "O Náufrago".

Thomas Bernhard nasceu na cidade holandesa de Heerlen, filho de um agricultor austríaco. Fez seus estudos secundários em Salzburgo e seguiu cursos de violino, canto e musicologia em 1957, seguido, dois anos depois, por um livro sobre balé. Autor teatral celebrado e encenado em diversos países, publicou um ciclo autobiográfico comparado pelos críticos à Montanha mágica e uma novela considerada obra-prima, Perturbação. Seu último romance foi Auslochung (Extinção). Morreu em 1989 e foi enterrado na Áustria, sem alardes, como queria.

Pra quem ainda não leu Thomas Bernard não sabe o que está perdendo...eu lí Perturbação e Extinção, e um outro livro que mostra um "agradecimento" por um prêmio que ele ganhou...o agradecimento começa mais ou menos assim:...todas as pessoas que querem agradecer algo falam da vida, pois eu vou falar da morte...e seguem páginas e mais páginas destruindo instituições e valores ocidentais, inclusive a Filosofia.

Olha o que eu perdi...essa Peça dele só foi encenada em São Paulo, pra variar...:

O Poder e a Submissão
O discurso niilista de Thomas Bernhard ataca, sem concessões, toda e qualquer instituição. Do Estado à própria humanidade. O homem se mostra consciente de seu fracasso e de sua impotência. Não há nada a fazer. Mesmo que o dono do circo em "A Força do Hábito" deposite esperança na música e insista na execução da obra de Schubert, ele sabe que seu projeto jamais vingará.

Pretendo ler as peças mas ainda não encontrei por aqui, alguém sabe como posso conseguir pela internet? Quem quiser emprestado Extinção é só me pedir...(adorei a capa do livro, muito interessante)

posted by Erika Bataglia at 26.7.05 | 1 comments

24 Julho, 2005

Pós aniversário

Tenho muito a falar about, mas não posso fazer isso agora...Só tenho a agradecer a presença dos amigos próximos e as ligações dos amigos distantes...fisicamente falando...
Tentando me adaptar à nova idade...E fazendo os planos para as próximas...

posted by Erika Bataglia at 24.7.05 | 3 comments

22 Julho, 2005

O Fantasma da Ópera

É por essa e por outras que sinto falta da minha cidade...
A previsão do musical permanecer no Teatro Abril são 18 meses, o que é ótimo, mas a minha experiência diz que exatamente no período em que estarei em SP a produção entrará em férias...é sempre bom estar na minha mãe no Natal e no Ano Novo, mas culturalmente São Paulo pára...e eu que achava que aquela terra não parava nunca...

Véspera de Aniversário e eu mais nostálgica que nunca...bom é saber que amanhã estarei com meus amigos queridos de Fortaleza para superar essa angústia...mas sentirei falta dos amigos paulistas que sempre estarão em meus pensamentos...

posted by Erika Bataglia at 22.7.05 | 7 comments

21 Julho, 2005

Inquietudes

Acho que esse devia ser o título do meu livro...Inquietudes...assim é minha vida...

A proximidade do meu aniversário é sempre inquietante (ainda gosto de fazer aniversário, comemorar com os amigos, compartilhar meus momentos) . Estou me sentindo meio bipolar, variando do bem estar ao mau humor, dependendo da hora do dia a da espera nos consultórios ou das expectativas depositadas em outras pessoas e que acabam sendo frustradas. Azar o meu, quem manda depositar no outro sua própria felicidade?

Normalmente as pessoas fazem votos de mudanças no Reveillón, eu normalmente faço isso no meu aniversário...penso no que ainda não fiz e gostaria de fazer, tomo algumas decisões e tento não sofrer muito para cumpri-las...pequenas mudanças podem dar grandes resultados, e é isso que eu espero para essa nova fase em minha vida...curtir os pequenos momentos e tentar ser menos ansiosa...acho que é das coisas mais difíceis a se fazer...

Ah, ontem um mosquito da dengue me picou (sim, eu o matei "de leve", olhei a foto dele na net e peguei uma lupa, é o próprio...), fiquei indignada e morrendo de medo de ter sido "contaminda de novo". Continuo achando um absurdo uma doença como essa, que só depende de prevenção e que nem é tão difícil assim de controlar, ainda aconteça com tanta intensidade...e cadê o carrinho da fumaça que o governo ficou de passar? A minha parte eu fiz, e quem vai fazer o resto? Absurdo isso...

posted by Erika Bataglia at 21.7.05 | 3 comments

19 Julho, 2005

Sobre a felicidade, ainda

Me disseram que pela minha inquietude eu estou fadada à infelicidade, e que sei disso...Sabermos da impossibilidade de sermos felizes nos torna menos infelizes? É melhor acreditar na possibilidade da felicidade, lutar por ela a vida toda e ter, ao final, a angustiante sensação do tempo perdido ou viver a vida sabendo que o que te faz feliz hoje não será a mesma coisa que te dará felicidade amanhã e não sofrer por isso? Me senti como o personagem d'O Estrangeiro, de Camus...

Minha inquietude e meu amor à arte poderiam ser armas contra o tédio? Como poderia viver disso?

posted by Erika Bataglia at 19.7.05 | 0 comments

"Eu não vivo no passado, o passado vive em mim".


"Eu não vivo no passado, o passado vive em mim".
(Paulinho da Viola)

Essa sou eu...muita gente diz que o passado é algo que se enterra...não o meu...como enterrar algo que te fez bem, ou que te fez mal? O bem a gente revive, a cada dia, com um sorriso no canto dos lábios e um olhar vagando no céu, tênue limite entre fantasia e ficção. O mal que nos fizeram serve para lembrarmos que a doação tem que haver, mas há o risco, e esse risco não pode ser desprezado...Aprendemos pelo bem e pelo mal, e nos tornamos melhores ou piores em função da intensidade de um ou outro caminho...

posted by Erika Bataglia at 19.7.05 | 2 comments

18 Julho, 2005

Surreal

Minha vida nunca foi simples mas ultimamente sou um roteiro do Almodóvar ambulante...

posted by Erika Bataglia at 18.7.05 | 1 comments

PAULISTA "QUEBRADA" POR QUEM?

Eu não conseguia entender o que levaria uma torcida feliz com uma conquista de peso cometer tanta barbárie...até encontrar esse texto na Caros Amigos...como é muito longo, vou corta-lo mas quem quiser ler o texto na íntegra está na caros amigos deste mês...Estou indignada...

PAULISTA "QUEBRADA" POR QUEM?

15/7/05


Este é um relato-denúncia escrito na madrugada após a guerra que tomou a Avenida Paulista nesta noite por um leitor da Caros Amigos e estudante que ficou indignado com o que viu.Nesta noite os estrondos da Avenida Paulista não vieram de rojões, mas de bombas....Do cruzamento da Consolação até o MASP, vi muitos carros com torcedores, bandeiras, muita explosão de felicidade, e alguns excessos localizados, dentro do esperado de uma aglomeração de torcedores, compatíveis com o que ocorre numa comemoração de copa do mundo.


Após o MASP, havia uma grade colocada pelos policiais, pela qual os torcedores só poderiam passar após revista. Outra grade idêntica estava localizada após o prédio da Gazeta, formando um "perímetro seguro" dentro do qual só se entrava com revista.A idéia me pareceu interessante, mas o que inicialmente me pareceu seguro se tranformou num caldeirão de violência. Começaram atritos na "fronteira" do gradil após o prédio da Gazeta, entre policiais e torcedores, dos quais desconheço a razão. Provavelmente insatisfação pela barreira que "invadia" o espaço da torcida e dificultava a união com os torcedores que vinham do Paraíso e se aglomeravam do lado de lá da "fronteira". Algumas correrias, vai-e-vens, a situação se acalmou.

Quando estava na frente do prédio da Gazeta, vi bombas sendo jogadas ao ar, como se fosse rojões, que não explodiram no céu. Ao tocarem o chão, percebi que eram de gás dispersante. O medo cresceu, a correria se intensificou, todos recuaram violentamente. Não foram um, mas por volta de seis "rojões", disparados em série e cada vez mais próximos do centro da aglomeração, avançando em direção à consolação.Diante da sensação de violência nonsense experimentada pelos torcedores, surgida de uma situação aparentemente controlada, alguns torcedores correponderam com mais violência nonsense, depredando orelhões e semáforos. Entre estes mais exaltados, algumas crianças que pareciam ser moradoras de rua, raivosas por sofrerem mais uma das muitas repressões diárias que enfrentam e realizadas por poderem responder àquele estímulo com mais violência.Diante do ocorrido, quatro policiais se aproximaram das crianças, pegaram-nas de forma violenta, deram fortes tapas em suas cabeças, liberaram algumas e uma, que ficou, foi cercada por três deles e tomou pontapés, socos, borrachadas e chutes "estatais".... Ainda estava chocado com a agressão oficial em cima do menor, decepcionado por não ter uma câmera comigo, quando uma moça desconhecida chegou até mim e disse: "Agora esqueça, vá, vamos sambar, vamos, venha!"Recusei a oferta, já não havia clima para mim, e dez minutos depois de samba de boa parte da torcida, mais bombas. A sensação era: "pra que? as coisas já acalmaram, estão nos trilhos, eles (policiais) só podem estar querendo começar tudo de novo".

Todos recuando em direção à Consolação, novamente, com mais correria, medo e raiva daquilo tudo, que transformava uma comemoração de um belo título, conseguido com competência, em um treino de guerra urbana para a polícia militar. Com torcedores como cobais.Foram mais bombas do que no primeiro "ataque", algumas pessoas lacrimejando, tossindo, com falta de ar. As bombas avançavam com mais rapidez em direção aos torcedores... "Se recebo toda essa violência, vou responder com violência também!", era o sentimento que parecia aflorar daquelas pessoas, nada injusto.Cada vez mais a Paulista foi se assemelhando a uma guerra. E era cada vez mais nítido que o agente causador daquilo tudo não eram os torcedores, mas a própria polícia, que estimulava a depredação com os recuos forçados e inexplicável uso de bombas e balas de borracha. A polícia é a verdadeira responsável pelo prejuízo imenso causado ao mobiliário urbano, não os torcedores, se nos permitirmos fazer uma análise mais profunda do que se passou. As depredações foram uma resposta à violência do Estado.

Quando a multidão que recuava chegou ao congestionamento de carros parados e se infiltrou entre eles a expectativa era que a polícia parace de avançar. Afinal, as bombas iriam cair nos carros, dentro dos quais estavam inclusive famílias de torcedores com crianças. Mas o avanço policial continuou, mais correria, mais bombas....A atuação da polícia ficou mais brutal ainda quando os torcedores chegaram perto da travessa da haddock lobo e da bela cintra. Depois de empurrar os torcedores da Gazeta até a haddock à força (uma bela distância), chegou o Choque. A frequencia de bombas, balas de borracha e uma espécie de "granada" de efeito moral aumentou, e foram empurrando forçosamente e impiedosamente todos. Os que se refugiaram nos acessos, como na própria haddock e na bela cintra, também tomavam baladas e bombas, e eram forçados a recuar para longe da paulista. Além do pelotão principal avançar em sentido à Consolação, também foram destacados homens para as ruas de acesso. Ficava cada vez mais parecido com uma guerra urbana.Uma série de bombas foi então jogadas para dentro do túnel para a Doutor Arnaldo, em direção ao restaurante América, e à livraria Belas Artes. Elas não cessavam, e o paredão do Choque avançando. Chegamos à Consolação. Será que acabou? Não. Mais repressão, em direção ao Pão de Açúcar, ao Belas Artes, e à rua Minas Gerais.Cheguei ao meu prédio, na esquina da Consolação, que foi construído em 1948 e deve ter presenciado pouquíssimas situações de violência como a de hoje. Se muito, na ditadura, mas não me lembro de nenhuma repressão semelhante que tenha ocorrido na Avenida Paulista. Me refugiei no hall do prédio, de onde avistei a parede do Choque avançando, com mais tiros, bombas e granadas de efeito moral, até a esquina com a Avenida Angélica. Na rua em frente, ao lado do Sex Shop que fica adjacente ao prédio da Igreja Renascer, dois policiais com suas armas, essas de balas de metal, em punho, para afastar mais torcedores.Subi no meu apartamento, presenciei mais bombas, uma grande nuvem de gás foi se formando da "batalha" travada na esquina da Angélica com a Paulista. O caminhão do Choque chegou, as bombas continuaram, porém com uma freqüencia menor, já que os torcedores, que foram comemorar, iam fugindo da guerra para suas respectivas casas. As coisas começaram a acalmar, e eu desci para o hotel Formule 1, de onde escrevo este e-mail, com alguns policiais ainda tomando a esquina da paulista.

Questões que ficam: O Estado é que não vai controlar sua própria força, por si próprio. A sociedade precisa se mobilizar e exigir esse controle.Como uma comemoração de apenas UMA torcida pode ter resultado em tanta guerra? Incompetência, inaptidão e má-fé dos torcedores ou da polícia?O uso de violência contra manifestações pacíficas que bloqueiam as "sagradas vias de tráfego" é crescente pelo governo do Estado. Lembro de duas: borrachadas e spray de pimenta contra os estudantes da faculdade de direito da usp durante a "Peruada" e contra estudantes de jornalismo que protestavam contra a renomeação da Águas Espraiadas para Avenida "Jornalista Roberto Marinho". Aonde vamos parar? As sindicâncias instauradas nestas duas ocasiões não têm dado nenhum resultado.

Já li mais de uma vez os "senhores de boa vontade" da Associação que "defende" a Avenida Paulista manifestando o desejo de tirar de lá todo tipo de manifestação. O skyline e os prédios de luxo talvez não gostem de ser acompanhados tão de perto pela massa, devem pensar. Será que a operação de hoje tem relações com este poderoso lobby?O uso de força foi tão desproporcional para enfrentar uma situação que, em tese, seria majoritariamente pacífica, que não custa perguntar: será que eles estavam ensaiando e testando sua capacidade para evacuar a Paulista à força? É compreensível que os policiais que estavam no corpo-a-corpo com os torcedores quisessem avançar, mas e o comandante que deu a ordem para avançar uma vez, parar, e em seguida avançar sem trégua até à Consolação. Qual a razão? O que passava pela cabeça deste homem? Quais interesses e pressões envolvidos? Que concepção de controle social ele tem?-----É isso. Perdoem os erros de concordância e digitação. São quatro e meia da manhã e a internet custa dez reais a hora aqui.Meu nome é Bruno Lupion Gonçalves, RG 34.185.376-8. Meu telefone é 8397-1500 (cel) e 5095-5277 (com). Sou estudante do 5º ano da faculdade de direito da USP e moro na avenida paulista.-----

Escrevo pois estou indignado com tudo o que vi e tento sensibilizar a imprensa, que historicamente tem um grande poder de defesa dos direitos civis e da vida em sociedade, para realizar uma cobertura o mais fidedigna possível ao que de fato se passou. A essa hora da madrugada já vejo reportagens em algum sites que despejam a culpa do que ocorreu nos torcedores e não propõe uma reflexão sequer sobre o papel da polícia nas depredações e no desfecho trágico da comemoração de um título. E o campeonato se chama "Libertadores da América"...

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Live 8

O ator Brad Pitt se dirigiu à multidão no Hyde Park, em Londres, e foi muito aplaudido. "Vamos ser aqueles a dizer que não aceitamos que uma criança morra a cada três segundos simplesmente porque não tem os remédios que nós temos", disse ele. "Vamos ser aqueles a dizer que não estamos satisfeitos que o local de nascimento determine o direito de viver. Vamos ficar indignados, vamos fazer barulho, vamos ser ousados."

Na África A idéia do Live 8 é pressionar os líderes do G8 a aumentar a ajuda econômica à África. Em Johanesburgo, África do Sul, onde ocorreu um dos dez concertos, manifestantes lançaram Bob Geldof para presidente. Mas no continente e fora dele, há quem critique a iniciativa, dizendo que ela se concentra muito em dinheiro e deixa em segundo plano problemas como "comércio injusto" e a corrupção na África. Foto: Associated Press

Eu ainda acredito num mundo melhor...

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17 Julho, 2005

Se Erguem os Sabichões da República

Nunca vi em tão pouco tempo surgirem tantos sabichões.

De um lado, o chamado "filósofo brasileiro", José Arthur Giannotti, pergunta até quando o povo vai aguentar a corrupção do PT. Uma vez que ele pertenceu ao governo FHC, e este, por sua vez, além de tantas maldades, injetou dinheiro público para salvar bancos privados (inclusive de parentes próximos), a idéia que tenho é de alguém que senta no rabo e começa a gritar "olha os rabudos passando!".

De outro lado, o "economista de esquerda brasileiro", Paulo Nogueira, diz que a economia brasileira não foi contaminada pela crise política e nunca vai ser, pois a política econômica do governo Lula é a mesma do FHC. Ele não consegue perceber que estávamos em recessão com o FHC e que agora estamos com uma relativa oferta de emprego (minha agenda que o diga!).

Há ainda gente como Carlos Heitor Cony, que é viúva de Brizola, e como este já está morto, tudo que vier agora é ruim na opinião dele. Ou gente como Jabor, que não conseguindo impressionar com o direitismo que era o que caracterizava Paulo Francis, a cada dia grita mais contra o PT (na rádio) para ver se alguém diz que ele conseguiu chamar mais a atenção do que Francis. Viuvez de um, simples inveja, de outro.

E, por fim, há agora o Senador Virgílio, que antes que viesse à notícia de que ele adora uma prostituição infantil no Amazonas, começou a berrar na tribuna contra Lula, pessoalmente. Pois agora, surgindo a notícia que surgiu, ele vai poder dizer que foi resposta do governo - notícia plantada pelo PT. Sim, pois o PT e a KGB é tudo igual - é isso que ele quer que a gente acredite. Ele não quer que a gente acredite que o PT é Suplicy, Hélio Bicudo ou Plínio de Arruda Sampaio. Quer apenas jogar a coisa no ventilador.

Nunca vi tanta gente sabendo tanto. Nunca vi tanta lição de inteligência e de moral para cima da gente, os simples cidadãos. Todos querem tocar o dedo no nariz da população brasileira, que votou no Lula, para dizer o que Pelé diria - mas não diz mais: "viu, vocês não sabem votar"; "viu, quem mandou não votar nas elites?" "Viu, caipirada, populacho, quem mandou não votar no Serra, o santinho?" E alguns garotos do PSTU: "viu o que deu não perceberem que o certo era fazer a Revolução Comunista?" É lição em cima de lição! Todo dia temos a ladaínha na nossa cabeça: somos burros, não sabemos escolher!

Nós todos, os que votamos no Lula e que respondemos as pesquisas últimas, dizendo que achamos que o Presidente está reagindo bem aos fatos, punindo os culpados e usando a lei e não a arbitrariedade e o destempero, ficamos aqui, esperando as lições dos sabichões.
Gianottis, Nogueiras, PSTUs, Conys da vida - todos eles, juntos com suas mentoras, Hebe Camargo e Adriane Galisteu, estão nos dizendo: "ei, imbecis, não percebem que vocês têm de mudar de opinião?" Estão todos dizendo, desesperados: "na próxima pesquisa, respondam que o país vai indo mal, que Lula é culpado de tudo!"

Sim, eles estão esperando isso de nós. Mas nós todos, que somos 60% da população brasileira, teimamos em não obedecê-los. E como eles ficam com raiva da democracia! Será que se eles ficarem com muita raiva, não vão mesmo criar um mecanismo de não nos deixar mais escolher? Ahh, todas as vezes que a gente, simples cidadãos comuns, teimamos em ficar com a nossa opinião, eles quiseram que a gente mudasse na força. E agora?
Em 1954, em 1964, em 1968 ... Todas as vezes que a gente queria manter nossa opinião, disseram que éramos ingênuos, e nos tiraram das mãos o direito de manter nossa opinião. E desta vez?

Paulo Ghiraldelli Jr. - filósofo -
www.ghiraldelli.pro.br

Era exatamente isso que eu gostaria de ter dito...

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16 Julho, 2005

Farra na casa alheia-again...

Ontem passei o dia viajando...e cheguei em casa já noite, cansada, mas com grande expectativa...Aproveitar bem as poucas horas que restavam da visita do Tilsinho aqui...Ele, uma verdadeira "picture", tem um pique impressionante-ele e nosso irmão beberam dia e noite nos últimos dias-e eu só tomei um banho e fomos pra farra....
.
Passeio básico pelo Dragão do Mar (acho que nunca deixei de levar algum paulista lá), conversas e risos soltos, cervejas e tequilas e, bem, muita calma pra chegar em casa...Legal foi encontrar os amigos e compartilhar esse momento tão legal...

Dormi 4 horas apenas, e aproveitei o pouco tempo que restava pra leva-lo ao Mercado Central e ao Mucuripe, onde as velas cantadas pelo Fagner foram coadjuvantes de belas fotos e enormes sorrisos...

O que eu mais queria agora-além de estar sem ressaca-era deitar na cama e assistir a um DVD...mas meu querido amigo Alex disse que falta reprova e que hoje tem jantar pra comemorar seu aniversário...e agora tenho que ir me arrumar...

Muitas coisas aconteceram nessa longa semana, voltarei à ela depois...

posted by Erika Bataglia at 16.7.05 | 0 comments

15 Julho, 2005

EU JÁ SABIA!!!!!!!

Salve o tricolor paulista, amado clube brasileirooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!

Vários torcedores contra e eu sozinha, meu filho longe mas sua foto nas minhas mãos, minha família reunida e meu irmão gritando que ia ser 4X0...Terminei a noite solitária mas feliz da vida, cantando sozinha o hino entre as paredes do hotel, sabendo que meu filho vai poder bater no peito e gritar: SOMOS OS ÚNICOS TRI-CAMPEÕES DA LIBERTADORES!!!!!!!

Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar 4X0...MAS FOI MARAVILHOSO!!!!

Rogério Ceni, você merecia há muito tempo...nós também te amamos...

E me aguentem agora...rsrsrsrsr

posted by Erika Bataglia at 15.7.05 | 3 comments

14 Julho, 2005

Hoje eu vou gritar Tri-Campeão!!!!

Hoje é o grande dia!!! Estou no meio do mato, em reunião, com um milhão de coisas acontecendo mas com a esperança de ir dormir cantando o hino do meu time...E que meu filho possa sentir o que eu já senti há alguns anos...Tri-Campeão!!!!!

Espero uma corrente positiva dos amigos... :o)

E que toda a tristeza seja apagada e que as mágoas sejam esquecidas...

posted by Erika Bataglia at 14.7.05 | 1 comments

10 Julho, 2005

Ainda o Chico ou sobre a Saudade

Pedaço de mim
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque

Oh, pedaço de mim

Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Já tenho dito o quanto ando saudosa...ao tentar escrever sobre isso só me vem à mente a impressionante letra do Chico, que me basta, hoje e sempre.

posted by Erika Bataglia at 10.7.05 | 4 comments

08 Julho, 2005

Onde gostaria de estar hoje...

Em Parati, claro...

posted by Erika Bataglia at 8.7.05 | 2 comments

07 Julho, 2005

Xuxa ou A Beleza da Contemporaneidade

Eu não suporto a Xuxa. Nunca suportei.

Odeio aquelas caras e bocas over que ela faz no novo(!) programa, e sou obrigada a ver quase todo dia pois todos os consultórios que conheço só sintonizam a Rede Globo.

Mas o problema não é esse-ou é, também-mas o fato dos comentários das pessoas diante daquela imagem loura-deslumbrada-esvoaçante.:- Como a Xuxa tá feia né? (e olham pro lado esperando que todos concordem com o comentário). Como assim?!!! Quantos anos ela tem, 41, 42? A Xuxa é bonita mas, é claro, está envelhecendo e apresentando marcas desse envelhecimento...o que as pessoas esperam, que ela aparente 20 anos pra sempre?

Não, a Xuxa não está feia. Nem a Vera Ficher. Mas, para essas pessoas sentadas na frente de uma TV é um prazer quase sádico vê-las envelhecer...e percebo uma pontinha de inveja dessas pessoas.

Logo depois do comentário, se alguém der bola, logo vem outro pra dizer que ela fez sucesso porque deu pro Pelé. E daí? Problema dela. Isso foi algo menor perto de muitas outras coisas que ela fez na carreira. Mas as pessoas falam disso para menosprezar o sucesso e a fama que ela tem, como justificativa pra vida medíocre que a maioria leva quando na verdade elas é que queriam ter dado pro Pelé. E pro Senna.

E, claro, essa cobrança absurda pela eterna juventude faz com que mulheres-e homens-busquem formas de manter-se jovem por mais tempo, ou lutando desesperadamente para parecer mais jovens do que são, chegando a absurdos. É insano isso.

Claro que devemos cuidar da nossa saúde e, por que não, da aparência também, mas pra tudo tem limite. Ouvi que a Vera tirou as últimas costelas para diminuir a cintura...e que usa um creme que custa R$ 4 mil e dura um mês...Fico imaginando quando não houver mais cremes que funcionem-e vai acontecer,mais cedo ou mais tarde- qual será o tamanho da depressão dela. Haja Prozac.

A Tônia Carreiro falou que quem é bonito continua bonito, mesmo velho. "Beleza, sozinha, não conta. É esplêndido quando a beleza é acompanhada da inteligência."

Alguém perguntou se a Xuxa ou a Vera Ficher ficaram mais inteligentes?

Ao encontrar um amigo antigo você corre pra falar pro outro:-Você viu como fulano está mais gordo/magro/barrigudo/careca/feio? E fica com um sorriso suspenso, malicioso, no canto da boca? (Ainda bem que há excessões!)

Platão já dizia que a Estética é importante. As Musas inspiravam os artistas e esses criavam coisas belíssimas. A beleza gerava beleza. Mas o Belo enquanto conceito filosófico fica pra outro post.

P.S.: Para não parecer desculpa pelo meu próprio envelhecimento, expresso minha opinião enquanto sei que ainda possuo atrativos...rs. E que isso conste em minha lápide.

posted by Erika Bataglia at 7.7.05 | 0 comments

06 Julho, 2005

Minha rua

A rua em que nasci ainda está lá, mas as pedras que joguei e as folhas de árvores que arranquei não mais...

A rua em que nasci tem uma curva, bem na frente da minha casa, e os carros passavam quase atropelando as crianças...as crianças riam e os carros paravam...hoje as crianças não arriscam mais...

A rua em que nasci tem muita gente antiga, que mora lá desde sempre...e todo mundo ficava sentado na porta, conversando, fazendo fofoca da vida alheia e vendo as crianças jogando bola e empinando pipa...hoje, difícil encontrar alguém na rua...a rua está dominada por malandros...

A rua em que nasci tinha vários cachorros que corriam para brincar quando nos viam chegando, lá na esquina...todo mundo era um pouco dono deles...hoje ninguém mais tem tempo...

A rua em que nascí ainda tem minha família, todos no mesmo quintal que um dia era grande e dava pra gente jogar bola dentro...a família cresceu e o espaço diminuiu...

A rua em que nascí fica num bairro da Zona Norte, e eu tinha que sair muito cedo pra ir trabalhar...no horário de verão saía e ainda estava escuro...hoje, se estivesse lá, seria perigoso sair pra trabalhar...

A rua em que nascí é a mesma, mas mudou de alma. Eu mudei de rua há muito tempo, mas quando me refiro à ela é sempre como "a minha rua". Minha alma não mudou...

posted by Erika Bataglia at 6.7.05 | 2 comments

05 Julho, 2005

O que estou ouvindo...

...Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz...

na voz do Fagner é boa, mas queria ouvir na da Sueli Costa,alguém tem?

posted by Erika Bataglia at 5.7.05 | 1 comments

04 Julho, 2005

O que é Felicidade para você?

Preciso da ajuda de vocês...Fui convidada pelo meu grande amigo Marcelo a participar de encontros filosóficos para discutir o tema Felicidade, gostaria em primeiro lugar que cada um de vocês me dissessem o que pensam que a Felicidade é e como encontrá-la, e que me indiquem músicas, livros, textos, filmes, etc...que tratem do tema...Vai ser bem interessante, espero que participem...Thanks!

posted by Erika Bataglia at 4.7.05 | 2 comments

Conhece-te a ti mesmo

Época em que não me reconheço no espelho embaçado que está minha vida...

posted by Erika Bataglia at 4.7.05 | 4 comments

03 Julho, 2005

Conhecer é sofrer

Conhecer é sofrer. Esse sofrer é bom. Explico o motivo: A ignorância é a mãe da felicidade superficial. Trata-se de escolher entre a sabedoria e a ignorância, entre ser falsamente feliz ou triste. O conhecimento é um caminho sem volta; a partir do momento que se sabe não é mais possível deixar de saber. O alienado nada sofre pois nada vê, é cego diante do mundo e com isso pensa ser feliz. Prefiro o saber à ignorância, mesmo que isso me mostre que o mundo é absurdo e me entristeça. Mas essa tristeza é superficial, pois no fim o que vale é ser consciente e a partir disso é até possível ser feliz. Ou não vale nada viver.

O Mito de Sísifo

Albert Camus

"...Ao final deste longo esforço medido pelo espaço e tempo infinitos, o objetivo é atingido. Então Sísifo observa a rocha rolar para baixo em poucos segundos, em direção ao reino dos mortos, de onde ele terá que empurrá-la novamente em direção ao cume. Ele desce para a planície. É durante este retorno, esta pausa, que Sísifo me interessa.Um rosto que trabalhou tão próximo à pedra, já é a própria pedra!Eu vejo aquele homem descendo com um passo muito medido, em direção ao tormento que ele sabe que nunca terá fim. Aquela hora, que é como um momento de respiração, que sempre voltará assim como seu sofrimento; é a hora da consciência. Em cada um destes momentos, quando ele deixa as alturas e gradualmente mergulha no covil dos deuses, ele é superior ao seu destino. Ele é mais forte do que sua pedra. Se este mito é trágico, é porquê seu herói é consciente. Onde estaria realmente sua tortura se a cada passo a esperança de prosperar o sustentasse ? O trabalhador de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas, e seu destino não é menos absurdo. Mas é trágico apenas nos raros momentos em que ele toma consciência. Sísifo, proletário dos deuses, impotente e rebelde, sabe a total extensão de sua miserável condição: é nisso que ele pensa durante sua descida. A lucidez que deveria constituir sua tortura ao mesmo tempo coroa sua vitória. Não há destino que não possa ser superado pelo desprezo. Se desta maneira, a descida é realizada às vezes com tristeza, também pode ser realizada com alegria."

posted by Erika Bataglia at 3.7.05 | 0 comments

Simples assim

Tem certas coisas que não custam nada e podem melhorar o dia e talvez algo mais...um sorriso sem ser forçado, uma mão que acaricia, não jogar papel na rua, desligar o telefone no cinema, apertar só um botão do elevador, esperar a pessoa sair pra poder entrar, dar passagem no trânsito, dar lugar no ônibus para quem precisa, jogar imagem e ação com os amigos, pedir licença , dizer por favor e obrigado, tocar violão e a turma cantar, elogiar sem ser mentira, agradecer sempre que puder, dizer a um amigo o quanto gosta dele, tratar todo mundo com respeito, olhar nos olhos, dançar, receber uma carta e responder, reclamar do que está errado, jogar fora papéis velhos, guardar fotos antigas, dar gargalhadas, ter colo de mãe, cozinhar para alguém, viagem com amigos, trocar idéias, aceitar críticas, abrir a porta para alguém entrar, assistir filme e ter com quem comentar, apresentar um músico novo, ser gentil e principalmente amar, sempre, muito...

O que estou ouvindo: Que falta você me faz-Músicas de Vinícius de Moraes- Maria Bethânia

posted by Erika Bataglia at 3.7.05 | 0 comments

Canto porque o momento existe
e minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste
Sou poeta
(CM)

A poesia hoje não está em palavras mas na lembrança.
Vontade de estar com minha família
No quintal lá de casa
Mesmo com o frio
Ou a garoa

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Saudade palavra triste...

posted by Erika Bataglia at 3.7.05 | 2 comments

02 Julho, 2005

Mephistópheles

Duro na vida é ter que ser Fausto quando se quer ser Mephistópheles

Mephistópheles

Goethe

(Interpretação livre de Antônio Abujamra)

Eu sou Mephistópheles.
Mephistópheles, é o diabo.
E todos vocês são Faustos.
Faustos, os que vendem a alma ao diabo.
Tudo é vaidade neste mundo vão, tudo é tristeza, é pop, é nada.
Quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta.
O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços.
Mas eu não sou o que vocês pensam.
Eu não sou exatamente o que as Igrejas pensam.
As Igrejas abominam-me.
Deus me criou para que eu o imitasse de noite.
Ele é o Sol, eu sou a Lua.
A minha luz paira sobre tudo que é fútil: margens de rios, pântanos, sombras.
Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida, figura que lhe darei toda felicidade.
Figura que te beijaria indefinidamente. Era eu. Sou eu.
Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderá achar.
Os problemas que atormentam os Deuses.
Quantas vezes Deus me disse citando João Cabral de Melo Neto: Ai de mim, ai de mim. Quem sou eu?Quantas vezes Deus me disse: Meu irmão, eu não sei quem eu sou.
Senhores, venham até mim, venham até mim, venham.
Eu os deixarei em rodopios fascinantes, vivos nos castelos e nas trevas, e nas trevas vocês verão todo o esplendor
.De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem?
De que adianta pagar as contas no fim do mês religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU?
Todos vocês são Faustos.
Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem.
As suas bem humanas insaciabilidade, terão lábios, manjares, bebidas.
É difícil encontrar quem não queira vender sua alma ao diabo.
As últimas palavras de Goethe ao morrer foram: Luz, luz, mais luz!!

Sobre o(a) autor(a):Johann Wolfgang von Goethe (1749 - 1832), nasceu em Frankfurt. Grande poeta e pensador alemão. Sua vasta obra abrange peças dramáticas, romances, contos, poesias líricas, cartas e descrições de viagem. Obras como: Fausto, Afinidades Eletivas e IfigêniaPoesia apresentada no programa
233
Os poemas e os textos lidos em "Provocações” são, às vezes, livre adaptação do original, por Antônio Abujamra ou Gregório Bacic. O formato em que se apresentam escritos aqui é apropriado para a leitura em TV e não o seu formato original.

posted by Erika Bataglia at 2.7.05 | 0 comments

Da terra da garoa

É da terra da garoa, que é também minha terra, que chegam instantes iluminados em meio a essa negra época...as sempre doces e sábias palavras do amigo Mau, meu amadoamigo de todas as horas, da prima/irmã Paula, que eu amodoro, como ela me escreveu um dia...das recordações de uma época maravilhosa que o Dri tem me propiciado e do antigo/novo amigo que também é Mau, mas que só procura o bem...

posted by Erika Bataglia at 2.7.05 | 2 comments

Teve Amici's

Teve superação do cansaço e da preguiça pra poder ir,
Teve Alex e Germana , teve amiga da Germana com ciúmes dela comigo, teve sinuca de dupla, teve vinho do porto que primeiro veio vinho de garrafão e eu disse que não era burra pra não notar, teve um breve momento da Val passando, passando...como breve conversa com Cacau Murilo e agregados, teve música da muito boa e teve,infelizmente, muito cigarro, teve dor na consciência pois devia estar dando mais tempo pro meu corpo se recuperar mas não podia mais esperar, teve quem me ache persona non grata, teve saudades do Stravaganza em São Paulo e da época em que eu passava uma noite inteira adorando tudo e teve até furto de uma tacinha como vingança à tentativa de me enganar, ah e teve a bateria do Rafael descarregando e querendo ir embora dormir...

posted by Erika Bataglia at 2.7.05 | 0 comments

01 Julho, 2005

Solitário

Solitário

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta
Cortava assim como em carniçaria
O
aço das facas incisivas corta!


Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
— Velho caixão a carregar destroços —

Levando apenas na tumbas carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!

(Augusto dos Anjos)

31 Agosto, 2005

Meio a meio

o fixo do olhar não esconde
aquilo que se quer dizer
perpetua a dúvida
entre o que se quer
e o ideal

O olhar distante
encobre a angústia
do saber-se inteiro
no aqui
no agora
na vontade
no desejo

O ser que pensa
é o outro.
o que é
é o que grita,
que pede,
que toca,
que olha
e sugere olhares

entre um
e outro
cresce o desejo
de beijo
de corpo
de alma
do todo.

qual você quer ser?

posted by Erika Bataglia at 31.8.05 | 1 comments

30 Agosto, 2005

Renato Brás

Estou em Juazeiro mas volto na quinta, espero sinceramente que a Ocean Air não atrase o vôo dessa vez...do aeroporto irei direto pro Kukukaia, ansiosa por assistir novamente ao show do provavelmente mais importante nome da nova MPB...Aos que ainda não conhecem, os meus cd's estão disponíveis (na base dos 3 v's). Tentem ouvir algo dele pela internet, ele tem músicas maravilhosas, uma voz e um preparo impressionantes...E vamos pro show!!!

posted by Erika Bataglia at 30.8.05 | 7 comments

29 Agosto, 2005

Um dia especial II

O mar bravio me inibia, tomando-me num susto.
O vento fazia correr areias em meus pés,
tocando-os impulsivamente.
Ao sol, meu corpo dourava,
minha alma se aquecia,
vibrante momento passado
que de tão próximo
eu ainda sentia.

Não sei em que momento
desse longo dia
Perdi-me.

Ou encontrei-me.
Sei apenas que vivi
e vivo ainda
um dia especial.

posted by Erika Bataglia at 29.8.05 | 1 comments

28 Agosto, 2005

Um dia especial

Assistir a um documentário sobre a presença/ausência dos negros na tv brasileira e participar de um debate muito interessante...ir ao PV assistir a um jogo do Ferroviário e me sentir no Morumbi, camisas iguais às do meu time...Sensações inusitadas...muitas cervejas...Show do Ney Matogrosso num Mucuripe sem os "mucuripeiros" de plantão...Agradável companhia do Igor e do Israel...e dormir imaginando que as coisas poderiam ser bem mais simples se pudéssemos viver sempre com intensidade cada dia de nossa vida...

posted by Erika Bataglia at 28.8.05 | 0 comments

26 Agosto, 2005

Livre clausura

Contigentemente
em sua livre clausura
Dispõe-se a ouvir
com os olhos
Pois a boca mente:
o olhar,não.

Inconsequentemente
Ele fala
Ela cala
e põe-se inteira
Sem vaidade
Abdicada
Buscando a verdade
que nem ele tem.

Inconstantemente
as palavras somem
o olhar se perde
pra depois se achar
no olhar perdido
daquela que o tocou
e de tão profundo toque
já se sublimou.

posted by Erika Bataglia at 26.8.05 | 0 comments

Quereres

-Eu te adoro...dito assim, quase num sussuro inaldível, dito correndo entrecortado por outras frases, um dizer inseguro, indireto, mas os olhos já tinham dito e também já tinham fugido numa tentativa desesperada de não ouvir nenhuma resposta mas buscando no olhar dela, num vacilante segundo, uma resposta que o fizesse feliz, mesmo sabendo que a felicidade seria impossível qualquer que fosse a resposta, nenhuma resposta o satisfaria já que o que ele sempre quisera já não queria mais, aliás era muito mais o que ele queria, agora queria sua alma, mais que seu corpo, queria poder entrar nela sem ser transparente, queria impor-se como só algo fundamental pode querer.

Abdicou do possível, do tangível, das efemeridades e das futilidades mundanas. Queria o absoluto naqueles lábios que tanto desejava, viver no intramundo impensável da contingência humana. Ir do céu ao inferno num único olhar, sentir o ardor no peito e o desejo ensurdecedor da carne. Queria mais. Queria tudo. Da alma pluriforme dela queria ser Rei. E ter, na plenitude, sua coroa...

posted by Erika Bataglia at 26.8.05 | 1 comments

25 Agosto, 2005

Transmundo

No olho mágico de minha vida
Só o que vejo são sombras azuis-esverdeadas-bruxuleantes


Quase negras

Quase belas

Mais mancha que sombra em si
Mancha
porque marca a alma
Sombra só marca o olhar

Quisera o musgo transmutar-se em ouro
De
brilho fosco, fotofóbica que sou.

Do dourado surgissem transparências
Quase Luxuriantes
Que me perpassassem sem eu notar,
Que me inundassem e me banissem

Essas transparências régias
Transparência de luar.

posted by Erika Bataglia at 25.8.05 | 3 comments

Escolhas

O fato
no ato
concreto

O sonho
no véu
Disperso

Um
Outro
Em um - estou
Em outro - sou

Qual?

posted by Erika Bataglia at 25.8.05 | 0 comments

24 Agosto, 2005

Críticas

Algumas vezes ouvimos algo que não é agradável, mas pode ser salutar,
Duro mesmo é fazer com que fatos como esses tenham algum poder de mudança...

Ninguém nunca está tão aberto à críticas quanto diz estar...

posted by Erika Bataglia at 24.8.05 | 0 comments

23 Agosto, 2005

Perda

Não me conformei com o pedido
Não concordei
Apenas resignei-me
E levo o coração sofrido...

posted by Erika Bataglia at 23.8.05 | 2 comments

22 Agosto, 2005

Pétala

Pétala

Dura
A pétala caída apodrece
Arrancada que foi
Perdeu seu encanto
Já não o odor
Nem a doce textura
-o macio do toque-
Restou apenas
O áspero das rugas
Formadas na secura

Bela,
Adornou rosto
Que debutava
Límpido e vibrante
Como céu de verão.

Parte que era
De rubra rosa
Tornou-se só
Entre folhas de um livro qualquer
Já não era lembrada

Ali murchou, ali secou
Perdeu sua cor
Já não mais flor
Pétala?
Não, nem isso
É só resto de pó em livro antigo.

posted by Erika Bataglia at 22.8.05 | 0 comments

21 Agosto, 2005

Show do Belchior



















Ele é um dos ícones da música brasileira, além de ser uma figura muito interessante no palco. Não deixa de ser estranho ver o esforço que ele faz para dar aqueles chutes pro alto,muitas vezes sem motivo algum. Mas a performance, como as letras profundas, são partes indissociáveis da obra de Belchior...

Ele aproximou-se da obra de Carlos Drummond de Andrade há algum tempo, musicando alguns de seus poemas. Eu tenho as caricaturas que ele fez do Drummond, e no verso de cada uma um poema escolhido a dedo. Faz parte do meu projeto emoldurá-las, revezando imagens e palavras...

Mas o que mais me alegra é estar no Dragão do Mar, tão pertinho do palco, e curtir um show desses com pessoas tão queridas...

posted by Erika Bataglia at 21.8.05 | 4 comments

Em um certo aniversário de um certo amigo antigo...


Ontem revi pessoas queridas que há tempos não via...

Eu queria entender essa minha vontade de não me afastar das pessoas que, por algum motivo, foram importantes para mim. Nem sempre isso é possível, as afinidades são outras, os caminhos também, mas a sensação que tenho sempre é que o passado vive em mim tão intensamente que não poderia me imaginar abandonando completamente minhas lembranças...

Nostalgia assumida, não deixo de querer muito novas sensações, novos amigos e novas alegrias...

Será que é pedir demais? Acho que não...

posted by Erika Bataglia at 21.8.05 | 0 comments

17 Agosto, 2005

Sina

A luz que me envolve
opaca
como minha sina
é luz modesta
invade pela fresta
da porta que já fechou

posted by Erika Bataglia at 17.8.05 | 2 comments

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A loja fechou
Fecharam os bares
A garrafa secou
Já não há bebida
Só o hálito ocre
da noite não dormida
da noite compartilhada
vida com vida.

posted by Erika Bataglia at 17.8.05 | 1 comments

Crescer

Como balanço de criança, que mesmo enferrujado, diverte,
Quero amigo verdadeiro que coloque óleo em minhas
dobradiças pra eu balançar melhor...

posted by Erika Bataglia at 17.8.05 | 0 comments

Flor de pitanga

Que venha o sol e esquente a pele
E que a brisa sopre as folhas de pitangueiras
para o cheiro doce de pitanga invadir o ar.

Que a lembrança em mim
seja só degrau
Não altar.

posted by Erika Bataglia at 17.8.05 | 0 comments

16 Agosto, 2005

Olhares

Olhares

Caminhava à beira-mar, pés na água que há pouco era onda. No horizonte, os últimos raios do sol que já se punha e no alto o suave perfil da lua que se anunciava.

O crepúsculo com sua cor única era o momento do dia que mais desejava, o momento perfeito, aquele mínimo tempo em que o dia e a noite se encontram. Certa vez pediram que ela explicasse de que cor era a cor do crepúsculo, já que era sua cor favorita, e ela respondia sem responder, era, e pronto, só assim mesmo, cor que varia com o olhar. Há tempos a cor mudara, ou seriam seus olhos? Quando vinha pela praia, mãos dadas e coração pleno, chutando águas e sorrindo quietinha, a cor era de um vermelho alaranjado intenso, passando para um azul Van Gogh pincelado até perder-se no mar. Hoje, percebia que o vermelho tornara-se turvo e um roxo perdendo-se entre azuis sutis não tinha o brilho de outrora. Continuava belo esse crepúsculo, como poderia não ser? Mas aquela era uma beleza morna, quase adormecida antes da partida.

Perdida em pensamentos não percebia que a escuridão já se formara e tudo o que via agora eram as luzes da orla e seus primeiros seres noturnos. Há muito passara de seu ponto mas não pensava em parar, nem em voltar. Os fracos reflexos na água dissipavam-se a cada passo seu, tentou pisar a água sem turvar sua imagem refletida, mesmo sabendo impossível, que loucura é essa menina?

Em sua cabeça a mesma música que tocava quando entrou no bar, música chorada por alguma negra americana, música daquelas que entram no peito e ficam ali, passeando, às vezes apertando...e de repente parece que o mundo pára e ela vê aquele olhar que incendiou seu ser, olhos de gato no escuro da noite. Perdeu-se naquele olhar como nunca fora capaz e num delírio surreal sentiu a respiração suspensa, a música tomando o ar e aquele olhar penetrando sua alma, alma virgem de amor, alma arrancada do corpo a vagar em ébrio contentamento.

Despertou com o baque seco de um copo que se partira, bem ali ao seu lado, e percebeu-se no meio do tumulto que se formara no bar. Procurou desesperadamente e em vão aqueles olhos de gato, ali em em todos os seus longos dias desde então, em cada esquina escura, em cada rua do centro, nos cafés sujos e nos intervalos das noites de cabaré. Nada mais sabia, somente o olhar que a tocara de maneira tão profunda, somente aquele olhar vivo e intenso parecendo espectro a lhe seguir, atormentando suas noites de agonia.

Entretida que estava com suas lembranças não percebia que chutava a água do mar que avançava em sua direção, molhando suas pernas já exaustas. Parou de repente, num susto, diante daquele homem que surgia de forma imperiosa à sua frente. Vestido com longa túnica negra, sua pele parda misturava-se à escuridão da noite alta. Trêmula, sentiu sua alma novamente fugindo ao notar o mesmo olhar penetrando seu íntimo. A escuridão agora pegou-a por completo. Não sentiu seu corpo tombando.

Despertou, dia claro, com a água fria da manhã a banhar-lhe o corpo. Assustada, sentou-se ainda confusa e tentou lembrar o que fazia ali. Ouvia a mesma música e lembrou vagamente o que acontecera, as cores do crepúsculo, os pés molhados, a brisa noturna e...Não! Seria possível?! Olhou rapidamente ao redor mas não viu senão os primeiros raios do sol refletindo na água. Sentiu vontade de chorar. Onde estaria aquele homem e seus olhos impiedosos, homem turvo, quase vento? Teria sido sonho? Não, não era possível, como explicar a alma que novamente foge pela noite ao som da música do choro? Como explicar o arrepio n’alma que aquele olhar provocara, fazendo tremer pernas e coração?

Seria um sonho a razão de tamanha volúpia?
Isso já não importava, sonho ou não, o sentido de sua vida era mais que apenas uma dúvida onírica...

posted by Erika Bataglia at 16.8.05 | 2 comments

15 Agosto, 2005

Eu

O que sou hoje não me interessa, quero saber o que serei...

posted by Erika Bataglia at 15.8.05 | 2 comments

14 Agosto, 2005

Overdose de Fernando Pessoa


Dessa overdose eu morreria tranquilamente...

Estou copiando o Cd "A música em Pessoa" pra uma médica. Fico feliz por saber que existem alguns médicos que se interessam pelas artes (desculpem a generalização, mas a maioria não gosta mesmo) e com eles troco algumas boas experiências musicais e literárias. No caso deste cd, ambas. Aproveito para ouvi-lo novamente, e é formidável a voz de Dory Caymmi em "Na Ribeira do Rio", além de Tom, Nana, Edu, Hime, Milton, Vânia Bastos e surpresas como Marília Pera, Marco Nanini e Jô Soares...É um cd que se deve ter e ouvir, e ler, e ouvir mais...

Retomei a leitura do "Livro do Desassossego" Eis dois trechos:

Há um grande cansaço na alma do meu coração. Entristece-me quem eu nunca fui, e não sei que espécie de saudades é a lembrança que tenho dele. Caí contras as esperanças e as certezas, com os poentes todos.

"Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tangem e rangem, cordas e harpas, tímbales e tambores, dentro de mim. Só me reconheço como sinfonia." (FP)

posted by Erika Bataglia at 14.8.05 | 0 comments

13 Agosto, 2005

Reencontro

Bem, já falei antes que o Orkut me deu vários presentes, me fez reencontrar amigos queridos que não via ha anos e perceber o quanto eles, apesar da distância física, sempre estiveram presentes...

Um deles virou poeta, e aproveito pra colocar aqui um de seus belos poemas: Acho que tenho sorte com Mauricios...

weberianas (segunda parte)

há um céu com estrelas
e o preenchemos com os nossos anseios
intramundanos
e o céu se torna um ponto de fuga,
ao sabor dos amantes, dos solitários, dos desesperados -
que naufragam dentro de si mesmo...

todos somos uma experiência de beatitude
porque basta um céu e um motivo
uma idéia, um sentimento -
para que exista o desconhecido
supramundano

há um céu com estrelas
e um homem em sua insignificância

(Mauricio Trindade)

Aproveito pra colocar aqui o testimonial que escrevi para ele...

Quando a crueza do mundo é atravessada pelas cores da Toscana e nos levam a (re)encontrar sensações e sentidos adormecidos no âmago de nossa alma, é momento de Sorrir!! Eu tive a alegria de deitar meu olhar numa tela fria e ver, com felicidade e candura, um grande amigo de outrora que ressurgia, não das cinzas, mas de um belo lago onde estivera imerso rodeado pelo brilho das palavras, e que belas palavras! Nosso caminho de criança, antes compartilhado, perdeu-se em alguma esquina da vida. Mas, por um justo capricho da tecnologia, eis que estamos outra vez juntos, como nos tempos em que íamos à pé para casa falando sobre o que queríamos que a vida nos reservasse. Os sonhos de outrora não mudaram tanto, sinal que eram sonhos de vida, soprados em nossos rostos como a leve brisa da primavera.O tempo foi gentil com esse homem. Transformou-o num doce sedutor, atento às menores coisas, amigo para as maiores, dedicado e amável. Estar perto dele é um privilégio. Que a vida possa nos dar a flor da permanência!

posted by Erika Bataglia at 13.8.05 | 1 comments

11 Agosto, 2005

Galeria

Galeria

Ela estava ali, aninhada em seu colo, deitada sobre suas pernas quentes. Sentia ainda no corpo o tremor do gozo profundo do amor que finda, sensação retida provavelmente pela proximidade da ausência anunciada...


As lágrimas antes tímidas agora eram quase soluçosas, embargando a voz que mais parecia miado de gato novo perdido da mãe. Sentia em seus cabelos o toque ansioso de quem sabe que não devia tocar mas que sempre quis, vontade a gente não (im)pede.

Essa ansiedade transformou-se em medo quando ele pensa que ela talvez o queira novamente, que o queira tanto quanto ele a quer e ele sabe que diante disso nada pode fazer, fragilizado agora ele pelo desejo latente. Sempre que a via sentia o mesmo calor e a desejava tão intensamente quanto no tempo em que era ainda sua aquela mulher, corpo nu e entregue.

As lágrimas, sabia ele, não eram pela ausência anunciada, ou não só por ela. Após tantos anos separados eles sabiam que a vida não lhes reservara o direito de uma nova tentativa, sabiam que seus sonhos, apesar de comuns, seriam sonhados em outros corações. O que a entristecia fora o pedido dele, feito ainda no ardor do desejo, que ela não mais visitasse a Galeria.

Por anos aquele era seu refúgio secreto, seu momento de dar-se prazer apenas colhendo com olhos gulosos o que a arte lhe dava com tanta intensidade, saboreando a luz em sua plenitude, a sombra em suas nuances. Ali se sentia toda, se sentia trêmula, se sentia viva. Não imaginava que sua presença ali era quase uma ofensa, já que impunha a ele cheiros, gestos e gostos escondidos em sua memória.

O pedido se deu em meio aos beijos que ardiam em sua boca e ela só pôde concordar. Por um momento uma angústia profunda percorreu seu corpo e ela pensou que desmaiaria de tristeza. Porém já não podia conter a onda que a dominava e não tinha mais saída: deitou seus beijos no lábio quente que a prendia entre dentes e doou-se, lânguida entrega àquelas mãos macias.

posted by Erika Bataglia at 11.8.05 | 3 comments

10 Agosto, 2005

NÃO Repasse essa mensagem...

Não, o orkut não vai ser pago, nem o msn, e não adianta você mandar a mensagem pra 83456 amigos que seu bonequinho não vai ficar azul. Nenhuma criança doente vai receber um centavo pelos seus e-mails, a Nokia não vai te dar celular nenhum e é claro que ninguém vai pagar pra você usar a internet. Não, você não vai ficar sem transar 7 anos ou perder a pessoa amada só por não repassar as tais mensagens (se isso acontecer é por outro motivo, acredite).
Também não adianta passar pra todos os seus contatos um e-mail que diz no final que qualquer desejo seu será realizado em 48 horas. NADA DISSO ACONTECE, por favor, poupem as caixas de entradas de seus amigos!! Se quiser repassar algo só pra brincar, apague as listas com os endereços de e-mail e mande só pra quem você conhece!!

posted by Erika Bataglia at 10.8.05 | 1 comments

09 Agosto, 2005

"...quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação."

Mário Quintana. E precisa mais?

posted by Erika Bataglia at 9.8.05 | 1 comments

08 Agosto, 2005

Quem se lembra?

Nossa, olha o que eu encontrei na net!!
Nostalgia bateu forte ao encontrar a carteira dos meus dias de Montessori...toda aquela época me veio à lembrança, a madeira dura e os pés de ferro normalmente enferrujados, os livros que a gente esquecia embaixo da mesa (eu esqueci um diário uma vez, escrito em código que o Ricardo Ardina decodificou-tão difícil que era-e foi uma confusão), os trabalhos em grupo com as carteiras viradas uma de frente pra outra e dois em cada, os trabalhos em dupla com dois sentados e algumas vezes as mãos bobas levando tapas, as festas com as carteiras enfileiradas e cobertas com toalhas brancas servindo de mesa, as colas que a galera colocava embaixo da mesa e puxava na hora da prova, a turma sentada na mesa balançando as pernas enquanto o professor não vinha, os nomes e os corações riscados na madeira...

E eu posso ter uma dessas por R$ 124,00...no Mercado Livre...peça única...

posted by Erika Bataglia at 8.8.05 | 3 comments

...


Murmura uma voz em meus ouvidos
murmúrio fino de beija-flor voando...
será que as flores sumiram?

posted by Erika Bataglia at 8.8.05 | 0 comments

07 Agosto, 2005

Barra do Cauípe-Aniversário do Igor



Teve mensagens secretas e ligações escondidas, teve hora marcada na Bezerra pra todo mundo ir junto, mas teve gente se perdendo e demorando demais, teve a Val segurando o Iguu pra não ir embora, teve pôr-do-sol com lua junto, teve cachorro-quente e bolo gostoso, apesar da areia da praia e da escuridão, teve amigos antigos voltando e amigos novos chegando, teve histórias vividas e vontades de outras, teve sorrisos no rosto e a certeza que a amizade sempre vale a pena...

posted by Erika Bataglia at 7.8.05 | 2 comments

Eu com cara de palhaça

Delúbio pede afastamento. PT diminui despesas. Lula dá 23% de aumento pra militares.Em nota, Alencar diz que a decisão "representa considerável esforço para atender às justas aspirações das Forças Armadas, ainda que com enorme sacrifício orçamentário" (AH tá!). Empréstimo de Marcos Valerio chegam a R$ 210 milhões...Ê lerê...

posted by Erika Bataglia at 7.8.05 | 0 comments

04 Agosto, 2005

É...

Acabei de ler um post de um amigo e me identifiquei...
Sou muito mais interessante deprimida que feliz...escrevo melhor, me impressiono menos com as futilidades, olho melhor as pessoas ao meu redor...
Quando triste, crio,
Quando feliz, copio...

posted by Erika Bataglia at 4.8.05 | 5 comments

Acreditar, eu não acredito...mas

Eu nunca entendi direito como essas coisas acontecem...a gente vai lá, coloca o dia que nasceu e pronto, tá nosso retrato na tela...Recebi um e-mail e resolvi fazer a análise só pra saber, e é incrível como sou parecida com isso ai...
Ah, sempre pensei que meu elemento fosse o Fogo, pois sou leonina...não é assim?

Nome: ERIKA BATAGLIA DA COSTA
Idade: 32 anos, 0 meses e 12 dias.
Signo: Leão
Planeta regente :Sol
Elemento :Agua
Número de Ambição : 8
Número de Personalidade : 8
Número de Expressão: 7
Número de Destino: 5
Segundo seu dia de nascimento.....
Você é uma pessoa independente, auto-suficiente, orgulhosa e responsável. Quando está diante de um problema, tem raciocínio rápido e notável capacidade de análise que o leva a diagnosticar, com acerto, a doença no corpo político de uma organização. Você terá mais sucesso com o sexo oposto do que com o seu próprio sexo; mesmo acontecerá com as pessoas mais velhas, junto as quais você terá mais possibilidades de sucesso do que junto as mais moças. Você se adapta facilmente as mudanças no seu meio e na sua vida. Sendo alguém muito versátil, pode aventurar-se nos negócios, no mundo das diversões ou nas profissões médicas.
A sua ambição é ......
Ter amor e afeição, apesar de sua vibração terrena e material. Organizar e controlar.
Você é...
Realista, boa organizadora, enérgica, ambiciosa e capaz. E' mais dependente dos outros do que admite.
Segundo seu número de Expressão....
'Vendo' através das coisas, capaz de chegar a uma realidade espiritual e não se adaptar facilmente ao corre-corre do mundo moderno. Deve escolher com bastante cuidado pessoas amigas e amantes, sem exigir perfeição, pois poderá ficar sozinho.
Segundo seu número de Destino ...
Ser alguém experiente e inovador. Você jamais será alguém preso a trilhos, pois o seu caminho é o da liberdade, da mudança, da variedade, das viagens e da adaptação as dificuldades da vida. Você deverá aprender a caminhar corretamente dentro da liberdade. Sempre que você pensar que alguma coisa é permanente, logo em seguida descobrirá que isto não é verdade. Contudo, você não deverá mudar pelo simples prazer da mudança, julgando que a grama do outro lado do muro é sempre mais verde. Aprenda línguas estrangeiras, mantenha-se alerta a tudo o que esta acontecendo, acompanhe a evolução do mundo, procure novas aventuras e caminhos nunca trilhados e encare as coisas com pureza. Aplique sua capacidade e faça com que as coisas sempre caminhem no sentido de progresso. No mapa numerológico, você e alguém progressista, mas não negligencie suas raízes. Se você for uma pessoa preparada para mudanças e para viver plenamente e se souber enriquecer sua existência com as experiências da vida, então terá seguido plenamente seus padrões. Evite fantasias e auto-indulgencia. Seja alguém responsável e não se descuide do dinheiro, pois você terá de lutar para conseguí-lo.

posted by Erika Bataglia at 4.8.05 | 0 comments

03 Agosto, 2005

Ode à um Grande Amigo

A Lista

(Oswaldo Montenegro)


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas
mentiras você condenava

Quantas você teve que cometer
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você.

Acredito que já tenha postado aqui essa letra, é das minhas preferidas.
Isso não importa, o que me leva de volta à ela são algumas alegrias que a vida me deixou por legado, e uma delas é o casamento de um grande amigo que está prestes a acontecer.

Passei a semana ouvindo-a, em meus pensamentos, e hoje gostaria de dedicá-la à pessoa que, em tantos anos de convivência, me deu a mão e caminhou ao meu lado. E sempre me dá tantas alegrias...

Alegria por um melhor amigo mais próximo que todos os quilômetros que nos separam, de todos os dias que não nos vemos e de tantas lágrimas que não dividimos.
Alegria que o tempo não pôde apagar, e que renasce a cada dia mais bela e mais forte, enraizando em nossos corações sentimentos puros de admiração, respeito e carinho.
Alegria por vê-lo homem quando o conheci quase menino, e sua felicidade de, afinal, ter uma família inteira pra si, amando-a mais que tudo.
Alegria por saber que ele é quem vai me dizer o que tem que ser dito e ninguém tem coragem pela minha quase sempre presente arrogância.
Alegria por saber que eu nem preciso dizer muito, uma palavra, um poema ou uma cançao que me rodeia bastam para que ele saiba que algo aconteceu, que é preciso outra vez o ouvido atento e as palavras doces, ou as palavras duras.
Alegria pois sabemos que, sim, nossos amores mudaram, nossos sonhos também, perdemos no caos da vida alegrias compartilhadas, descobrimos que alguns mistérios não tem uma explicação razoável mas que isso não importa quando percebemos que, na nossa Lista, estaremos sempre presentes, um e outro.
Mau, essa, é claro, é pra você. Obrigada por existir em mim...Amo você, meu irmãozinho.

posted by Erika Bataglia at 3.8.05 | 2 comments

02 Agosto, 2005

Menos

Como a onda que na areia vibra seus ais e volta ao encontro do mar
Como o sol que, brando, se despede do dia,
hoje me reconheço pouca,
me reconheço pobre,
me reconheço apenas,
me reconheço fraca
e me queria toda,
me queria forte,
me queria eu,
como sempre sou...

posted by Erika Bataglia at 2.8.05 | 2 comments

Como?

Não se pode ter tudo...
Eu, nunca me conformarei com essa frase...
Mas tenho que me submeter à ela...
Sempre?
ô coisa sem graça...

posted by Erika Bataglia at 2.8.05 | 1 comments

28 Setembro, 2005

Daquilo que deveria ter sido

Buscou com olhos sôfregos a rua escura que a engolira. Vontade de correr para alcançar o inalcansável. Vontade de não ter ficado ali, estagnado, vendo a ira que crescera nela de forma abrupta, dominando-a e fazendo-a surda aos seus apelos. Vontade de chorar...

A vontade maior era de saber-se querido, desejado, único. Em sua insegurança qualquer palavra dita em tom errado ou um simples olhar vagando eram, para ele, sinais da inconstância dos sentimentos dela. Como poderia aplacar tal angústia diante de tantos predicados? Sentia-se de tal maneira pleno ao seu lado que temia a morte distante, a morte talvez ausente mas plenamente anunciada. Por conta do que viria, não vivia, destruia o que era, defesa até compreensível para um homem acostumado à guerras onde atacar é sempre a melhor opção. Destruia, antes para fazer-se forte, para sentir-se potente diante da impotência do amor que, segundo ele, não era correspondido. Defesa natural e estúpida, obviamente.

Por medo da vida nos condenamos à morte precoce, a morte do desejo não dito e amplamente querido. Condenamos a nós mesmos a viver a angústia da dúvida diante do medo da certeza.

posted by Erika Bataglia at 28.9.05 | 0 comments

Eterno Gonzaguinha...

Nos dias tristes é que a música mais me vale, normalmente as de desesperança. Só que hoje quero falar que, apesar das tristezas, ainda acredito que a vida vale a pena ser vivida, que apesar dos percalços um sorriso pode significar muito. E que mesmo fingindo não ver o óbvio para tentar encontrar um ideal perdido, as vezes a razão fala mais alto e simplesmente abandono o que tem que ser abandonado. Com dor, pois não sei fazer isso sem ela, e dor que dura mais de três dias...

O QUE É O QUE É

*Gonzaguinha*

Eu fico com a pureza da resposta das crianças

É a vida , é bonita, e é bonita

Viver e não ter a vergonha de ser feliz

Cantar (e cantar e cantar) a beleza de ser um eterno aprendiz

Ah, meu Deus! Eu sei (eu sei) que a vida devia ser bem melhor ...e será

Mas isso não impede que eu repita

É bonita, é bonita, e é bonita

Se há vida...

E a vida o que é, diga lá meu irmão?

Ela é a batida de um coração?

Ela é uma doce ilusão?

Mas e a vida?

Ela é maravilha, ou é sofrimento?

Ela é alegria ou lamento?

O que é o que é meu irmão?

Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo

É uma gota, é um tempo, que nem dá um segundo

Há quem fale que é um divino, mistério profundo

É o sopro do criador, numa atitude repleta de amor

Você diz que a luta é prazer, ele diz que a vida é viver

Ela diz que é melhor morrer, pois amada não é, e o verbo é sofrer

Eu só sei que confio na moça

E na moça eu ponho a força da fé

Somos nós que fazemos a vida

Como der ou puder ou quiser

Sempre desejada

Por mais que esteja errada

Mas ninguém quer a morte

Só saúde e sorte

E a pergunta roda

E a cabeça agita

Eu fico com a pureza da respostas das crianças

É a vida , é bonita, e é bonita

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26 Setembro, 2005

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22 Setembro, 2005

Hotel Ruanda

Sai do cinema chorando e chorei até chegar em casa...compulsivamente...

Como não tenho tempo agora para escrever sobre o filme, pesquei um comentário do grande cinéfilo Ailton (sem a permissão dele, mas depois eu peço) para mostrar um pouco da impressão que o filme me deixou...

Um dos momentos mais chocantes do filme é quando Don Cheadle passa com uma caminhonete por cima de centenas de cadáveres sem se dar conta do que está bloqueando a estrada. O cenário do filme, aliás, lembra uma daquelas ficções apocalípticas sobre o fim do mundo estilo TERRA DOS MORTOS, do Romero. Mas o pior é que aquilo ali foi bem real. Chega a ser assustador imaginar que tudo aquilo é fruto da estupidez do ser humano: de sua vontade de ser superior, da incapacidade de perdoar e da facilidade de se deixar levar pela histeria coletiva.(Cinediário)

posted by Erika Bataglia at 22.9.05 | 6 comments

Correu pela rua sem olhar para trás, olhos trêmulos e pernas bambas...Temia virar-se. Ao mesmo tempo não conseguia ver o que vinha à sua frente...mesmo assim correu...

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20 Setembro, 2005

Palestra Roberto Machado-Importante

Acabei de receber um e-mail de um amigo avisando...vale a pena assistir..

Amigos,
é com muito prazer que recebemos novamente Roberto Machado em Fortaleza, para o lançamento do livro "Nietzsche e a polêmica de O Nascimento da Tragédia", seguido de palestra.
No Alpendre, quarta-feira dia 21/09, às 19h e 30min.
Informações: 3081 01 67
Rua José Avelino, 495

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E os lírios nas margens de rios remotos, frios e solenes,
numa tarde eterna no fundo dos continentes verdadeiros.

Sem mais nada e contudo verdadeiros.

(Fernando Pessoa)

posted by Erika Bataglia at 20.9.05 | 1 comments

19 Setembro, 2005

Aos meus amigos...

Estou passando por uma tempestade e tenho que me molhar, apesar de saber que todos vocês estão com guarda-chuvas à postos para me proteger...Obrigada, sua presença me faz ter a tranquilidade que preciso para superar mais um grande obstáculo na minha vida...

posted by Erika Bataglia at 19.9.05 | 2 comments

Ontem

Palavras doces não dependem de nada, só da nossa vontade...
Um carinho no rosto pode valer mais que milhões de beijos ardentes...
Um olhar sorridente pode alegrar um coração...
Atenção no momento certo pode despertar paixões...

A palavra errada, dita uma vez, pode ser esquecida,
A repetição delas, não.

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18 Setembro, 2005

Dúvidas

Odeio ter dúvida...sobre qualquer coisa...E em alguns momentos as certezas são piores que as dúvidas..

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10 Setembro, 2005

Salvador

Estarei durante a semana em Salvador, trabalhando...

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08 Setembro, 2005

Silêncios

Encostou o corpo morno no beiral da janela, fitando com olhos úmidos o jardim de roseiras tristes (elas ficam assim quando não tem rosas). Seguiu os ligeiros saltos do gato que tentava, em vão, apanhar a borboleta que, indiferente, voava placidamente em círculos. Pensou na borboleta ainda lagarta, espremida num claustrofóbico casulo e entristeceu. Tinha consciência que a lagarta não sofria pois não se pensava borboleta um dia, era lagarta e só, aquele era seu mundo e sua sina. Não fazia sentido aquela tristeza, talvez nem as outras. Apesar disso, o silêncio em seu coração irrompia como gume frio de faca afiada, nervoso, intenso, sangrando. Não ouvia o som do vento que rondava as folhas das árvores ou o correr das águas turvas do riacho que se perdia na névoa, tampouco sentia o calor do sol que surgia, tímido.

Arrepiou-se ao sentir na sua pele quase nua o toque quente das mãos daquele que, pouco antes, a olhara profundamente os olhos. O silêncio foi quebrado pelo súbito disparo no peito, misto de susto desperto e angústia. Nada disseram.

Ele procurou no jardim o motivo de tamanha atenção mas nada viu. Somente um jardim frio de inverno em toda sua quietude. Ainda estavam lá o gato e sua inquietude contrastando com a suavidade da borboleta, os arbustos que recebiam os primeiros calores do dia, a fluidez da água...mas, pensou ela, o belo só é claro aos olhos do coração, olhos de doçura e encanto, de sonhos no caos, de sentidos incompreensíveis ainda que reais. Ela alí, imóvel, viu-se de repente perturbada. Pensou nele como alguém que jamais compreenderia suas dores e suas angústias, confuso pelos momentos de intensidade que via nela. Não compreenderia nunca que a inconstância de suas ações, fruto da obrigatoriedade da vida, a tornava cada vez mais imersa no escuro doloroso em que, aos poucos, se transformava sua alma.

Sentiu o suave cheiro dos jasmineiros sem flor, vindo com o vento. Arrepiou-se, agora de frio e, como desperta de sono profundo, estremeceu. Percebeu que ele já não estava ali abraçado à ela mas sabia que ele permanecia perto, observando-a. Um sentimento de urgência e vergonha a fizeram confusa. Desviando o olhar, buscou seus pertences e saiu. Atrás de sí deixou o silêncio, cortado apenas pelo bater inconstante da porta que sucumbia ao vento.

posted by Erika Bataglia at 8.9.05 | 4 comments

Sobre a Arte a partir de Camus

Há muitos anos eu tento comprar o Livro "O Mito de Sísifo" de Albert Camus, e nunca conseguia. Agora, depois de adquiri-lo, penso que deveria ter me esforçado mais para conseguir.

"O Absurdo e o Suicídio
Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio.Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da Filosofia..."

Essa é a primeira frase do livro, e apesar de ter lido apenas poucas páginas não poderia deixar de colocá-la aqui. Falarei a respeito em outra ocasião.

O que me fez sair do meu retiro auto-imposto foi uma passagem, ao folhear aleatoriamente o livro, que fala sobre a Arte. Fantástica, perfeita, ei-la:

"...Não há fronteiras entre as disciplinas que o homem emprega para compreender e para amar. Elas se interpenetram e a mesma angústia as confunde.

Isto deve ser dito desde o começo. Para tornar possível uma obra absurda, é preciso que o pensamento, na sua forma mais lúcida, esteja inserido nela. Mas, ao mesmo tempo, é preciso que só apareça como inteligência ordenadora. Este paradoxo se explica de acordo com o absurdo. A obra de arte encarna um drama da inteligência, mas só o demonstra indiretamente. A obra absurda exige um artista consciente dos seus limites e uma arte em que o concreto não signifique nada além de si mesmo. Ela não pode ser o fim, o sentido e o consolo da vida. Criar ou não criar não muda nada. O criador absurdo não se apega à sua obra. Poderia renunciar a ela; às vezes, renuncia. Basta uma Abissínia.

Pode-se ver nisso, ao mesmo tempo, uma regra de estética. A verdadeira obra de arte está sempre na medida humana."

Essa era a resposta que eu devia ter dado ( e no fundo eu acho que dei) há 3 anos quando perguntada por um certo cético sobre o que era Arte. Apesar do atraso, ei-la.

posted by Erika Bataglia at 8.9.05 | 0 comments

Que fique expresso que o Rafael nunca entrou nesse blog. Apesar dos pedidos. Tarde demais.

posted by Erika Bataglia at 8.9.05 | 1 comments

07 Setembro, 2005

FECHADA PARA BALANÇO

É isso.

posted by Erika Bataglia at 7.9.05 | 1 comments

06 Setembro, 2005

Sobre o desarmamento

Somente depois de ter desarmado a burguesia, o proletariado será capaz de, sem destruir sua missão histórica mundial, atirar todos os armamentos no depósito de ferro-velho.
Lenin

Claro que não serei louca de dizer que sou contra. Acho que o desarmamento tem que acontecer o mais rápido possível mesmo sabendo que só quem vai ficar sem armas são os mesmos que pagaram seus impostos para suprir os mensalões. Alguém vai entrar na Rocinha e desarmar os traficantes? Alguém vai até Sobral tirar a arma daquele juiz?

posted by Erika Bataglia at 6.9.05 | 2 comments

04 Setembro, 2005

Collage Surreal

Farei aqui uma homenagem à um grande amigo que tornou-se um artista (ou começou a mostrar-se artista pois este artista nasce, não se torna...)
Seu nome é Konrad Zeller, um quase chileno mais paulistano que eu já vi...Alguém que lutou pelos seus ideias e que ainda luta para mostrar sua arte...entrem no www.sonambula.com para conhecer mais...

Essa collage me chamou a atenção de cara pela presença da Coruja...escreverei a repseito mais tarde..

posted by Erika Bataglia at 4.9.05 | 0 comments

03 Setembro, 2005

Ilusões

É preciso coragem para viver. Não a coragem dos heróis que apenas a usam como forma de manter seu heroísmo. A coragem do ser humano de ser só no mundo, de ser efêmero e breve. Coragem de olhar o presente sem a esperança do futuro. Particularmente acho impossível, contrariando o próprio Sponville. Até n’O Estrangeiro de Camus há algo que ultrapassa o imediatismo do hoje, mesmo que seja a espera da morte no amanhã.

Eu preciso dessa ilusão para continuar. Creio que todos precisem, alguns da ilusão alienante-alienada, outros da ilusão de saber que a ilusão não é real mas o fato de tê-la é. O desejo é que move cada ser, o instinto é que gera a energia de vida, mas também a de morte. Esta, pretendemos retardá-la para podermos continuar desejando já que com a morte ela acaba. Mas desse fato não podemos presumir que o desejo de morte não existe, ele existe tanto quanto o de vida, e lutamos contra ele, desesperadamente. É preciso coragem para saber que a morte seria boa saída quando, esgotados pela luta, guerreiros que somos, sentimos o corpo caído e doído do esgotamento.

posted by Erika Bataglia at 3.9.05 | 1 comments

Absurdos d'alma

Escrevo com volúpia instintiva não para expor idéias mas pelo simples adivinhar das coisas que não sei, só sinto. E esse sentir é mistura de dores que se movem levando meu corpo como pluma ao vento, alucinada, arrepiada pelo instante.Tudo é instante agora.Mesmo quando falo do ontem ou do amanhã estou falando o presente e esses ontens e amanhãs doem por participarem desse instante presente do qual não me desvencilho, nem poderia, pois são e pronto.

É esse “é” que eu procuro trancar num porão mas que grita como cão selvagem e não me deixa dormir. A Clarice diz que não se compreende música, ouve-se. Não quero compreender, mas viver sem isso é impossível. Posso conseguir não compreender o mundo, mas vou continuar tentando desesperadamente pois todo o meu ser “é” e preciso descobrir o que isso significa.

Vejo as linhas da minha letra se repetindo e imagino como podem ser sempre iguais. Percebo nos escritos diferentes momentos, contidos, eufóricos, nervosos, tristes, mas sempre reconheço nestes traços algo do meu eu que ninguém pode tirar e que me é caro, sem o que minhas idéias se perdem no inconsciente do caos do meu ser.

Passo por um estado novo onde não me reconheço, aliás, onde reconheço profundidades do meu eu que de tão claras escureço pelo medo de torná-las públicas. Sinto em mim o cinismo moral que todos fingem não ver mas que perpassa cada indivíduo. Necessário no mundo e também no meu mundo, esse cinismo me faz forte diante do perigo da idéia solta, do prazer sentido, da esperança tola. Cinismo que me amarra ao chão em fixos instantes que seriam súbitos. Não vou mais perguntar o motivo, sempre perguntamos e continuamos sem respostas. Há o indizível, mas só quando se tem medo do outro, de suas cobranças e julgamentos. Quando mais nada pode ser usado contra nós ficamos como que sem contornos, misturados à nevoa que nos eleva e nos torna intocáveis. Essa metamorfose é lenta e contínua e cada vez mais nos joga longe da realidade. Fuga pessoal e intransferível. Escrevo como quem aprende nas linhas das letras os caminhos possíveis perdidos e nunca mais podermos recuperá-los é a única coisa que resta. Sabemos até onde podemos ir e nem sempre vamos pois precisamos que o outro se liberte, ou se prenda, se for o caso, para nos acompanhar. O ser humano é individual mas a vivência e a convivência dele não é, nem poderia ser, já que em tudo há relações mais ou menos claras, importantes, mas sempre necessárias. Queria colocar em palavras os sentidos, os afetos, mas sem descrevê-los e não sei como. O instante foge sem ter fugido, como pirilampo brilhante que apaga sua luz mas que é pirilampo ainda, que existe ali, que é. Meu instante passa sem ter passado, retorna sem ter ido e nele tudo é vivido profunda e desesperadamente. Tento me maravilhar com o instante pois somente ele deve me bastar já que contém o ontem e o depois. Nele posso viver tudo o que já senti e o que ainda sentirei mas ele me detém, me afeta profundamente e me inutiliza. Nada posso dentro desse caldeirão de memórias e desejos, é como tentar ouvir as batidas do coração durante o sexo selvagem, elas somem mesmo que saibamos que estão ali e que poderão ser ouvidas depois do gozo. Estão, são, mas só a calma faz com que as ouçamos. Mas a calma constante não nos mostra as batidas então precisamos recomeçar a selvageria se pretendemos ouvir nosso próprio coração. A volúpia instintiva inicial não diminui, antes aumenta diante de tantos ditos e principalmente do ainda não dito. É como pescador que joga sua isca na espera do peixe que, mesmo que venha, vai ser devolvido ao mar para não morrer. Permanecer é ir? É uma pena pois o ficar só pode ser pelo ir, mas ir é não mais ficar. Como as batidas do coração, como círculo, ad infinitum.

Não, não busco sentido. Os meus porquês são muito mais uma tentativa desesperada de mudança que propriamente busca de sentido. Não quero ter os sentidos pois viveria terrível limitação. Quero a verdade inventada mas real. Paradoxo? Não, apenas ilusão, como a vida que nos é posta sem que peçamos, como carma a ser atribuído sem escolhas. Quero a verdade inventada que caiba na minha vida. A verdade que me mova e não a que me pára. Quero a vida que é mais que a possível, mas não quero a vida impossível. Não quero a limitação da vida com sentido se esse sentido é o que eu dou à ele. Como, então, viver? Substituindo a vida pelo sonho de viver? Muito pouco. Quero mais, quero tudo o que meu desejo mandar, não o desejo do id, nem o do superego que o limita, muito menos o do ego racional e maduro. Instintivamente desejo dentro do possível aquilo que é. A essência, a verdade cínica e possível das possibilidades poucas das loucas manobras no real para manter o sonho. Isso está em mim e me maneja. Isso pode não ser tudo mas é o tudo que é, essência da possibilidade de um ser improvável como eu, obscura para mim mesma.

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Queria que o mundo parasse pra eu descer...

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01 Setembro, 2005

Renato Braz


Renato Braz: celebração à boa música
Quixote das canções


Na noite de hoje, Renato Braz e seus fiéis escudeiros Gérson Oikawa e Bré, armados de violões, guitarras, ganzás, caxixis e outros apetrechos de percussão, renovam um contrato de fidelidade que já dura quase 10 anos: uma festança de boa música no Bar e Espaço Cultural Kukukaya, aberta pelo cearense Lúcio Ricardo, a postos para um inspirado tributo a Roberto Carlos.

Nos últimos anos, poucos intérpretes brasileiros despertam tanta atenção como esse paulista. Fluindo seus timbres médios e agudos, entre músicos de primeira linha e um repertório bem peneirado, registrado em quatro ou cinco álbuns de lavar a alma (o penúltimo deles, “Quixote”, fruto do Prêmio MPB Visa, categoria vocal, de 2002),

Renato Braz vem galgando novas aventuras pelo mundo: desde temporadas francesas (recentemente, no Ano Brasil na França), a um disco nos Estados Unidos (ao lado do saxofonista Paul Winter), participação no Projeto Pixinguinha, convite para um show no tal “Festival Cultura - a nova música do Brasil” e assinatura com uma das gravadoras mais conceituadas do País, a Biscoito Fino, cujo primeiro fruto deve sair no início de 2006, um álbum dedicado aos irmãos Jean e Paulo Garfunkel.

Uma celebração à boa música, em dia não apenas com os recursos e a técnica de sua voz, mas com um sentimento de brasilidade que prescinde de fusões sonoras estéreis. Celebração pronta para ser renovada por Renato Braz e seus amigos hoje à noite, entre novidades do “disco americano”, do “Quixote” que trazia participações de Alaíde Costa, Dori Caymmi, Laércio de Freitas e Chico César e do mais antigo, mas ainda não mostrado por aqui, “Outro Quilombo”, sem deixar de lado as mais pedidas ao longo de sua quase década de interação com a cidade. As bússolas musicais apontam novamente em direção ao porto dos visionários.

SERVIÇO: Show do cantor Renato Braz. Abertura: Lúcio Ricardo. Hoje, 22 horas, no Bar e Espaço Cultural Kukukaya (Av. Pontes Vieira, 55). Ingresso: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia). Informações: 3227-5661 e 3247-1658.

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Chico na Biscoito Fino

Acabei de ver essa notícia na Carta Capital e ainda estou vibrando! A gravadora Biscoito Fino começou com artistas desconhecidos do grande público como Mônica Salmaso, depois passou a trazer nomes como Paulinho da Viola e Bethânia e agora o Chico!! Os cd's são mais bonitos, mais bem cuidados, de papel,não vem naquela caixinha de plástico tradicional...fico ansiosa imaginando como será o próximo do Chico...

A BANQUEIRA DA MPB

A contratação de Chico Buarque pela gravadora de Kati Almeida Braga muda parâmetros no mercado musical
Por Pedro Alexandre Sanches

Uma das maiores novidades musicais do ano, no Brasil, chama-se Chico Buarque. A afirmação pode até parecer desprendida da realidade, mas se justifica pelo fato de que se origina no veterano compositor de MPB uma atitude de impacto político no seio da cultura nacional. Chico acaba de interromper uma ligação de 35 anos com a indústria multinacional de música. Chico agora pode dizer que não só musicalmente, mas também nos bastidores, é um artista brasileiro independente.

Liberdade.Chico desfez ligação com a BMGNo pano de fundo dessa transformação está a gravadora exclusivamente brasileira Biscoito Fino, uma das várias empresas ditas independentes que vêm comandando uma reconfiguração no mapa das expressões artísticas e dos grandes negócios da música nacional. Chico é a surpresa de agora, mas nem é um pioneiro: a mesma BF inverteu parâmetros há três anos, quando fez de Maria Bethânia sua primeira contratada entre os chamados medalhões da MPB. Iniciava-se uma debandada que se espalhou, dali por diante, entre nomes como Gal Costa, João Bosco e Djavan, e que estaria ligada, supostamente, a uma incapacidade das multinacionais em continuar bancando contratos fundados em luxo, privilégios e desperdícios.

O presidente da Sony & BMG, Alexandre Schiavo, que perdeu o passe de Chico para a BF, é lacônico ao tratar do caso, por e-mail: “Vejo com naturalidade a saída de Chico. Ele não tinha contrato com a gravadora, negocia a cada novo disco. Seu empresário apresentou uma proposta e nós, uma contraproposta”. A insinuação aí contida, mas não explicitada, é de que a contraproposta implicaria perdas para Chico.

Mas as mudanças vão de vento em popa. Mesmo sendo de porte pequeno (projeta vender 750 mil discos em 2005), a Biscoito Fino já comemora um crescimento de 80% em relação ao primeiro semestre de 2004. O dado é consolidado pela aquisição do passe de Chico, para a gravação de um álbum inédito, ainda neste ano, e, mais adiante, de um pacote com CD ao vivo e DVD.

À beira de completar cinco anos de vida, a gravadora carioca adota um modelo híbrido, que reverte cânones comerciais tornados hegemônicos pelas multinacionais na década passada, mas não coloca romantismo no lugar de rigor administrativo. A BF é fruto de uma sociedade equânime entre a cantora Olivia Hime e a empresária Kati Almeida Braga, dona do Banco Icatu.

posted by Erika Bataglia at 1.9.05 | 2 comments

29 Outubro, 2005

Momento frágil

O poder do ser humano de destruição é maior que o de construção? Tenho a impressão que sim mas essa impressão deve ser pelo fato que o que é feito em prol de algo fica pequeno diante do que é feito em sentido contrário...estou com a nítida sensação que tudo está desmoronando na minha vida.Preciso de pessoas que me ajudem a mudar essa sensação. Preciso de sonhos e não de frustrações mas ultimamente está difícil.

Preciso de colo.

posted by Erika Bataglia at 29.10.05 | 7 comments

26 Outubro, 2005

..e continuo caminhando ao sabor do vento, sem saber onde irei chegar.

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20 Outubro, 2005

Meus momentos Clarice...

Tenho momentos Lygia, momentos Camus, Kafka, Pessoa, Cecília. Tenho instantes e tenho eras. Em cada um deles sinto que as palavras ficam me perpassando o espírito, como se cada uma delas ultrapassasse meu peito como raio e fosse mais adiante para voltar depois e me rasgar de novo...

"A liberdade que às vezes sentia não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos.Às vezes no fundo da sensação tremulava uma idéia que lhe dava leve consciência de sua espécie e de sua cor.""-O que é que se consegue quando se fica feliz?""-Ser feliz é para se conseguir o quê?"
Clarice Lispector - Perto do Coração Selvagem

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19 Outubro, 2005

Não alienação

Se na luta existe
Algo de inconteste
É a força plena
de fazer-se livre
de fazer-se hoje
Pleno de espírito
Livre de Opressão

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14 Outubro, 2005

Arthur Rimbaud

Não adianta, não consigo ter foco...tenho milhares de livros pra ler-ainda minha monografia-mas parei para reler Rimbaud...

L' étoile a pleuré rose au coeur de tes oreilles,
L' infini roulé blanc de ta nuque à tes reins
La mer a perlé rousse à tes mammes vermeilles
Et l' Homme saigné noir à ton flanc souverains.

A estrela chorou rósea em tuas orelhas,
O infinito rolou branco de tua nuca aos rins,
O mar perolou roxo em tuas mamas vermelhas
E o Homem sangrou negro em teus flancos senis.



Ela foi encontrada!
Quem?
A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.
Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.
Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...
— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.
Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.
Ela foi encontrada!
Quem?
A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

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13 Outubro, 2005

Cicatrizes

Como podemos não sofrer ao saber que alguém sofre por nós?
Só o tempo é capaz de curar feridas, e queria que o tempo passasse muito rápido e não deixasse cicatrizes...

posted by Erika Bataglia at 13.10.05 | 0 comments

10 Outubro, 2005

Momento Heroína

Estou megalomaníaca...quero mudar o mundo...quero fazer algo que seja importante....quero montar uma ong...e sei que posso fazer muito...

posted by Erika Bataglia at 10.10.05 | 8 comments

05 Outubro, 2005

Certezas


Hoje eu não quero as angústias nem quero os traumas. Hoje quero a leveza, poder rir muito, encontrar aquele amigo antigo que há anos não vejo, receber um abraço da minha mãe, andar de mãos dadas com meu filho, olhar pra trás e perceber que muito já foi feito mas que não é nada perto do que pretendo fazer, olhar pra frente e saber que posso ser útil e que posso fazer a diferença, desde as coisas mais banais até transformações reais, sentir-me grande e forte, saber-me fundamental na vida de pessoas que também são fundamentais pra mim, conhecer novas pessoas e seus sonhos, poder sonhar junto, crescer junto, ser mais sincera com meus limites e não aceitar os que os desrespeitam, acreditar mais nos meus projetos e batalhar por eles, ficar perto de quem me faz bem e abandonar quem não faz, sem medo de perder pois a perda faz parte da aceitação da vida pequena que nós temos, o importante é não perder o que é fundamental, todo o resto é supérfluo, dessa maneira ter uma vida mais digna e verdadeira, sem os subterfúgios recorrentes das ilusões diárias. Hoje eu quero a rosa mais linda que houver, e não aceito outra.

posted by Erika Bataglia at 5.10.05 | 3 comments

04 Outubro, 2005

Enganos

Cai a face
Lívida
Sob carne disforme.

Enche a concha
Que se fecha
-ostra madura
Aguda dor
Da lembrança viva.

Trépido, foge,
O olhar relutante
Sob riso teimoso,
Tinhoso de fel.

Mente
Sob forma vil
Entorpece a dor
Com pequenas doses
De melancolias...

Rumina
Segredos e mentiras,
Pronto a vomitar
Com ira incontida
Metida na face
Que ousa criar.

Sob medo iminente
Cria riso indolente
Pronto a machucar.

E segue, não sabe
Se ao fim ou começo
Pois já não importa
Ambos são um
Qualquer
Ou nenhum.

posted by Erika Bataglia at 4.10.05 | 0 comments

Desilusão

Torto
o corpo destrói
sob olhar atento
a ilusão feita.

Escurece em tremor
olhar fatigado
de incerto amor.

Na dúvida há ditos
desditos
gemidos
protestos
vagando
em dor.

Já não há paixão
somente esquiva
já sabe-se triste
apesar de querida
não quer mais o pão
tampouco o circo
já não ilusão
perdeu-se o medo
de incerto tormento.

Na certeza da dor o medo é indiferente.

posted by Erika Bataglia at 4.10.05 | 1 comments

03 Outubro, 2005

IV Seminário Internacional Nietzsche-Deleuze

E mais uma vez acontece o Seminário e eu estarei fora na maior parte dos dias...O pior é que neste ano, mais que em alguns outros, o tema me interessa muito mais...Imagem, Literatura e Educação, ou seja, tudo aquilo que eu mais venho procurando estudar nos últimos anos....Anyway, ontem assisti a algumas palestras bem interessantes, além de um pequeno espetáculo de dança e um vídeo do Wolney sobre a Gênese do Bolero...hoje à noite devo assistir mais algumas palestras e depois irei postar aqui algo muito interessante que vi ontem sobre Nietzsche e a Educação...

Queria muito que alguém gravasse pra mim as palestras perdidas...:(

posted by Erika Bataglia at 3.10.05 | 0 comments

28 Novembro, 2005

Tanta espera e...

o São Paulo perdeu pro Fortaleza...o pior não foi isso, ou a falta de respeito pelo nosso ingresso num estádio lotado e sem estrutura, mas ver que falta muito pra esse time ter chance no Mundial. Espero que o técnico esteja certo, mas eu não acho que ficar poupando jogador ganha título, o que ganha é equipe jogando junto, se entrosando. Até o Rogério Ceni conseguiu bater 4 faltas e não fazer nenhum gol! De bom só o retorno do Grafite que parece estar quase 100% pros jogos do Mundial! Chegar em São Paulo com o Corinthians campeão só mesmo se ganharmos o Mundial, senão ninguém aguenta!Eles simplesmente esquecem os dois importantes títulos do tricolor conquistados em 2005. Rumo ao Tri no Mundial!!!

posted by Erika Bataglia at 28.11.05 | 5 comments

24 Novembro, 2005

Ainda a velha discussão acerca da Arte

Tem coisas que são frustrantes demais, e muitas delas a gente até pode evitar mas não o faz,...eu recebo a newsletter da Bravo (já que não assino mais por estar muito cara e eu não ter tempo pra ler a contento) e a cada novo e-mail deles maior é minha sensação de morar no fim do mundo (em tempo, eu escolhi Fortaleza e gosto muito, nada de bairrismo nesse comentário, até pq tem coisa que só acontece no Rio, ou em Nova York, e os paulistas também ficam sem) mas chega a ser um absurdo a quantidade de espetáculos, shows e até filmes que não passam nem perto das terras alencarinas! Sei de todo o blábláblá para explicar o fato, mas nenhum pode ser maior que a expressão da arte para todos! Vão dizer que cearense não gosta de "cultura", que o negócio aqui é forró. Engraçado que em SP eu tenho menos amigos interessados em assistir a uma boa peça que aqui, e sei de muitos daqui que não suportam o tal forró de hoje (ok, eu aceito o argumento, mas não me altere o "forró" tanto assim...). Não é, portanto, uma questão de localização geográfica. Será que não haveria público para um show de Mônica Salmaso ou um filme fora do circuito comercial? Eu duvido. A cada mínimo sinal de luz corremos todos, em plena terças ou quartas-feiras, para lugares onde nos acomodamos mal, onde bebemos cerveja quente e onde os garçons nos olham com ódio por reclamarmos do cigarro da mesa vizinha...não, a falta não é de público mas de uma política pública de incentivo à cultura que atinga as crianças, os adolescentes e até adultos que nunca tiveram a oportunidade de conhecer as Artes, não apenas como meros expectadores mas como atuantes no processo. E a Arte engrandece a alma, minimiza as dores e fortalece as relações, diminuindo a intolerância e tudo que advém dela. Eu acredito no poder da Arte. Basta ouvir Bach para sabermos quão geniais podem ser os seres humanos.

posted by Erika Bataglia at 24.11.05 | 4 comments

20 Novembro, 2005

News nada news

Muito tempo sem escrever, não só pela falta de tempo mas também pela falta de algo relevante a dizer...Cariri das Artes interessante, mas feito para os mesmos grupos de sempre, fraude descarada nas eleições do DCE, além do ínfimo percentual de eleitores que votaram, sensação de que o tempo não vai ser suficiente para terminar todos os trabalhos e a monografia, o trabalho estafante no mês que antecede as férias, os sonhos derrubados pela contingência da vida...

posted by Erika Bataglia at 20.11.05 | 2 comments

07 Novembro, 2005

Apoio ao DCE da UECE

Apesar de extremamente decepcionada com toda essa porcaria que virou a Política Brasileira, sei que não podemos simplesmente ficar reclamando e não fazer nada. Continuo acreditando que a mudança tem que se dar primeiro no nosso quintal para depois alcançar o mundo. A Educação é a única base sustentável para essa mudança acontecer de fato, e por isso eu apoio uma mudança efetiva na direção do DCE (Diretorio Central dos Estudantes) da UECE para fomentar uma mudança real na base da Educação Superior do Estado. Pode parecer pouco, mas eu acho que não é...mais formiguinhas estão se unindo...A Chapa que eu apoio é A FORCA (Força de Resistência contra a alienação) e quem for aluno da UECE ou tiver alguém que seja não se esqueça de votar nos próximos dias 16, 17 e 18.11. Thanks

posted by Erika Bataglia at 7.11.05 | 0 comments

06 Novembro, 2005

Na vida, não vale a pena ser só coadjuvante

posted by Erika Bataglia at 6.11.05 | 7 comments

03 Novembro, 2005

Psicopedagogia

estou adorando o estágio, acredito realmente que a psicopedagogia pode ajudar pessoas que tem dificuldade de aprendizagem...queria mais tempo pra me dedicar à ela, mas está mais difícil a cada dia...muito a fazer e tão pouco tempo...

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31 Dezembro, 2005

E o ano vai terminando...

se eu fosse parar pra falar tudo o que aconteceu neste ano eu levaria horas...muitas mudanças, muitas sensações, perdas e ganhos, alegrias e tristezas, mas o mais importante é a esperança de que o ano de 2006 vai ser melhor que este que termina hoje. Muito das minhas alegrias são reflexo dos amigos que tenho, dos próximos e dos distantes, daqueles que seguem comigo há anos e dos que iniciaram a caminhada da amizade recentemente...a vocês meu desejo de um Ano Novo de Luz e que as conquistas sejam sempre maiores que as perdas, que as alegrias superem as tristezas e que possamos estar sempre juntos. Um beijo a todos.

posted by Erika Bataglia at 31.12.05 | 1 comments

24 Dezembro, 2005

Natal

Aos meus queridos amigos um Natal com muita paz e saúde, muito perú e cerveja, muitos beijos e abraços e pouca chuva, que aqui em Sampa tá demais...

tô feliz, meu amorzinho tá vindo pra cá ficar uns dias comigo...

posted by Erika Bataglia at 24.12.05 | 4 comments

23 Dezembro, 2005

Sobre as alegrias...

por que nunca uma felicidade pode ser completa?

posted by Erika Bataglia at 23.12.05 | 2 comments

Sobre as alegrias...

por que a felicidade nunca é completa, ao menos um dia?

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20 Dezembro, 2005

São Paulo em São Paulo


Fui com meu primo Felipe pro centro assistir à passagem do time do São Paulo. Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas nas ruas saudando os jogadores. Seguimos pela Ipiranga, Dom Luis, Xavier de Toledo e Viaduto do Chá até a Prefeitura. Tirei várias fotos e filmei alguma coisa, foi empolgante ver o Rogério Ceni rouco de tanto gritar, 37 horas de vôo depois e várias horas em carro aberto. O Danilo parecia um morto, sentado, e o Grafite não parava de pular e "Levantar Poeira". O Amoroso disse que SP está no sangue, vamos ver...Queria ir pro Morumbi mas estava muito cansada e tinha que voltar, que hoje é aniversário da Mama e fiquei de ajudar. Mas valeu pela energia. E como eu sempre digo, Corinthiano só serve pra encher o saco mesmo...Podem falar à vontade que são paulino é tudo bambi, quero ver é urubu batendo muito a asinha pra sonhar em ser tri do Mundo!!!

posted by Erika Bataglia at 20.12.05 | 3 comments

19 Dezembro, 2005

O Zelador


O espetáculo O Zelador, do dramaturgo inglês Harold Pinter - vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2005 - volta a São Paulo. A montagem tem em cena o ator Selton Mello, também produtor da peça, que atua ao lado de Álvaro Diniz e de Michel Bercovitch, que assina a direção. A história gira em torno de dois irmãos de personalidades distintas, interpretados por Selton Mello e Michel Bercovitch. Um deles encontra um mendigo (vivido por Álvaro Diniz) na rua. O rapaz resolve, então, levar o velho para a casa, mas o irmão não gosta da idéia. O enredo fala do conflito que surge a partir desta situação.A linguagem de revista em quadrinhos serviu de inspiração para Michel Bercovicht – em seu primeiro trabalho como diretor no circuito profissional – e também para o cenário e figurinos. A marcação quase coreografada dos atores garante humor ao espetáculo, mas trata-se de um humor cáustico, já que a peça aborda violência e solidão.

Era o último dia da temporada e quase não chegamos a tempo, a peça é angustiante apesar dos momentos de humor , estávamos sentados na primeira fila e eu adorei pois gosto de ver os detalhes, quando a peça terminou fiquei com aquela sensação de embrulho no estômago até o Selton começar a agradecer a presença de todos, parabenizar o Corinthians pelo campeonato brasileiro, o Santos pela contratação do Luxemburgo, o Palmeiras, etc, num tom de voz bem baixo e tranquilo, mas ai ele tirou uma camisa do São Paulo da bolsa e bradou: Mas Tri-campeão Mundial só tem um!!! Foi demais, eu estava ainda no auge da sensação da conquista e vibrei muito, sai de lá empolgada e feliz pelo meu primeiro dia de férias...

posted by Erika Bataglia at 19.12.05 | 1 comments

TRI-CAMPEÃO!!!!!!

Eu, em São Paulo, com toda a parentada são paulina, desesperada...quem me conhece sabe que sofri muito e que estou radiante agora! Só não foi melhor porque o Marlon não estava aqui...quase que meu coração parou...

Aos que torceram a favor, obrigada, aos que torceram contra, NÃO ADIANTOU!!!!!

posted by Erika Bataglia at 19.12.05 | 1 comments

14 Dezembro, 2005

Coisas que não agregam...

- eu REALMENTE não aguento mais gente mal educada! O pior é que antes isso era coisa de velho chato, hoje só o que vemos são menininhas cheias de dinheiro e vazias de conteúdo, que andam como se não houvesse ninguém na frente...experimenta ficar na frente de uma delas e não desviar pra você ver...

- foto de capa com a seguinte informação: Doda continua recebendo mesada do pai (detalhe, a mesada é de R$ 45.000,00) mesmo depois de casar com uma das mulheres mais ricas do mundo...ah, e a foto era de um helicóptero e não dava pra ver nada da festa. Agora me digam, pra que querer ver foto nublada de um casamento que você nem sonhou em presenciar?

- Reportagem na capa da revista Sexy com mais uma "atriz" que não será ninguém em 3 meses: Você quer ter uma amante? Nós ensinamos onde encontrar e como manter, na maior discrição...

- Fila enorme pro cinema, você chega perto do guichê depois de 15 minutos de espera e é informada que a sessão lotou há 20 minutos...

e eu continuo sendo a chata...

posted by Erika Bataglia at 14.12.05 | 1 comments

11 Dezembro, 2005

Escuridão de mim

Leva-me a nuvem úmida
ao íntimo de mim
ínfima e obscura dor
surgida na crença
da impossibilidade

Levo-me imprudentemente
ao amargo suspiro
de incontidas horas
de choro
de dor
de solidão

Sensações repetidas
se fazem presentes
como cisco no olho
que não cede ao sopro

Levam-me as horas
mas ficam as memórias
como brasa quente
que ao menor sopro
ressurge e queima

Levam-me os brilhos
e fica a penunbra
e da penumbra, sombra
e da sombra, o nada
e do nada o oco,
o vazio
escuridão de mim.

posted by Erika Bataglia at 11.12.05 | 0 comments

05 Dezembro, 2005

mais uma vez Clarice

"Mas é que a verdade nunca me fez sentido. A verdade não me faz sentido! É por isso que eu a temia e a temo. Desamparada, eu te entrego tudo - para que faças disso uma coisa alegre. Por te falar eu te assustarei? Mas se eu nunca falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia." Clarice Lispector.

posted by Erika Bataglia at 5.12.05 | 0 comments

23 Janeiro, 2006

Das coisas boas das férias

Meu amor e eu no Hopi Hari...Grande dia...

posted by Erika Bataglia at 23.1.06 | 0 comments

19 Janeiro, 2006

A lista

Em crise de criatividade nada como ter amigos e seus blogs maravilhosos (Val, again, thanks):
Lista de 2005:

- Música do ano: Não uma, mas todas do cd da Bethania cantando Vinícius
- Festa do ano: meu aniversário
- Viagem do ano: Disney, com tudo pago pela empresa.
- Frustração de viagem: Mais um ano sem ter ido pra Europa.
- Ritmo musical do ano: Samba e MPB
- Perfume do ano: L'Eau D'Issey e Burberry weekend
- Amigo do ano: todos os que me compreenderam e não me julgaram
- Primeira vez do ano: Hopi Hari. Maragogi. Disney. Jogo do Ferrão.
- Qualidade reforçada no ano: Integridade e Dignidade
- Defeito piorado no ano: falta de controle do meu tempo, desorganização (é, eu sou mesmo, viu Val?)
- Descoberta culinária do ano: Sorvete de Creme de Papaia com cassis, com dose extra de licor.
- Praia do ano: Nenhuma, quase não pisei em areia.
- Loucura
do ano: Passar mais tempo vendo filmes que lendo.

- Projeto pessoal do ano: entender que sou limitada e não querer abraçar o mundo.Terminar a pós e começar outra. Ser feliz
- Sonho realizado do ano: ter encontrado a pessoa certa
- Perda do ano: me sentir mais uma vez usada e ainda ser tida como culpada.
- Decepção do ano: governo Lula.
- Carma do ano: os problemas do trabalho que não deveriam acontecer
- Surpresa do ano: os amigos recuperados pelo orkut e o encontro com eles em São Paulo
- Stress do ano: Lidar com as loucuras que meu irmão acha que tem que fazer.
- Susto do ano: ter certeza de ter visto alguém tentando invadir minha casa (pode ser que tenha sido só o Nietzsche tentando entrar, mas meu namorado, os vizinhos e a polícia não podem nem sonhar com isso..rs)
- Aquisição do ano: Váarios livros, cds e dvds amplamente desejados. Um porta-cds decente.
- Erro do ano: não ter conseguido estabelecer prioridades
- Lição do ano: O que eu sou determina quem está perto de mim. Sempre tentar ser uma pessoa melhor. Ter amigos verdadeiros compensa qualquer frustração.
- Acontecimento do ano: Ter encontrado meu absoluto.

posted by Erika Bataglia at 19.1.06 | 0 comments

16 Janeiro, 2006

Outro tipo de mulher

Copiado descaradamente do blog da Val...

Outro tipo de mulher
De Martha Medeiros"

Leio que Fernanda Karina posará nua por R$ 2 milhões, depois leio que a revista não confirmou o convite, depois leio que ela vai posar sim senhor e vai utilizar o dinheiro numa campanha para eleger-se deputada, e no meio desta artilharia de informação eu fico tonta e me pergunto: quem diabos é Fernanda Karina? Ah, a secretária que esteve na CPI e virou mais uma celebridade instantânea neste país surreal.Nunca vi tanta mulher nua.

Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas. O que não falta é candidata para tirar a roupa. Serviu cafezinho numa cena de novela? Posa pelada. É prima de um jogador de basquete? Posa pelada. Caiu do terceiro andar? Posa pelada.Depois da invenção do photoshop. Até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta dar uns retoquezinhos, aqui e ali. Dá uma grana boa. E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?Não sei se os homens estão radiantes com essa multiplicação de peitos e bundas.

Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.

Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade - emocionalmente.Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias verdades, sem esconder seus pequenos defeitos - aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana. Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que esperava-se com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.

Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor."

posted by Erika Bataglia at 16.1.06 | 3 comments

Mais do mesmo

Existe algo melhor do que ter muito de algo que se gosta? A semana que passou foi assim...hoje volto à luta que a guerra é longa...

posted by Erika Bataglia at 16.1.06 | 1 comments

12 Janeiro, 2006

Desculpas!

Meus queridos amigos de São Paulo, me desculpem por não ter conseguido rever todos vocês,calculei mal o tempo e ainda tive que voltar antes...mas a saudade continua e se tudo correr bem em breve estarei de volta...

posted by Erika Bataglia at 12.1.06 | 1 comments

08 Janeiro, 2006

O Fantasma da Ópera

Finalmente!!!

Me dei de presente ficar nas primeiras fileiras do Teatro Abril (antigo Teatro Paramount, deslumbrante e tombado) para assistir O Fantasma da Ópera, uma super produção que custou cerca de R$ 26 milhões de reais, sendo provavelmente o espetáculo mais caro do Brasil.

Montada em português, tem um elenco que se destaca pela qualidade técnica de voz e de atuação cênica, transportando cada um de nós para a magia do Grande Teatro de Ópera de Paris. Os cenários mudam completamente em segundos e a cenografia é tão impressionante que um lustre gigante de 450 quilos despenca do teto parecendo cair em nossas cabeças. Figurinos, maquiagem, efeitos, tudo é perfeito. A produção brasileira segue os padrões internacionais, contando inclusive com supervisão estrangeira. As famosas e imponentes músicas são tocadas pelos músicos (que ficam na parte baixa do palco, escondidos) de uma maneira tão imponente que parecem tocar em nossos corações. Emocionante, divertido, grandioso, perfeito, inúmeros seriam os adjetivos para definir, mas nada poderia substituir a emoção de vivenciar esse espetáculo. Posso voltar para Fortaleza mais feliz...

posted by Erika Bataglia at 8.1.06 | 5 comments

06 Janeiro, 2006

Absoluto

A vida só vale quando vivida de forma Absoluta. Esse é meu ano, o primeiro do resto da minha vida!

posted by Erika Bataglia at 6.1.06 | 3 comments

11 Fevereiro, 2006

Disney Again...

Nos próximos didas estarei na Disney na Convenção da minha empresa...quando voltar estarei escrevendo com mais frequencia...

30 Março, 2006

Ando devagar porque já tive pressa...

Em processo de finalização da monografia da pós, não tenho tido tempo para mais nada...em breve estarei de volta...

posted by Erika Bataglia at 30.3.06 | 0 comments

04 Março, 2006

Mais uma pérola do Chico

Esta é a letra de "Sempre", a nova música de Chico Buarque, tema do filme "O Maior Amor do Mundo", de Cacá Diegues.Linda, linda...

"Sempre

Eu te contemplava sempre
Te mirei de mil mirantes
Mesmo em sonho estive atento
Para poder lembrar-te sempre
Como olhando o firmamento
E as estrelas cintilantes
Que se foram para sempre
No teu corpo em movimento
Os
teus lábios em flagrante
O
teu riso, o teu silêncio
Serão meus ainda e sempre
Dura a vida alguns instantes
Porém mais do que o bastante
Quando em cada instante é
sempre

posted by Erika Bataglia at 4.3.06 | 0 comments

04 Abril, 2006

Como eu me sinto nesses últimos dias...

" O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. " (Fernando Pessoa)

posted by Erika Bataglia at 4.4.06 | 0 comments

03 Abril, 2006

Pode até ser...

...que o Santos seja campeão, mas ontem eu tive certeza que o São Paulo é muito mais time! Eu sou estourada por natureza e reclamo de tudo em jogo, mas até o Marlon (que nasceu torcendo pro campeão do mundo e sempre tá tranquilo) não aguentou e reclamou horrores do juiz...não dá pra acreditar num juíz pavão daquele jeito...Como eu disse, o Santos pode até ser campeão Paulista, mas não foi em cima do campeão mundial...Esperemos pelo próximo domingo...

Do murmúrio efusivo das ondas

que implodem e explodem em áureas nuvens

correm até nós cinzas águas

vindas do verde, vindas do azul.

No céu surgem ocres dourados

prenúncio da púrpura cor

que por entre rastros se esqueiram

e surgem, nus, no céu do crepúsculo

que nos invade e nos banha em opúsculos ternos.

De ti, o calor do corpo altivo

que me envolve e me domina

claro corpo em trajes nobres

e pés descalços

tocando a vida.

Teus braços me enlaçam

força e forma

da maior sensação da terra

que nosmantém presos ao chão

mas nos proporcionam imagens tão belas

do firmamento eterno

ao mostras nossa pequenez

e nossa grandeza

por sabermo-nos parte desse todo em nós.

Em você vivo o auge do que o mundo fez em mim

Em você, me vejo

Com você, me levo

Em você, eu sou

E sinto o eterno me tomando

me guiando, me levando

da mortal ordem

para a grnadeza do todo.