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16 outubro, 2008






Chico Buarque - 1982


Eu te vejo sair por aí

Te avisei que a cidade era um vão

-Dá tua mão

-Olha pra mim

-Não faz assim

-Não vai lá não


Os letreiros a te colorir

Embaraçam a minha visão

Eu te vi suspirar de aflição

E sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de ser

Tua sombra a se multiplicar

Nos teus olhos também posso ver

As vitrines te vendo passar


Na galeria

Cada clarão

É como um dia depois de outro dia

Abrindo um salão

Passas em exposição

Passas sem ver teu vigia

Catando a poesia

Que entornas no chão

Um comentário:

Ailton Monteiro disse...

Soube só dia desses que Chico Buarque era gemininiano. Puxa, tudo a ver. Só sendo mesmo para conseguir se outrar tanto, ser tantos...