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02 julho, 2010

sobre as minhas primeiras publicações

Vou ser escritora!


Essa foi minha primeira determinação de infância. Meu sonho era ter uma escrivaninha (vulgo birô, aqui em Fortaleza) e uma enciclopédia Barsa. Assistia àqueles filmes onde os escritores ficavam em casas isoladas, com suas escrivaninhas próximas à janela com uma bela vista e sem ninguém por perto, apenas a máquina de escrever e as ideias.


Provavelmente decidi isso lá pelos 7 anos, dentro da biblioteca do meu bairro, em São Paulo, depois de ler Lewis Carrol e sua Alice, Perrault e “Chapeuzinho Vermelho”, “A Bela Adormecida”, “O Barba Azul”, “O Gato de Botas”, “Pequeno Polegar”, os Irmãos Grimm e “A gata borralheira” (que virou peça em que eu fiz uma das irmãs más, aos 9 anos de idade, e que se chamava " A verdadeira história da gata borralheira como aconteceu no Brasil, onde ela fugia em um fuscão preetoo!!) “Branca de Neve”, “Os Músicos de Bremen”, “João e Maria”, os Andersen: “O Patinho Feio” e Charles Dickens: “Oliver Twist”, “David Copperfield”, e claro,La Fontaine: “O Lobo e o Cordeiro” e Esopo: “A lebre e a tartaruga”, “O lobo e a cegonha”, “O leão apaixonado”. Robinson Crusoé, os livros dos heróis, os livros sobre mitos gregos...enfim, tive uma infância rodeada de belos livros.

Lembro que li uma série chamada Henriqueta, a espiã (Louise Fitzhugh) e decidi que seria espiã. Espiã E escritora, imaginei que sendo espiã teria histórias fantásticas para escrever! (e foi em um livro dela que percebi que precisava de um dicionário, não sabia o que era uma clarabóia).Pollyanna de Eleanor H. Porter e seu jogo do contente (nunca me esqueci que, quando perguntada se existia algo de bom em uma segunda-feira, ele pensou muito e disse: Já sei! Faltam sete dias para outra segunda-feira!) e Heidi e sua dolorosa vida de menina órfã da Suíçaescrita pela suíça Johanna Spyri (que virou filme e desenho infantil) me fizeram ver que o sofrimento pode fazer as pessoas melhores...

Obviamente que os brasileiros me influenciaram muito, principalmente Monteiro Lobato, Pedro Bloch (Pai, me compra um amigo, é até hoje um dos meus livros mais lembrados desse período), Ana Maria Machado e, claro, todos os livros da Editora vaga-lume!

Sem imaginar que poderia um dia fazer faculdade, sonhei em ser jornalista para poder escrever (achei que não precisava fazer curso para isso, bastava levar as péginas datilografadas até algum lugar). Com 12 anos de idade ganhei minha Leterra 82, minha máquina que ainda hoje está comigo, em lugar de destaque, na estante. Peguei folhas de sulfite, dobrei-as ao meio, cortei-as e, como quem está num filme, coloquei cada metade na máquina na minha frente. E ali, em pouco tempo, escrevi meu primeiro livro! Terminada a obra, juntei as páginas e as costurei com linha e agulha. Lembro que a história tinha uma livre influência do livro A serra dos dois meninos, da vaga-lume. E, um dia, na limpeza da casa, minha mãe achou que não tinha lugar para guardar papel velho e jogou fora...


Hoje, quase 30 anos depois, estou com duas revistas com minhas primeiras publicações impressas (já tenho textos publicados em mídia eletrônica). Não sou jornalista, achei que para poder escrever bem deveria ir ao fundo das questões e decidi fazer Filosofia. Ainda sonho com minha escrivaninha em frente a um belo lago e a calma para poder criar, mas por enquanto a criação se dá em uma mesinha feita com um pedaço de madeira, sem acabamento, em frente a uma parede bege de um quarto pequeno. Mas a alegria é a mesma diante dos primeiros frutos daquela árvore que foi plantada na minha infância, dentro da biblioteca pública da Vila Maria.

Os endereços eletrônicos das revistas:


http://www.filosofia.ufc.br/argumentos/


http://vidaeducacao.com.br/










2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!
Beijo.
Israel

Aletheia disse...

obrigada, meu amigo, você sempre me incentivando! :)