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04 julho, 2009

Escola de Atenas, de Rafael



Não me lembro ao certo quando achei que iria me dedicar à Filosofia, mas sei que das primeiras coisas que me fizeram "prestar atenção" nela foi esse afresco maravilhoso do Rafael...das coisas que mais quero, uma delas é poder um dia estar próximo a ele, no Museu do Vaticano...só espero que este não seja um sonho distante demais...

Em 1508 Rafael di Sanzio (1483-1520) foi chamado a Roma para produzir afrescos nas salas do Vaticano. Entre tantos de seus trabalhos que se tornaram famosos, há o célebre afresco “A Escola de Atenas”. No centro do quadro ele colocou Platão e Aristóteles, sendo que o primeiro aponta para cima e o segundo para baixo. Retrata bem, portanto, o debate central da filosofia medieval – a polêmica dos universais, em que o platonismo concede existências aos universais enquanto Formas e o aristotelismo aponta a existência nos elementos individuais e “terrenos”. Mas o espírito de sua época não se resumiu nisto, o de colocar a arte para, de um modo novo, fazer o que a filosofia faz. O espírito de sua época foi o espírito de Rafael na sua especial capacidade de ironia humorística diante do mundo. Pois o quadro de Rafael já seria uma grande afronta à Igreja caso ficasse fora do Vaticano, todavia, uma vez dentro do Vaticano e pintado com o aval do Papa, tornou-se um emblema renascentista de um humor próximo ao de Dante.

O nome original do afresco é Causarum Cognitio. Mas a partir do século XVII as pessoas começaram a se referir a ele como “Escola de Atenas” (fig. 1). O afresco não é uma alusão a qualquer uma das escolas filosóficas da Grécia Antiga, nem mesmo ao conjunto delas. Mais polêmico seria dizer que não é um quadro que quer mostrar que o saber da época de Rafael era derivado dos clássicos. Mas, de fato, se eu pudesse optar, diria que o nome original diz mais dele do que “Escola de Atenas".

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