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09 maio, 2009

Bucólica irrealidade

A cena poderia ser como nos filmes americanos da década de 50: uma bucólica cena onde uma loura de cabelos esvoaçantes percorre quilômetros de estrada, vendo no horizonte nuvens variando em tons de branco e cinza, entre elas o azul celeste intenso emoldurando um sol brilhante que segue o carro enquanto nas laterais da estrada a grama crescida com o orvalho da madrugada exala o cheiro tipido de interior....
Se fosse mesmo um filme da década de 50, a loura citada seria a Grace Kelly ou a Brigite Bardot, milionárias, o carro seria um esportivo conversível, a estrada a levaria até uma praia paradisíaca onde seu amado a esperava com uma taça de champagne gelado e belos pratos deliciosos...
Na vida real, a loura é uma professora de filosofia que não consegue prender o cabelo com o vento entrando pelas janelas de seu fiat sem ar condicionado, o horizonte parece não chegar nunca nos mais de 500 quilômetros que ela tem que andar de cidade em cidade para dar aula, as nuvens que trouxeram as chuvas derreteram o asfalto sonsiral das estradas que tem mais buracos que asfalto, o carro balança de um lado para outro tentando fugir do que fatalmente rasgaria seu pneu, o sol castiga com o calor insuportável em horário de pico, o amado ficou a quilômetros e dias de distância e o que a espera é apenas um prato de arroz e ovo e uma cama de pousada torta num quarto escuro e sujo...
É dura essa vida de professora BR...

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