Na sexta-feira várias pessoas foram às ruas pela REFORMA Política. Hoje muitas foram por várias coisas, de algumas que eu vi: impeachment da Dilma, Volta da ditadura militar, volta do imperio (vi uma foto de uma bandeira do Brasil imperial, mas tão dizendo que é a volta da novela), fim das ideias de Paulo Freire e tantas outras bobagens que não dá nem pra explicar...
Não por acaso estou escrevendo um artigo pro doutorado sobre a importância da formação política adequada para a implantação de políticas públicas coerentes para a emancipação do ser humano, ao invés da besteira infindável que vemos por aqui...enfim, segue uma parte do texto, ainda em processo de construção, e gostaria muito das intervenções dos amigos (coxinhas, isso não é para vocês)...
Discutir a questão da educação ideal é de extrema
relevância, visto que atualmente ainda vivencia-se uma educação que não promove
a verdadeira autonomia a seus educandos. Debate-se que boa parte do problema
deve-se à formação de professores, arcaica e deficitária, que não é capaz de
prover à sociedade indivíduos que pensem criticamente a própria vida e a vida
em grupo, reproduzindo assim o status quo
e impedindo a evolução do sujeito e do cidadão.
Repensar a formação dos professores e, portanto, a
revisão do currículo desta formação é fundamental se há de fato pretensão de
mudança, mas com ideologias falseadoras e arraigadas essa questão se coloca em
um nível mais profundo de questionamento, que é o da possibilidade real da
escola ser veículo de mudança [EB1] ao
invés de reprodutora da ideologia dominante e da classe política atual que não
parece ter interesse em prover as mudanças necessárias para garantir uma
formação emancipatória. Mais do que isto, pode-se acrescentar também esta
pergunta: que tipo de homem deve responsabilizar-se pela política? Isto é, não
se trata apenas de possuir um saber que seria acessível a qualquer indivíduo
conquistar, pois se assim fosse teríamos por resolvido apenas um lado da
questão. Há outro lado que também deve ser considerado e que se define em
termos éticos: não é suficiente conhecer, é preciso usar bem o que se conhece.
Partindo-se dessas premissas, o objetivo fundamental deve artigo é o de discutir
como o político deve encaminhar suas discussões, especialmente no que se refere
às políticas educacionais, de modo a promover uma formação crítica e
emancipadora, ao invés da manutenção da alienação corrente. Neste artigo
pretende-iniciar uma discussão que cerca o tema tomando como ponto de partida a
relação de poder que se estabelece em um estado democrático e como seria
possível a formação de um político mais crítico e propositivo, o que implicaria
políticas públicas educacionais capazes de formar professores cientes de sua
função social e capaz de desenvolvê-la. Para tanto, utilizou-se da crítica
platônica à democracia grega para demonstrar que a formação política é
fundamental, mas que se feita de maneira inadequada só serve aos interesses da
minoria que detém o poder e que pretende reforça-lo, algo que vai de encontro
ao preceito democrático. Pretende-se demonstrar que aquilo que Platão
vislumbrou no século V.I. a.C continua de certa maneira presente no mundo atual
em forma da alienação da maior parte da população de conhecimentos suficientes
para compreender o processo do poder o que a impede de passar a ser parte influente
no processo decisório das políticas públicas de modo geral e da educação de
modo particular. Parte-se, portanto, da problemática de qual o tipo de político
deve-se possuir em um Estado para garantir que a formação acadêmica seja
voltada para a liberdade dos indivíduos, e não o contrário. O objetivo deste
artigo é promover o debate inicial que será a base para, em artigos posteriores
que serão finalizados em uma tese de doutorado, retomar a discussão sobre como
proporcionar a formação de professores críticos e conscientes para a mudança
real na sociedade brasileira verificando como Platão discorreu sobre a
possibilidade do ensino da virtude e como essa possibilidade de ensino pode
prover à sociedade cidadãos capazes de alterar as políticas públicas de maneira
a garantir educação emancipatória para todos.
Um comentário:
Discordo num ponto. As manifestações de sexta 13 falavam de Reforma Política, mas também de apoio ao governo, da gestão desastrosa na PETROBRÁS, e ao mesmo tempo CONTRA e A FAVOR de mudanças nas leis trabalhistas.
Decerto que em bizarrice, as passeatas de domingo 15 ganham, mas em ambas a confusão é gigantesca. O que percebo é que dependendo da ideologia da pessoa (e nisso, não me excluo) se ver com mais condescendência uma ou outra; e dicotomicamente rejeitando na íntegra a outra.
Grande problema desses dois protestos é não terem pautas algumas, preferindo diluí-se pra angariar gente. Muito da força do Movimento Passe Livre em 2013 foi ter revindicação clara, e daí se pode discutir e talvez chegar no objetivo.
[cabe destacar que unificação do bilhete único em São Paulo da gestão do prefeito Fernando Haddad, é incrível iniciativa nesse intento, procurem se informar]
Quem deveria se preocupar em oferecer um quadro multifacetado são partidos políticos, mas até nisso e não admitindo, PT e PSDB são comparsas-irmãos.
Postar um comentário