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15 novembro, 2010

sobre O Sócrates brasileiro

Só tem duas coisas que o cotinthians nos deu e eu gostei: Sócrates, o filósofo do futebol ( que nos trouxe seu irmão maravilhoso, tricolor, Raí) e o Casagrande, que parecia com o Lobão :)

Brincadeiras à parte (nem tanto), queria deixar aqui uma letra do José Miguel Wisnik, filósofo da musicalidade e das letras, que eu gosto muito. Aliás, sugiro o cd dele, Pérolas aos poucos (é, meio elitista o título, mas infelizmente nem todo mundo dá o devido valor a uma obra tão inspirada):

Sócrates Brasileiro

(José Miguel Wisnik)

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira
Deu um pique filosófico ao nosso futebol
O sol caiu sobre a grama e se partiu
Em cacos de cristais
As cores vestiram os nomes
E fez-se a luta entre os homens
Até os apitos finais
(Disseram os deuses imortais)

A história não esquece que a bola se negou mas chorou nosso gol
E vai se lembrar para sempre da beleza que nada derrotou
Mas quem será que diz que venceu
No país em que o ouro se ganhou e perdeu
(Derreteu)

O futebol é a quadratura do circo
É o biscoito fino que fabrico
É o pão e o rito o gozo o grito o gol
Salve aquele que desempenhou
E entre a anemia a esperança
A loteria e o leite das crianças
Se jogou

Com destino e elegância dançarino pensador
Sócio da filosofia da cerveja e do suor
Ao tocar de calcanhar o nosso fraco a nossa dor
Viu um lance no vazio herói civilizador
(O Doutor)

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