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20 julho, 2010

sobre amizades


Tenho muita coisa pra falar sobre a linda viagem a Jeri e os amigos todos que estiveram comigo (hoje é o dia do amigo, não é?), mas vou esperar as fotos...enquanto isso, vi essa imagem linda e deixo aqui, no dia do Amigo, em homenagem a uma amiga querida...nossos animais preferidos:

14 julho, 2010

sobre o filme "A Centopéia Humana ou as dúvidas e curiosidades sádicas


Doentio, sádico, nojento, estranho...e ainda assim, irresistível! Como não querer saber o que vai acontecer quando o médico que odeia seres humanos (ele diz isso no começo da conversa com as duas moças) resolve "criar gêmeos siameses"? Isso mesmo, ele é um cirurgião que separava gêmeos siameses e de repente resolve "criar". Primeiro tentou com seus 3 cachorros, e depois com seres humanos, que foram unidos pelo sistema digestório...não sei se você devia assistir. Eu sou curiosa e isso às vezes é uma merda, não consegui simplesmente ignorar o filme. Como diria o Ailton, nosso lado meio sádico acaba vencendo e a gente quer saber o que vai acontecer com o trio. Enfim, se puder evitar, evite.

P.S.: No subtítulo diz que é a primeira parte, ou seja, deve ter mais uma. Socorro! (aiai,vou querer ver)...

11 julho, 2010

sobre minha obra de arte preferida (ou uma das)

A Escola de Atenas

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A Sala da Assinatura contém os frescos mais famosos de Raffaelo Sanzio de Urbino (1483-1520), que assinalam de forma singular o início dos trabalhos do grande artista no Vaticano e o começo do Renascimento. O ambiente assume o nome do mais importante tribunal da Santa Sé, Segnatura Gratiae et Iustitiae”, presidido pelo Pontífice, que utilizou esta sala até meados do século XVI. Originariamente, a Sala havia sido convertida por Júlio II (Pontífice entre 1503 e 1513) em biblioteca privada; o programa iconográfico dos frescos, executado entre 1508 e 1511, destinava-se assim a esta função, tendo sido certamente estabelecido por um teólogo, que propôs a Rafael representar as quatro faculdades clássicas do espírito humano, dando mostras de um elevado grau de liberdade intelectual: a Verdade, o Racional, o Bem e o Belo.
A Verdade sobrenatural está ilustrada na Disputá do SS. Sacramento (ou teologia); Na parede directamente oposta, o Racional está representado na Escola de Atenas (ou a filosofia); o Bem está expresso na das Virtudes Cardinais e Teológicas da Lei e finalmente O Belo na Poesia, representado no Parnaso, com Apolo e as Musas.

Esta vista parcial da Sala da Assinatura no Vaticano mostra Parnasus (Poesia) na meia-lua da esquerda e A Escola de Atenas (Filosofia) na meia-lua da direita

A Escola de Atenas, cujo nome original Causarum Cognitio se manteve até ao século XVII, foi inspirada no projecto do grande arquitecto renascentista Donato di Angelo del Pasciuccio (1444-1514), conhecido como Bramante, para a renovação da Basílica de S. Pedro.
Na obra, que representa a verdade adquirida através da razão, duas figuras centrais retratam a essência dos pensadores da Antiguidade Clássica e, simultaneamente, o tempo deRafael: Platão aponta para o céu enquanto segura o seu livro Timeo, ladeado por Aristóteles com a Ética; Pitágoras é representado de lado, de modo a permitir observar a explicação dodiatessaron; Reclinado nos degraus da escada, Diógenes sugere a leitura; À sua frente, Eráclito, o filósofo pessimista com traços de Miguel Ângelo; À direita, Euclides ensina geometria, Zaratustra segura o Globo Celestial e Ptolomeu o Globo Terrestre, tendo por companhia o próprio Rafael.

Em lugar de a ilustração recorrer às figuras alegóricas, como era hábito nos séculos XIV e XV, convocando o olhar para o infinito, Rafael submete o espaço pictórico às leis do plano, revelando conhecimento da arquitetura dos banhos romanos, fazendo a síntese entre o pagão e o profano. Perante esta composição expansiva, o espectador quase se alheia do facto de o espaço ser mal iluminado.

Escola de Atenas

Dispostas da esquerda para a direita, as solenes figuras de pensadores representam um verdadeiro debate filosófico: astronomia, geometria e aritmética são descritas de forma concreta, num imponente plano arquitectonicamente convergente para o eixo central do espaço abobadado.

Epicuro? afastado do centro da cena filosófica...

No primeiro plano à esquerda, um rapaz segura a tábua da harmonia musical diante de Pitágoras. Ao centro, Hypatia de Alexandria e Parmenides

Hypatia de Alexandria, a astrónoma e filósofa que os cristãos queimaram e arrastaram pela cidade, olha discretamente para o espectador; Uma hábil subversão de Rafael, tendo em conta que a obra está no Vaticano.

Platão e Aristóteles, considerados os principais representantes da filosofia grega durante toda a Idade Média, caminham em diálogo no topo das escadas

Em atitude filosófica, Diógenes de Sínope reclina-se nos degraus, numa expressão de despojamento em relação às necessidades materiais e a um estilo de vida

A figura de Heraclitus (Michelangelo?) - reclinado sobre o bloco de mármore - terá sido associada mais tarde

Euclides desenha uma figura geométrica perante um grupo de jovens.

A figura de costas com o Globo é provavelmente Ptolomeu, tendo à sua frente Zaratrusta com a esfera. À direita: Rafael de chapéu escuro e o seu amigo Sodoma

As figuras desta composição não se atropelam nem são sufocadas pelo aglomerado; sugerem movimento, numa celebração do pensamento clássico liberal, onde tudo é discutido e exercitado. A ironia reside na inserção de Sodoma e (da imitação) do próprio Rafael, numa apologética improvável à República de Platão e à própria filosofia.

Apolo e Minerva

sobre os Versos de Ouro de Pitágoras

Versos de Ouro de Pitágoras
Os Versos de Ouro de Pitágoras
(Detalhe do quadro A Escola de Atenas, cujo nome originalCausarum Cognitio,
de Raffaelo Sanzio de Urbino (1483-1520, retratando Pitágoras)

01. Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.
02. A seguir, reverencia o juramento que fizeste.
03. Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.
04. Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.
05. Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.
06. Entre os outros, escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso.
07. Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele que são úteis e virtuosos.
08. Mas não afasta teu amigo por um pequeno erro.
09. Porque o poder é limitado pela necessidade.
10. Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões.
11. Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.
12. Não faz junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.
13. E, sobretudo, respeita a ti mesmo.
14. Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.
15. E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.
16. Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos.
17. E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.
18. Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for.
19. Dos sofrimentos que o destino determinado pelos deuses lança sobre os seres humanos.
20. Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.

21. E lembra que o destino não manda muitas desgraças aos bons.
22. O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.
23. Portanto, não aceita cegamente o que ouves, nem o rejeita de modo precipitado.
24. Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.
25. Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora.
26. Não deixa que ninguém, com palavras ou atos.
27. Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.
28. Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas.
29. Porque é próprio de um homem miserável agir e falar impensadamente.
30. Mas faze aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.

31. Não faze nada que sejas incapaz de entender.
32. Porém, aprende o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.
33. Não esquece de modo algum a saúde do corpo.
34. Mas dá a ele alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.
35. O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.
36. Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria.
37. Evita todas as coisas que causarão inveja.
38. E não comete exageros. Vive como alguém que sabe o que é honrado e decente.
39. Não age movido pela cobiça ou avareza. É excelente usar a justa medida em todas estas coisas.
40. Fazes apenas as coisas que não podem ferir-te, e decide antes de fazê-las.

41. Ao deitares, nunca deixe que o sono se aproxime dos teus olhos cansados.
42. Enquanto não revisares com a tua consciência mais elevada todas as tuas ações do dia.
43. Pergunta: "Em que errei? Em que agi corretamente? Que dever deixei de cumprir?"
44. Recrimina-te pelos teus erros, alegra-te pelos acertos.
45. Pratica integralmente todas estas recomendações. Medita bem nelas. Tu deves amá-las de todo o coração.
46. São elas que te colocarão no caminho da Virtude Divina.
47. Eu o juro por aquele que transmitiu às nossas almas o Quaternário Sagrado.
48. Aquela fonte da natureza cuja evolução é eterna.
49. Nunca começa uma tarefa antes de pedir a bênção e a ajuda dos Deuses.
50. Quando fizeres de tudo isso um hábito.

51. Conhecerás a natureza dos deuses imortais e dos homens.
52. Verás até que ponto vai a diversidade entre os seres, e aquilo que os contém, e os mantém em unidade.
53. Verás então, de acordo com a Justiça, que a substância do Universo é a mesma em todas as coisas.
54. Deste modo não desejarás o que não deves desejar, e nada neste mundo será desconhecido de ti.
55. Perceberás também que os homens lançam sobre si mesmos suas próprias desgraças, voluntariamente e por sua livre escolha.
56. Como são infelizes! Não vêem, nem compreendem que o bem deles está ao seu lado.
57. Poucos sabem como libertar-se dos seus sofrimentos.
58. Este é o peso do destino que cega a humanidade.
59. Os seres humanos andam em círculos, para lá e para cá, com sofrimentos intermináveis.

60. Porque são acompanhados por uma companheira sombria, a desunião fatal entre eles, que os lança para cima e para baixo sem que percebam.
61. Trata, discretamente, de nunca despertar desarmonia, mas foge dela!
62. Oh Deus nosso Pai, livra a todos eles de sofrimentos tão grandes.
63. Mostrando a cada um o Espírito que é seu guia.
64. Porém, tu não deves ter medo, porque os homens pertencem a uma raça divina.
65. E a natureza sagrada tudo revelará e mostrará a eles.
66. Se ela comunicar a ti os teus segredos, colocarás em prática com facilidade todas as coisas que te recomendo.
67. E ao curar a tua alma a libertarás de todos estes males e sofrimentos.
68. Mas evita as comidas pouco recomendáveis para a purificação e a libertação da alma.
69. Avalia bem todas as coisas.
70. Buscando sempre guiar-te pela compreensão divina que tudo deveria orientar.
71. Assim, quando abandonares teu corpo físico e te elevares no éter.
72. Serás imortal e divino, terás a plenitude e não mais morrerás
.


sobre direitos e reclamações

Há algum tempo eu digo que pode parecer besteira, mas é um dever nosso reclamar. Não, eu não estou confundindo direito com dever não, sei que é um direito nosso reclamar, mas infelizmente a maioria não faz isso (para a felicidade das empresas que, dessa maneira, não precisam melhorar nada).

Desde que a Lei que instituiu o código de defesa do consumidor foi aprovada, em 1990, muita coisa já melhorou em termos de produtos e serviços, mas estamos longe se chegar ao que os países mais evoluídos tem em matéria de direitos...e por um simples fato: Brasileiro não reclama! Pior, brasileiro tem VERGONHA de reclamar, passa por chato, por intransigente. (é só coincidência esse tipo de mentalidade colaborar com as grandes empresas que, por conta disso, abusam da gente, só coincidência, nada a ver com dominação econômica+dominação ideológica..#NOT).

Eu tenho uma lista de sites, telefones e endereços que eu chamo de "onde reclamar". faltam muitas coisas e agora estou sem tempo para reorganizá-la, mas como alguns amigos estão pedindo decidi colocá-la aqui e inclusive pedir a ajuda de todos para aprimorá-la.

Eu normalmente mando por e-mail para os meus alunos, que sempre dizem que não reclama por não saber onde fazer isso. Sei que ainda é pouco, mas é o que eu posso fazer, incentivar cada pessoa a conhecer seus direitos e não ter vergonha de cobrar por eles. Segue a lista:

A primeira coisa a ser feita é saber quais são os nossos direitos, parece besteira, mas não é.

Você pode começar por aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_consumidor

Um exemplo bem claro é que, quando paramos nosso carro em estacionamento pago, normalmente vemos uma placa que diz que eles não se responsabilizam por objetos deixados no carro, etc...mas eles tem que se responsabilizar SIM.

http://www.portaldoconsumidor.gov.br/ondereclamar.asp?env=y&categ=0&cdgr=todos

Portal do Consumidor, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. São 73 links dos órgãos governamentais responsáveis pelos serviços, separados por categorias (alimentos, contratos, direito do consumidor, educação, habitação, internet, meio-ambiente, produtos, saúde, serviços, trânsito). Você pode selecionar pelo seu Estado.

http://www.defendase.netba.com.br/


Reclamações – Telefonia: Para formalizar uma reclamação contra empresas de telefonia é bastante simples.
voce liga para a Anatel: 0800332001.
O ideal é ter o número de protocolo de atendimento e da pessoa que te atendeu. Pergunte o nome da pessoa e faça ela ter certeza que você anotou. Isso ajuda a ter um atendimento “melhor” (pelo medo que o atendente passou a ter de você reclamar dele, diretamente)

http://www.reclameaqui.com.br/reclame/

Site onde você pode reclamar de praticamente tudo, de serviços a produtos, e também pode pesquisar sobre a empresa antes de comprar. Vale a pena se cadastrar.

E pode reclamar pelo twitter também: http://twitter.com/reclameaqui

http://www.supersitesdaweb.com/denuncias_protestos_ajuda_consumidor.htm

http://www.reclamao.com/?gclid=CNKtsKf-46ICFRAN2godLg66wg

Site que mantem um ranking com as mais reclamadas e também as que mais resolvem os problemas! Interessante!

http://www.supersitesdaweb.com/denuncias_protestos_ajuda_consumidor.htm

Seleção de sites para reclamar de tudo!

http://www.emdefesadoconsumidor.com.br/index.asp

Muito bom!

http://tvverdesmares.com.br/institucional/fale-conosco/

TV Verdes Mares, você reclama, eles mostram na TV e vão atrás de respostas. Não é muito, mas já é algo, no mínimo os responsáveis pela Regional vão ter que dar a cara a tapa na Tv ou dizer que não querem responder...

http://portal.mj.gov.br/dpdc/main.asp?View={34BABDD6-829B-48C7-A6CC-78EC842CE0B4}

Site do Ministério da Justiça, reclamações diretas!

http://www.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7827&Itemid=12

Ouvidoria geral do município de Fortaleza

Órgãos no Ceará

Procon Estadual

DECON/CE - PROGRAMA ESTADUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR
Endereço: RUA BARÃO DE ARATANHA, 100
Bairro: CENTRO
Cidade: FORTALEZA
UF: CE
CEP: 60.050-070
Dirigente: ANTÔNIO CARLOS DE AZEVEDO COSTA
Cargo: SECRETÁRIO(A) EXECUTIVO(A)
Telefone de Atendimento: (85) 3452-4501
Fax: (85) 254-4505
E-mail: DECON@ULTRANET.COM.BR
Home Page: WWW.DECOM.CE.GOV.BR

Entidades Civis de Defesa do Consumidor

MDC - Movimento das Donas de Casa do Ceará
Rua Solon Pinheiro, 1306, Bairro de Fátima
60050-041 – Fortaleza – Ceará - Brasil
Telefone: (085) 231-3212

VIDA BRASIL - Valorização do Indivíduo e Desenvolvimento Ativo
Av. Monsenhor Tabosa, 111, salas 21/23
60165-010 - Fortaleza – Ceará - Brasil
Telefone/Fax: (085) 253-4219

Instituto de Pesos e Medidas – IPEM

IPEM/FORT - Instituto de Pesos e Medidas de Fortaleza
Av. Luciano Carneiro, 1.320 - Vila União
60410-690 – Fortaleza – Ceará – Brasil
Telefone: (085) 272-7044
Fax: (085) 227-8412



10 julho, 2010

sobre a causa da morte dos filósofos

Encontrei em um site de filosofia de Portugal:

Tales:
Afogamento
Parménides: Não era nada afinal
Ockham: Cortou-se ao fazer a barba
Russell: Cortou-se enquanto alguém que não se barbeia a si mesmo lhe fazia a barba
Descartes: Parou de pensar
Espinosa: Abusou da substância
Leibniz: Monadanucleose
Darwin: Causas naturais
Hume: Causas inaturais
Kant: Causas transcendentais (embora fosse a sua própria ideia)
Paley: Por desígnio
Heidegger: Por Dasein
Meinong: Acidente de alpinismo
Neurath: Acidente ao velejar
G. E. Moore: Às suas próprias mãos
Sheffer: Traço
Sartre: Náusea
Pascal: Ficou abatido depois de perder uma aposta
Wittgenstein: Tentou ver se a morte era uma experiência que se possa viver (alternativa: caiu de uma escada)
Hegel: Colisão com uma coruja ao anoitecer
Anaxágoras: Falta de ar
Heraclito: Efeito do devir
James: Quis acreditar que estava morto
Platão: Ficou sem Ideias
Aristóteles: Lógico, dado que antes estava vivo
Tomás de Aquino: Perdeu-se nas Cinco Vias
Berkeley: Deus esqueceu-se dele
Quine: Perdeu-se na tradução
Kierkegaard: Por temor do tremor
Camus: Caíu-lhe uma pedra em cima
Agostinho: Ficou sem tempo
Sócrates: A discussão chegou-lhe ao fim
Hobbes: Foi uma luta e todos perderam contra todos
Davidson: Triangulou-se

09 julho, 2010

sobre a beleza do mito de Prometeu

Prometeu, escultura de Sébastien Adam. Na mitologia grega, Prometeu roubou o fogo dos deuses para presentear os homens. Como castigo, foi acorrentado em um monte onde todos os dias um abutre comia seu fígado. O fogo é a primeira conquista da humanidade, mito fundador da tecnologia.

sobre as prisões e a liberdade


Preparando minha apresentação para o Café e Filosofia desse mês (dia 22.07-Política e Democracia-Igualdade formal, desigualdade real) me deparei com essa imagem interessantíssima. Estava pesquisando imagens sobre o mito de Prometeu, aquele que foi punido por Zeus por dar aos homens o fogo do conhecimento, e que passou seus dias acorrentado a uma montanha tendo seu fígado diariamente comido por um abutre...

Prometeu, mesmo sendo um Titã e tendo a força de tal, preferiu essa desgraça à se tornar servo dos desmandos de Zeus. Inveja dele. Não sou uma titânide e não é fácil escolher ir contra quem detem o poder na nossa realidade mundana, onde pessoas que abusam da desigualdade real correm aos montes, mas eu sempre tentarei, ah, sempre!

08 julho, 2010

sobre os trabalhos

Estou gostando muito de orientar os alunos da psicopedagogia! Além de gosta muito dos temas, já que me envolvi eternamente com a educação, me sinto no lugar deles e vejo o quanto é difícil iniciar um trabalho desses sem alguém que de fato nos oriente...bacana, o único problema (pra variar) é o pouco retorno financeiro do ato. Mas isso é detalhe (minha conta corrente não acha, mas eu me entendo com ela depois).

07 julho, 2010

sobre a importância da valorização docente

A educação e os indicadores

06/07/2010 12:58:54

Monitoramento permitirá melhorar métodos pedagógicos

Por Luis Nassif*

A divulgação do IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), o sistema de avaliação do ensino preparado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) para o Ministério da Educação, é uma demonstração cabal do avanço da ciência dos indicadores no Brasil.
Os primeiros sistemas foram desenvolvidos no governo Fernando Henrique Cardoso. No primeiro governo Lula houve uma interrupção por algum tempo. Depois retomou-se o trabalho. Hoje, tem-se o mapa do ensino na mão, para definir políticas públicas.

Indicadores são a melhor defesa de que dispõe a sociedade para a garantia de manutenção de políticas públicas. Definem-se os objetivos – no caso da educação, a qualidade do aprendizado do aluno. Depois, fixam-se metas, comparam-se desempenhos regionais, municipais ou de escolas.
Esse monitoramento permite identificar as melhores práticas, dentre escolas e estados, melhores métodos pedagógicos e, na outra ponta, os piores desempenhos.

A partir daí, governos federal e estaduais podem montar modelos de reforço aos mais fracos e de estímulo aos melhores.’
A ciência dos indicadores de desempenho é recente no país. Apenas no início dos anos 2000, as primeiras ONGs passaram a estudar maneiras de avaliar os recursos aplicados na educação.
Coube ao Instituto Ayrton Senna os maiores avanços, com o projeto Acelera Ayrton – que visava reforçar o ensino para crianças repetentes. Na ocasião, Viviane Senna, presidente do Instituto, surpreendeu ao afirmar que o investimento em formas de avaliação era tão relevante quanto no projeto pedagógico.
Tendo os indicadores, há que se ter o cuidado de formular os diagnósticos corretos.

Nos últimos anos, uma nova-velha geração de educadores, com um viés claramente contrário do da escola pública, estimularam a idéia de que a qualidade do ensino não depende de salários de professores, mas de métodos gerenciais e pedagógicos modernos.
Partia-se de uma visão simplificada da realidade. Primeiro, comparavam-se duas escolas nas mesmas condições – mesma região, com professores com os mesmos salários. Uma delas tinha desempenho superior ao da outra. Logo, concluía-se, o diferencial não é salário, mas o trabalho da direção.

Na semana passada, juntei no programa Brasilianas.org um conjunto de organizações envolvidas com educação – do Movimento Todos Pela Educação, liderado pelo empresário Jorge Gerdau, a movimentos mais ligados aos professores.

A opinião unânime é que o passo inicial é o resgate da carreira de docente. Tem que se ter salários e plano de carreira para seduzir os melhores quadros. Depois, fornecer condições de trabalho adequado.
Aí, sim, começar a medir, avaliar e cobrar, sempre procurando envolver pais, alunos e ganhar corações e mentes dos professores.

Um dos erros básicos do modelo educacional paulista recente – da secretária Maria Helena – foi tentar empurrar modelos modernos goela abaixo dos professores.
Como o próprio Gerdau aprendeu em suas empresas, gestão mexe com pessoas. Sem convencê-las, não há modelo que funcione.

* Matéria originalmente publicada no Luiz Nassif Online

04 julho, 2010

sobre bandidos e presos políticos (ou ainda sobre a polêmica Dilma e a prisão)

Bandido é uma coisa. Preso político é outra. Não quer dizer que presos políticos não possam ser bandidos, alguns até podem, mas não acredito ser a maioria. E com certeza não é o caso de Dilma.

Digo mais uma vez: Você pode escolher não votar na Dilma por outras questões, mas usar seu período presa para isso é burrice.(prontofalei)

Meu "quirido" Israel mandou essa excelente reportagem sobre a prisão de Dilma:


A torre das donzelas

Como era a vida de Dilma Rousseff na masmorra que abrigava presas políticas durante o regime militar no presídio Tiradentes

Luiza Villaméa e Claudio Dantas Sequeira

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MARCO
Portal tombado pelo patrimônio histórico é o que restou do presídio

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Durante quase três anos, Dilma Rousseff, a candidata do PT à Presidência da República, morou na Torre das Donzelas. A construção colonial não pertencia a nenhum palácio. Encravada no presídio Tiradentes, em São Paulo, ganhou o singelo nome por abrigar presas políticas do regime militar. Para chegar à Torre, Dilma e suas companheiras atravessavam um corredor com celas em uma das laterais. Os cubículos eram ocupados pelas corrós, as presas correcionais, tiradas de circulação por um mês, em geral por vadiagem ou prostituição. Essas mulheres costumavam ficar seminuas ou com a roupa virada pelo avesso, para se apresentarem em trajes limpos quando liberadas.

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COMPANHEIRAS DE CADEIA
Dilma, Eleonora, Guiomar, Rose e Cida na época em que foram presas

“Terrorista! Linda! O que você está fazendo aqui?”, gritavam as corrós ao verem passar uma nova presa política. Depois do corredor, havia um pequeno pátio. Em seguida, vinha a Torre. Dilma atravessou o corredor das corrós em fevereiro de 1970, aos 23 anos, após mais de 20 dias nos porões da repressão política. “Ela chegou fragilizada pela tortura, mas logo se recuperou”, lembra a jornalista Rose Nogueira, 64 anos, que passara pelo mesmo processo três meses antes.

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O presídio Tiradentes, onde Dilma esteve presa, já havia sido usado para encarcerar
os estudantes detidos no Congresso da UNE em Ibiúna (SP), em 1968.
Na era Vargas também abrigara presos políticos, entre eles o escritor Monteiro Lobato

Ao entrar pela primeira vez na Torre, Dilma viu as celas pequenas do térreo e duas escadarias laterais que saíam de uma espécie de hall e se encontravam no piso superior. Nesse andar, havia a cela 4, chamada de celão, pois se espalhava por 80 metros quadrados. Tinha também a cela 5, mais tarde adaptada como cozinha, e a 6, que Dilma dividiu com outras mulheres. “No começo, ficávamos na tranca o tempo todo”, conta a advogada Maria Aparecida Costa, a Cida Costa, 65 anos, uma das ocupantes da cela 6. Depois de algumas semanas e muitas reivindicações, as celas passaram a ficar abertas durante o dia.

Não demorou para que as donzelas da Torre se agrupassem, primeiro com base nas organizações clandestinas às quais pertenciam no “mundão”. Porque a Torre, no vocabulário das presas, era o “mundinho”. Mas as afinidades pessoais também contavam muito, como relata a médica e pesquisadora Guiomar Silva Lopes, 66 anos. “No mundão, o vínculo era de vida e morte”, diz Guiomar. “Na cadeia, estabelecemos uma relação de confiança inabalável.” Dilma é até hoje lembrada pelo espírito solidário. Durante um período, cuidou de uma estudante de arquitetura. “Quando a menina chegou da tortura, estava muito desestruturada emocionalmente”, afirma a advogada Rita Sipahi, 72 anos. “A Dilma ficou de olho nela o tempo todo para evitar que cometesse algum desatino.”

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Com a possibilidade de circular entre as celas, as presas políticas tentavam curar as feridas umas das outras e também se organizavam. Havia escala para as tarefas da limpeza e da cozinha. Com os víveres levados pelas famílias, elas preparavam as próprias refeições. Algumas conseguiam bons resultados, embora só contassem com dois fogareiros elétricos. Outras, nem tanto. A dupla mais desastrada na cozinha era formada por Dilma e Cida. “Não dominávamos a arte do tempero”, reconhece Cida. Numa ocasião, as duas resolveram caprichar no preparo de um prato de legumes. Acabaram servindo uma sopa de quiabo intragável. “Ficamos um pouco frustradas com o resultado, pois havíamos nos esforçado.”

Dilma se sobressaía nos grupos de estudo. “Ela é muito engenhosa na macroeconomia”, elogia outra companheira da Torre, a economista Diva Burnier, 63 anos. Na cadeia, Dilma, que abandonara a faculdade por causa da clandestinidade, dava aulas de economia para as colegas e participava dos debates. Num deles, defendeu a ampliação dos limites marítimos do Brasil. “Embora fosse uma iniciativa dos militares, Dilma apoiava, pois acreditava ser uma questão de soberania”, recorda Rose. “Hoje é fácil perceber a importância daquela decisão, tanto por causa da biodiversidade como pelo pré-sal.”

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Diante do Tiradentes, mães de estudantes fazem protesto contra a prisão de seus filhos. As mães das “donzelas da Torre” chegavam para as visitas nas tardes de sábado. Era o contato delas com o “mundão”

Aos 82 anos, a advogada Therezinha Zerbini, mulher do general Euryale de Jesus Zerbini, cassado em 1964, também recorda de Dilma com admiração. Presa na Torre durante o ano de 1970, Therezinha se destacava tanto pela origem quanto por ser uma senhora entre a população carcerária extremamente jovem. “As amigas dela me chamavam de ‘burguesona’ e ela me defendeu. Ela tinha uma liderança nata”, diz Therezinha. Quando precisava, Dilma endurecia. No final do ano, Therezinha estava bordando o vestido que a filha usaria no Réveillon quando um grupo de militares a procurou. “Acho que queriam me convencer a entrar num programa de arrependidos”, diz, referindo-se aos presos que foram à tevê renegar a opção pela resistência ao regime. “Não quis atendê-los. Eles voltaram mais tarde e, quando eu estava mandando-os ir embora, a Dilma gritou: ‘Dá duro neles, Therezinha. Se precisar, nós colocamos todos para fora’ .”

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Naqueles tempos, a atitude desafiadora só seria possível mesmo no presídio Tiradentes. Como muitos torturadores costumavam repetir durante as sessões que promoviam, o Tiradentes “era o paraíso”. Isso porque, ao entrar no presídio, a pessoa estava com a prisão reconhecida pelo Estado. Às vezes, era levada para interrogatórios em outras instituições, mas praticamente não corria risco de morrer ou “desaparecer”. Na escala macabra estabelecida nos porões do regime, a Operação Bandeirante (Oban) era o inferno, ficando o purgatório por conta da Delegacia Estadual de Ordem Política e Social (Deops). Como várias companheiras de cadeia, Dilma passou pelo inferno e pelo purgatório antes de chegar à Torre.

Por conta das sevícias, sofreu uma disfunção hormonal que levou anos para ser curada. Não perdeu, porém, o gosto pela vida. Com Cida, passava horas lendo os livros de ficção científica. Quando o rodízio do único aparelho de tevê da Torre caía em sua cela, entrava na madrugada vendo os filmes da sessão “Varig, a dona da noite”. Aprendeu até a bordar. “Ela fez uma tapeçaria com flores coloridas, que colocamos na parede”, lembra Rose. Na Copa do Mundo de 1970, acompanhou os jogos de perto. “A Dilma torceu muito pela Seleção Brasileira”, diz a socióloga Rosalba de Almeida Moledo, 66 anos.

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Criado em 1852, o presídio Tiradentes recebeu no começo escravos recapturados.
A Torre das Donzelas, onde ficaram Dilma e suas companheiras, é a construção redonda ao centro. Todo o complexo foi demolido a partir de 1973, durante a construção do metrô

No período em que o advogado Carlos Franklin Paixão de Araújo, seu companheiro, permaneceu encarcerado no Tiradentes, Dilma se comunicava com ele com a ajuda dos presos comuns. A rota usada por ela e outras presas políticas consistia em baixar mensagens por meio de uma corda artesanal, chamada “teresa”, para a carceragem dos “comuns”, que ficava embaixo da Torre. “De cela em cela, as mensagens chegavam ao destinatário, na ala dos presos políticos”, comenta Guiomar. “O recurso também era fundamental para sabermos o que estava acontecendo lá fora.”

Outro canal com o “mundão” eram as visitas, nas tardes de sábado, a maioria proveniente da capital paulista. “Nossas famílias, de Belo Horizonte, não conseguiam viajar com tanta frequência”, diz a pró-reitora da Universidade Federal de São Paulo, Eleonora Menicucci de Oliveira, 66 anos. “De qualquer forma, a mãe da Dilma e o irmão dela conseguiam vir bastante. Era uma alegria.” Para a mãe e as irmãs de Eleonora, viajar era mais complicado. Elas cuidavam de Maria, a filha de Eleonora, que tinha apenas um ano e dez meses quando a mãe foi presa.

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Conhecidas desde os tempos em que estudavam em Belo Horizonte, Dilma e Eleonora comemoravam com as meninas da Torre o Natal, o Réveillon e o Carnaval. As fantasias eram improvisadas, é claro, mas havia até desfile no “celão”. No caso de Dilma, as estratégias para manter o moral elevado atrás das grades também passava pelo humor. “Ela pôs apelido em todas nós”, conta Rita. “Uma era a Ervilha, outra a Moló, porque tinha jogado um coquetel-molotov em uma ação.” Essa faceta pouco conhecida de Dilma é ressaltada por outras entrevistadas. “Ela tem um humor impagável”, garante Eleonora. Quando a hoje presidenciável deixou a Torre, as companheiras de cadeia repetiram o ritual criado para o momento da libertação: cantaram “Suíte do Pescador”, de Dorival Caymmi, que começa com o verso “Minha jangada vai sair pro mar”. Quase 40 anos depois, tudo o que sobrou do presídio foi o portal de pedra, tombado como patrimônio histórico. No final de 1972, a construção de 1852 começou a ser demolida, para a construção do metrô paulistano.